24 de outubro de 2014

Projeto incentiva humanização do parto; ANS abre consulta pública sobre cesáreas

"No Brasil, 84,6% dos partos na rede privada são feitos por cesariana. Cenário muito distante da meta de 15% fixada pela Organização Mundial de Saúde.

Para mudar essa realidade, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou nesta semana (14) consulta pública para discutir medidas de redução do número de cesarianas. Entre os temas, está o direito de mulheres, grávidas ou não, serem informadas sobre as taxas de cesáreas e de partos normais por médico e estabelecimento de saúde.

Feita sem indicação médica, a cesariana aumenta em 120 vezes o risco de problemas respiratórios no recém-nascido e triplica os casos de morte da mãe. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o estímulo ao parto normal pode solucionar o problema.

"Para poder enfrentar, para diminuir a mortalidade materna, para diminuir a mortalidade infantil, particularmente a mortalidade infantil neonatal precoce; em 25%, nós temos que diminuir essa relação, ou seja, voltar a estabelecer como cultura e como prática no nosso país o parto normal"

Para a coordenadora da bancada feminina, deputada Jô Morais, do PC do B de Minas Gerais, é fundamental a mudança de hábitos.

"Nós temos ao longo da história alguns hábitos culturais. O primeiro é um estímulo à cesariana porque o preço era maior. O segundo, um estímulo à mãe que fizesse cesariana porque a dor era menor e uma falta de educação para o parto natural."

O deputado Jean Willys, do Psol do Rio de Janeiro, é autor de projeto de lei (PL 7633/14) que garante à mulher direito de "plano de parto" e prevê multa para instituições que desrespeitarem a meta de 15 % para cesáreas.

"O que está em jogo nessa insistência em torno da cirurgia cesariana é todo o lucro que há em torno dessas cirurgias. Não podemos deixar que isso continue.”

A sociedade pode participar da consulta no período de 24 de outubro a 23 de novembro. Para isso, é preciso preencher formulário disponível no site da ANS. Segundo o Ministério da Saúde, as medidas sugeridas entrarão em prática a partir de dezembro."
Reportagem — Emanuelle Brasil 
 

Um pouco mais sobre o mecônio


"Muitas mulheres morrem de pânico ao ouvir a palavra mecônio. Mas  afinal, o que é realmente esse tão temido mecônio?
Assim que o tubo gastro-intestinal do feto está formado, o bebê começa a ingerir líquido amniótico. Ingerir líquido amniótico é um processo esperado e importante, primeiro porque o feto já vai colocando a prova, todas as funções digestivas e excretórias, e segundo porque mantem o tubo gastro-intestinal com a luz aberta .
Isso significa que, a partir de determinado momento na gestação, o bebê urina no liquido amniótico e o engole com urina, com células mortas, lanugo (pelos que cobrem o corpinho do feto), vernix (uma espécie de cera protetora da pele do bebê). Todos esses compostos presentes no líquido amniótico, formarão o mecônio dentro do intestino fetal que também será eliminado a partir da maturidade do feto.
Alguns exames, como a amnioscopia, permitem ao profissional que está assistindo a gestante, observar as características do líquido amniótico antes do rompimento da bolsa, e por vezes detecta a presença de mecônio. Entretanto, é muito comum que, (pasmem!), ao realizar a cesárea ou romper a bolsa, o líquido esteja clarinho sem nenhum sinal de mecônio! Por isso mesmo, a maioria dos profissionais que praticam a Medicina Baseada em Evidências abrem mão da amnioscopia.  
Portanto “fazer cocô na barriga” é perfeitamente fisiológico, normal e esperado para um feto a termo.

Então porque, há tanto temor e tantas indicações de cesáreas quando é detectada a presença de mecônio no liquido amniótico?

Existem classificações da presença desse mecônio, que vão desde “uma cruz” até “quatro cruzes”. Quando o mecônio é fluido, ou seja, existe mais liquido amniótico do que mecônio, os profissionais que assistem o parto, classificam-no com “uma cruz”. Quanto mais escuro e menos fluido está o mecônio, mais cruzes ele ganha.

Uma vez espesso (ou seja, quando a classificação do mecônio ganha “quatro cruzes” e esse mecônio se assemelha a uma papa de ervilha), caso o feto entre em sofrimento fetal durante o trabalho de parto, a chance de ocorrer a aspiração do mecônio é grande, e um mecônio espesso pode trazer consequências graves para o bebê, podendo leva-lo a óbito. Portanto, o mecônio em si, não é o vilão e sim a quantidade reduzida de líquido amniótico, insuficiente para diluir esse mecônio.

E porque há a diminuição do volume de líquido amniótico?

Existe uma diminuição fisiológica, normal e esperada da quantidade de líquido amniótico ao final da gestação. Quanto maior o bebê, menos espaço pra líquido amniótico haverá. Porém, algumas situações (raras) podem causar a diminuição do líquido amniótico, como por exemplo, o não funcionamento adequado da placenta, ou alguma anormalidade  com os rins do feto, que ao urinar em menor quantidade, passará então a produzir menor quantidade de líquido amniótico. E é aí que o obstetra, ou profissional que está assistindo essa gestante, tem que focar: Investigar o porque da diminuição anormal da quantidade de líquido amniótico.

Conheço um caso de um bebê que foi pra UTI após “engolir” mecônio

Nenhum bebê vai pra UTI por engolir mecônio. O máximo que vai acontecer é esse bebê vomitar esse mecônio após nascer. Bebês vão pra UTI porque aspiraram o mecônio. Enquanto está dentro do útero, o feto não respira pelas vias aéreas, pois recebe oxigênio pelo cordão umbilical através da circulação materna.  Porém, quando os níveis de oxigênio que chegam ao bebê não são suficientes, esse feto vai tentar respirar para oxigenar seu sangue. Sendo assim, o  foco da assistência deve ser em como está a oxigenação e a vitalidade desse bebê e não na presença de mecônio.

Fatores que podem reduzir o aporte de oxigênio ao bebê durante o trabalho de parto, e portanto provocar o reflexo de  ”gasping” (aspiração) são:
- Uso de ocitocina sintética de forma rotineira e sem acompanhamento criterioso da ausculta fetal: o uso de ocitocina pode levar o útero da mulher a contrair de forma anormal, prejudicando uma boa irrigação sanguínea do útero e resultando na má oxigenação do feto.
- Manter a parturiente em posição litotômica (deitada): Quando a mulher é mantida deitada, ou na posição ginecológica, todo o seu peso, o peso  do seu útero grávido com todo conteúdo (bebê, líquido, placenta) pressiona a artéria uterina que está localizada na região dorsal (costas), responsável por levar oxigênio ao útero e ao feto.
- Cesariana: a cesárea, como qualquer outra cirurgia, modifica todo padrão vital da mulher. A gestante é submetida a anestesia, fica deitada e ainda tem o fator “tensão” que acaba refletindo em uma respiração inadequada e portanto uma má oxigenação do útero e do feto. Além disso, ainda temos que considerar que o bebê ao ser manipulado bruscamente durante sua extração na cesárea, pode a aspirar o líquido amniótico. Soma-se a isso o fato do bebê não passar pelo canal de parto, e não sofrer a pressão em seu tórax que ajuda a expelir qualquer líquido ou mecônio de seu pulmão, e a cesárea se mal indicada, ao invés de ajudar, passa a ser mais um fator complicador para esse recém-nascido.

 Então se o bebê está bem, não precisa fazer cesárea?
O mecônio isoladamente, não é indicação de cesárea, mas é um achado que deve ser considerado para analisar outras formas de avaliação do bem estar fetal e pode, em determinadas circunstâncias, requerer abreviação do nascimento. Por isso é importante ter uma equipe que  pratique a Medicina Baseada em Evidências.

Se durante o trabalho de parto, o mecônio é fluido, o bebê apresenta boa vitalidade, boa movimentação fetal, batimentos cardíacos tranquilizadores, a mãe tem liberdade de se movimentar e se posicionar de forma a contribuir com a oxigenação fetal, é possível que se continue (com monitoramento) com o trabalho de parto. No parto normal, quando o bebê passa pelo canal de parto, recebe a pressão  positiva exercida sobre o tórax e isso ajuda, inclusive, a liberar algum resíduo de mecônio ou liquido amniótico que tenha sido aspirado.
Porém caso algum desses fatores saia de controle, a equipe poderá optar por antecipar o nascimento por via vaginal (com ajuda de fórceps de alívio ou vácuo extrator se o trabalho de parto estiver na fase do expulsivo) ou por via cirúrgica, caso o trabalho de parto ainda esteja na 1a fase (dilatação)."




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Massagem perineal, ótimo exercício pra quem deseja ter um parto.
Ajuda na musculatura do períneo e previne lacerações.




Amamentar - Um ato de amor!

Por Laura Gutman, em "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra"

"Todas as mães, absolutamente todas, podem amamentar sues filhos.
Em vez de falar de técnicas, horários, posições e mamilos, vamos falar de amor.
Amamentar nosso filho será simples se nos dermos conta de que é semelhante a fazer amor: no princípio precisamos nos conhecer. E isso se consegue melhor estando sozinhos, sem pressa.

Quando fazemos amor com o homem que amamos não nos importamos com o tempo , nem se o coito dura mais ou menos que 15 minutos, se ficamos mais em um lado da cama ou no outro, se estamos por cima ou por baixo. Não nos importa se amamos várias vezes em uma hora ou se dormimos esgotados e abraçados um dia inteiro. Não há objetivos, salvo o de nos amarmos.
Quando o bebê nasce, o reflexo de sucção é muito intenso. Como as palavras indicam, ele age sob o reflexo de procurar, encontrar e sugar o leite materno. Para isso, só é preciso que o bebê fique perto do peito. Muito tempo. Todo o tempo. Porque o estímulo é o corpo da mãe, o cheiro, o tom, o ritmo cardíaco, o calor, a voz, enfim, tudo que ele conhece.
Como nas relações amorosas - e trata-se disso -, precisamos de tempo e privacidade. As mulheres precisam entrar em comunicação com o homem para aceitar o ato sexual. Não há diferença no ato de amamentar. O bebê precisa estar informado para sentir o contato e poder sugar, e as mulheres, para produzir leite e gerar amor. Simples assim.
Se recordarmos que o leite materno não é apenas alimento, mas, sobretudo, amor, comunicação, apoio, presença, abrigo, calor, palavra, sentido, acharemos absurdo negar o peito porque "não precisa", "já comeu" ou "é manha". Então, é manha quando precisamos de um abraço prolongado do homem que amamos?
Só o distanciamento de nossa essência nos leva a pensamentos tão violentos em relação a nós mesmas e a nossos bebês.

O ENCONTRO COM SEU EU
Quando as mulheres reafirmar sua relação com a natureza selvagem, adquirem conhecimento, visão, inspiração, intuição, e a própria vida vibra por dentro e por fora. Não digo selvagem no sentido moderno, pejorativo, que quer dizer desprovido de controle, mas no original, que significa viver uma existência natural, em que a criatura se desenvolve com sua integridade inata e saudável.
Esta qualidade faz parte da natureza instintiva e fundamental das mulheres. E é o conhecimento dessa natureza que lhes permite perceber o som dos ritmos internos e viver ao som deles par não perder o equilíbrio espiritual. Quando as mulheres se afastam da fonte básica, perdem os instintos, e os ciclos vitais naturais ficam submetidos à cultura, ao intelecto ou ao ego, seja o próprio ou o dos demais. O selvagem torna todas as mulheres saudáveis. Sem o lado selvagem, a psicologia feminina fica desprovida de sentido.
As melhores oportunidades para que cada mulher se conecte com os aspectos mais naturais, animais e selvagens de seu ser essencial são o parto e a lactância. É claro que muitas poucas o conseguem, porque homens e mulheres, aterrorizados por esses aspectos animais, fazem o possível para que eles não interfiram em sua maneira de ser. Gostaríamos de parir só com a cabeça, sem integrar nossas regiões baixas.
Talvez seja por isso que todos ficam mais tranquilos com as cesarianas: o nascimento ocorre em um lugar mais elevado, mais limpo e decoroso.

A lactação é a continuação e o desenvolvimento de nossos aspectos mais terrenos, selvagens, diretos, filogenéticos. Para dar de mamar, as mulheres deveriam passar quase todo o tempo nuas, sem largar sua cria, imersas em um tempo fora do tempo, sem intelecto nem elaboração de pensamentos, sem a necessidade de se defender de nada nem de ninguém, mas tão somente abstraídas em um espaço imaginário e invisível aos demais. Dar de mamar é isso. É deixar aflorar nossos recantos ancestralmente esquecidos ou negados, nossos instintos animais que imaginemos que estavam aninhados em nosso âmago. É deixar-se levar pela surpresa de nos vermos lambendo nossos bebês, de cheirar o frescor de seu sangue, de lanças de um corpo a outro, de se converter em corpo e fluidos dançantes.
Dar de mamar é se despojar das mentiras que nos contamos durante toda a vida sobre quem somos ou quem deveríamos ser. É estarmos soltas, poderosas, famintas, como lobas, leoas, tigresas, cangurus, ou gatas. Muito semelhantes às mamíferas de outras espécies em seu total apego pelas crias, ignorando o resto da comunidade, mas atentas milimetricamente, às necessidades do recém-nascido.
Extasiadas diante do milagre, tentando reconhecer que fomos nós mesmas que o tornamos possível, e nos reencontrando com o que é sublime, É uma experiência mística se nos permitirmos que assim seja.
Isto é tudo de que se necessita para poder amamentar um filho. Nem métodos, nem horários, nem conselhos, nem relógios, nem cursos. Apenas apoio, proteção e confiança em ser você mesma mais do que nunca. Apenas permissão para ser o que queremos, fazer o que queremos e nos deixar levar pela loucura do selvagem.

Isto é possível quando se compreende que esse profundo vínculo com a mãe terra faz parte da psicologia feminina, que a união com a natureza é intrínseca ao ser essencial da mulher e que, quando este aspecto não se manifesta, simplesmente não flui. as mulheres não são muito diferentes dos rios, dos vulcões ou dos bosques. Só é necessário preservá-los dos ataques.
As mulheres que desejam amamentar têm o desafio de não se distanciar de forma desmedida de seus instintos selvagens. Costumam raciocinar, ler livros de puericultura, e assim, entre tantos conselhos supostamente "profissionais", acabam perdendo o eixo. Há uma idéia que atravessa e desativa a animalidade da lactação: a insistência para que a mãe se afaste do corpo do bebê. Ao contrário do que se supõe, a mãe deveria carregar o bebê durante todo o tempo, inclusive e principalmente enquanto dorme. A separação física a que nos submetemos como díade entorpece a fluidez da lactância. Os bebês ocidentais passam muitas horas dormindo no moisés, no carrinho ou em seus berços. Esta conduta é, simplesmente, um atentado à lactância. Porque amamentar é uma atividade corporal e energética constante. É como um rio que não pode parar de fluir: se as pedras são muito numerosas, desviam seu caudal.
A maioria das mães que me consultam por dificuldades na lactação está preocupada em saber como fazer as coisas corretamente, em vez de procurar o silêncio interior, as raízes profundas, os vestígios de feminilidade e o apoio do homem, da família ou da comunidade que favoreçam o encontro com sua essência pessoal.
Por isso, durante as consultas, quando vejo que as mães ficaram reconfortadas ao ouvir palavras simples de incentivo e ao receber muita atenção, sinto-me em condições de lhes pedir que não deixem o bebê e o conservem em seus braços. Em instantes, as tensões da mãe e da criança desaparecem e o leite passa a fluir. O bebê adormece. Nesse momento, costumo pedir às mães que não o afastem, que o mantenham nos braços, e lhes digo que a criança está só aparentemente adormecida, pois continua bebendo de sua energia, de sua aura,de seu corpo. Se a depositam longe do corpo materno, a alimentação é cortada.

A preocupação com os horários é a maior adversária do leite materno que conheço. As famosas três horas ainda recomendadas entre as mamadas são fruto da ignorância e da falta de respeito pelos ritmos internos da espécie humanas. São cansativas e acabam sendo confusas para as mães, que tentam não se equivocar durante a criação de seus filhos pequenos.
O mundo ocidental está cheio de "opinólogos" diplomados que sufocam a essência feminina e seus esforços para se revelar por meio de um fato tão mágico e simples como é o do leite que jorra dos seios de uma mulher.
Outra adversária do leite é a absurda idéia de que o bebê vai ficar "mal acostumado". Qualquer outra espécie de mamífero morreria de rir (e também morreria) se aquilo que o recém-nascido reclama para sua subsistência lhe fosse negado. Os seres humanos são muito menos inteligentes do que acreditam quando pretendem negar as leis da natureza, complicando a existência.
Amamentar nossos bebês é ecológico no sentido mais amplo da palavra. É voltar a ser o que somos. É nossa salvação. É um ponto de partida e de encontro com o seu eu. É nos despojarmos de cultura e engasgarmos com a natureza.É levar nossas crianças a penetrar um mundo de cores, ritmos, sangue e fogo e dançar com elas a dança da vida.
Para conseguir isso, é indispensável procurar proteção, estando sempre centradas na sabedoria poderosa e natural de nosso coração."






7 de outubro de 2014

O cérebro do bebê com 35 e 40 semanas

Na minha opinião, não se deveria optar pela cesárea eletiva, aquela sem qualquer real indicação, agindo assim se coloca em risco a vida de mãe e bebê em 3x mais.
Mas se realmente for muito difícil mudar de ideia, que seja esperado ao menos a mulher entrar em trabalho de parto, por que aí sim saberemos que o bebê está pronto pra nascer.
Antes disso não há como saber, pode ser com 37, 39, 40 semanas... quando o bebê estiver pronto ele vai avisar e a mulher entrará em trabalho de parto!

O texto a seguir foi escrito pelo Dr. Eduardo Cordioli, ginecologista e obstetra, para um artigo publicado em http://www.einstein.br, em 27/09/2013.

"O CÉREBRO DO BEBÊ DE 35 SEMANAS E DE 40 SEMANAS (a importância de não se fazer uma cesárea eletiva antes das 39 semanas) Vejam a diferença significativa em cinco semanas!
Um bebê que nasce entre 37 a 39 semanas tem menor chance de morrer do que se tivesse nascido de 35 ou 36 semanas. Porém, ele corre o risco de precisar de mais recursos como: UTI Neonatal, suportes ventilatórios e até mesmo de ter déficit neurológico por nascer antes do tempo previsto, quando comparado com os que nasceram após 39 semanas. Segundo o ginecologista e obstetra Eduardo Cordioli*, até mesmo a ressonância do cérebro do bebê que nasce de 39 semanas é diferente em relação ao bebê que nasce de 37 semanas. “Há uma alteração no volume da superfície cortical do cérebro, o que mostra que o bebê que nasce após 39 semanas pode ter um melhor desenvolvimento neurológico”. Hoje, a Associação Americana de Ginecologia e Obstetrícia orienta os ginecologistas de que entre 37 e 39 semanas o termo (feto) é considerado precoce, e de 39 a 41 semanas é a época ideal para o nascimento, com menores complicações. Já um bebê que nasce de 34 a 36 semanas tem duas vezes mais risco de necessidade de escola especial e paralisia cerebral. “O agendamento social, seja ele feito pelo médico ou pela mãe, deve ser revisto, pois marcar o nascimento para uma data especial, pode ficar manchado pelo efeito colateral que é nascer antes da hora”, alerta Cordioli."


OS PRINCIPAIS RISCOS DA CESÁREA ELETIVA ANTES DAS 39 SEMANAS:
- Necessidade de suporte ventilatório para o bebê
- Maior chance de ir para a UTI
- Atrapalha a amamentação
- Aumenta a taxa de infecção (por estar na UTI)
- Maior chance de morte

E a chupeta, dar ou não?!

Chupeta: Dar ou não dar pro meu filho?!
Afinal não têm nada demais, não é mesmo! Tão inofensiva, e me ajuda tanto na hora de fazer meu filho parar de chorar!!
SÓ QUE NÃO!!
A "inofensiva" chupeta que seu filho usa, pode causar inúmeros problemas a curto e longo prazo!
Sei que temos muitas outras coisas pra se fazer além de cuidar do bebê, mas lembre -se que essa fase passa rápido, bem rápido, e o bem que vc acha que está fazendo (a vc mesmo), dando a chupeta pro seu filho, pra ele é um mal muito grande!
O bebê acabou de mamar e está chorando e vc dá uma chupeta. Ele até pode parar de chorar, mas vc sabe pq ele estava chorando?! E se ele só quisesse um colinho, um cheirinho?!
O texto é longo, mas vale a pena.
A informação está aí, é só querer se informar!



 http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2012/09/chupeta-o-que-toda-mae-e-pai-deveria.html

5 de outubro de 2014

Sobre as doulas....

O que significa "doula"







A palavra "doula" vem do grego "mulher que serve". Nos dias de hoje, aplica-se às mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto.
Antigamente a parturiente era acompanhada durante todo o parto por mulheres mais experientes, suas mães, as irmãs mais velhas, vizinhas, geralmente mulheres que já tinham filhos e já haviam passado por aquilo. Depois do parto, durante as primeiras semanas de vida do bebê, estavam sempre na casa da mulher parida, cuidando dos afazeres domésticos, cozinhando, ajudando a cuidar das outras crianças.
Conforme o parto foi passando para a esfera médica e nossas famílias foram ficando cada vez menores, fomos perdendo o contato com as mulheres mais experientes. Dentro de hospitais e maternidades, a assistência passou para as mãos de uma equipe especializada: o médico obstetra, a enfermeira obstétrica, a auxiliar de enfermagem, o pediatra. Cada um com sua função bastante definida no cenário do parto.
O médico está ocupado com os aspectos técnicos do parto. As enfermeiras obstetras passam de leito em leito, se ocupando hora de uma, hora de outra mulher. As auxiliares de enfermeira cuidam para que nada falte ao médico e à enfermeira obstetra. O pediatra cuida do bebê. Apesar de toda a especialização, ficou uma lacuna: quem cuida especificamente do bem estar físico e emocional daquela mãe que está dando à luz? Essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula ou acompanhante do parto.
O ambiente impessoal dos hospitais, a presença de grande número de pessoas desconhecidas em um momento tão íntimo da mulher, tende a fazer aumentar o medo, a dor e a ansiedade. Essas horas são de imensa importância emocional e afetiva, e a doula se encarregará de suprir essa demanda por emoção e afeto, que não cabe a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.

O que a doula faz?

Antes do parto a ela orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.

Durante o parto a doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento num dos momentos mais vulneráveis de sua vida. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc..

Após o parto ela faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.

A doula e o pai ou acompanhante
A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio. Não sabe necessariamente que tipo de carinho ou massagem a mulher está precisando nessa ou naquela fase do trabalho de parto.
Eventualmente o pai sente-se embaraçado ao demonstrar suas emoções, com medo que isso atrapalhe sua companheira. A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.

O que a doula não faz?

A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.

Vantagens
As pesquisas têm mostrado que a atuação da doula no parto pode:
  • diminuir em 50% as taxas de cesárea
  • diminuir em 20% a duração do trabalho de parto
  • diminuir em 60% os pedidos de anestesia
  • diminuir em 40% o uso da oxitocina
  • diminuir em 40% o uso de forceps.
Embora esses números refiram-se a pesquisas no exterior, é muito provável que os números aqui sejam tão favoráveis quanto os acima mostrados.

Fonte: http://www.doulas.com.br/oque.php




O delírio da cesariana

"O delírio da cesariana. Nos hospitais privados, 88% dos bebês nascem por cirurgia. As operações agendadas criam uma geração de quase prematuros. Essas e outras revelações do maior estudo sobre parto já realizado no Brasil.

O brasileiro nasce mal. Em uma frase, essa é a síntese da maior pesquisa sobre parto já realizada no país. A pesquisa Nascer no Brasil está sendo divulgada pela Fiocruz e pelo Ministério da Saúde numa coletiva de imprensa que começou agora no Rio de Janeiro. Esta coluna antecipa o resultado completo e analisa os dados.

Foram entrevistadas 23.894 mil mulheres atendidas em maternidades públicas, privadas ou conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados foram coletados entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012 em 266 hospitais de 191 municípios. Todas as capitais foram incluídas, além de cidades do interior de todos os Estados.

O elevado índice brasileiro de cesarianas não dá sinais de declínio. Todos os anos, quase um milhão de mulheres são submetidas a um parto cirúrgico, sem indicação médica adequada. A cesariana foi realizada em 52% dos nascimentos. Nos hospitais privados, 88% dos bebês nasceram dessa forma. A opção pela cirurgia foi alta (42%) até mesmo em adolescentes.

São números muito distantes da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, partos cirúrgicos devem ocorrem entre 10% a 15% dos nascimentos. As cesarianas deveriam ser exceção. Um recurso importante, reservado aos casos em que há risco para a mãe ou para o bebê.

“Não há justificativas clínicas para um percentual tão elevado no Brasil”, diz a epidemiologista Maria do Carmo Leal, coordenadora do estudo. “Essas cirurgias expõem as mulheres e os bebês a riscos desnecessários e aumentam os gastos com saúde”.

Quase 70% das entrevistadas desejava ter um parto vaginal no início da gravidez, mas poucas foram apoiadas nessa decisão no decorrer da gestação. Segundo a pesquisadora, a mudança não pode ser explicada pelo surgimento de problemas e complicações em todos os casos. Muitos obstetras preferem agendar cesarianas por uma questão de conveniência ou convicção.

Não é raro encontrar, na classe média, mulheres que mudam de médico cinco vezes até conseguir fazer o acompanhamento da gestação com um profissional que valoriza o parto normal. Essa dificuldade levou ao fenômeno crescente das mães que optam por ter seus filhos em casa, com a ajuda de enfermeiras. Não é uma opção livre de riscos, assim como toda internação hospitalar.

“Os médicos têm responsabilidade no alto índice de cesarianas, mas não só eles”, diz Maria do Carmo. “Muitas mulheres acham que a cirurgia é um método seguro e confortável. Dá até para programar a data da festa”, afirma. “Elas precisam entender quais são os riscos dessa decisão”.

O medo do parto normal

Entre as mulheres que escolheram a cesariana desde o início, a principal razão apontada no estudo foi o medo da dor. “Isso ocorre porque o parto normal oferecido no Brasil ainda é muito ruim”, afirma Maria do Carmo.

No Reino Unido, país reconhecido pelo incentivo ao parto vaginal, as mulheres ficam livres durante o trabalho de parto. São estimuladas a andar, podem subir e descer escadas quando se sentem confortáveis para fazer isso, recebem massagens, entram numa banheira.

“No Brasil, colocam um cateter na veia com oxitocina (hormônio que acelera o nascimento) e deixam a pessoa deitada”, afirma a pesquisadora. “É um desrespeito ao corpo, aos sentimentos e à vontade da mulher”. Muitas pedem anestesia porque o parto dói. O SUS oferece esse recurso. O que falta é o anestesista...
 


Uma epidemia de quase prematuros


O agendamento das cirurgias antes do trabalho de parto, tão comum nos hospitais privados, leva a outro problema: a elevada proporção de bebês no limite da prematuridade. No estudo, 35% das crianças nasceram com 37 ou 38 semanas de gestação. Não são considerados prematuras segundo a OMS, mas poderiam ganhar mais peso e maturidade se tivessem a chance de chegar a 39 semanas ou mais de gestação

Trata-se de uma epidemia silenciosa. Em geral, esses bebês recebem alta sem nenhuma complicação grave aparente. Isso pode dar a falsa impressão de que nascer antes de 39 semanas não trará nenhum impacto negativo. No entanto, alguns estudos demonstram que essas crianças são mais frequentemente internadas em UTI’s durante os primeiros dias de vida. Essa prática eleva o risco de complicações e morte.

O desenvolvimento de um bebê guarda alguma semelhança com o de uma planta. Não há como saber em que exato momento ele estará maduro. Alguns ficam prontos com 37 ou 38 semanas. Outros com 40. Outros, só com 42. Há uma variação biológica individual.

Nas cesáreas agendadas, os bebês podem ser retirados do útero antes da hora certa. Na vida intrauterina, as últimas semanas são dedicadas ao trabalho de acabamento mais fino. É quanto a pele é preparada para se adaptar à pressão atmosférica. Os pulmões adquirem a capacidade de abrir. A tolerância ao barulho e à luz se desenvolve.

“Retirar um bebê do útero antes da hora é uma violência. É como arrancar uma planta da terra. A fruta nunca vai ficar doce”, diz Maria do Carmo. Não se sabe se essa prática tão disseminada pode provocar danos futuros, mas alguns estudos sugerem que podem ocorrer perdas cognitivas e outras habilidades.

A proporção de nascimentos prematuros (antes de 37 semanas) encontrada no estudo Nascer no Brasil foi de 11,5%. É uma proporção 60% superior à verificada na Inglaterra e no País de Gales.

Outros dados importantes:

• Cerca de 30% das entrevistadas não desejaram a gestação. 9% ficaram insatisfeitas com a gravidez e 2,3% relataram ter tentado interrompê-la.

• 60% das gestantes começaram a fazer o acompanhamento pré-natal tardiamente, após a 12a semana gestacional. Cerca de um quarto delas não recebeu o número mínimo de seis consultas recomendado pelo Ministério da Saúde.

• 41% das mulheres não sabiam em qual maternidade teriam o bebê. A Lei 11.634, de 2007, determina que toda gestante tem o direito de saber, durante o pré-natal, onde o filho nascerá.

• Quase um quinto das mulheres peregrinou por hospitais durante o trabalho de parto. Elas não conseguiram ser admitidas na primeira maternidade porque faltavam médicos, materiais e equipamentos.

• Práticas inadequadas continuam a ser aplicadas aos recém-nascidos saudáveis na sala de parto. A aspiração de vias aéreas superiores ocorreu em alto percentual. Variou de 62% no Nordeste a 77% no Sudeste.

• O índice de mortalidade materna é incompatível com o nível de desenvolvimento social e econômico do país. Em 2010, ocorreram 62 óbitos maternos para 100 mil nascidos vivos .

• A depressão foi detectada em 26% das mães entre 6 e 18 meses após o parto. Grupos nos quais a doença foi mais frequente: mulheres de baixa condição social e econômica; pardas e indígenas; mulheres sem companheiro; mães que não desejavam a gravidez ou já tinham três ou mais filhos.

Com esse diagnóstico detalhado, as discussões sobre a excessiva medicalização da vida no Brasil podem ocorrer sobre bases mais sólidas. Nascer é um ato biológico. Pelos mais diversos desvios, interesses e mudanças culturais, ele foi transformado em ato médico e em ato cirúrgico.

“Alguns médicos dizem que somos hippies porque defendemos o parto normal, mas não estamos inventando nada nem perseguindo ninguém”, diz Maria do Carmo. A redução dos partos cirúrgicos é uma tendência nos países ricos. Até recentemente, o índice de cesáreas nos Estados Unidos era de 33%. Graças a uma recomendação do Colégio Americano de Obstetrícia, a taxa caiu para 26%.

O Brasil segue na contramão. Nosso índice assustador (88% nos hospitais privados!!!) é o exemplo mais evidente do mau uso de um importante recurso médico. Excesso de intervenções não significa bom acesso à medicina. Significa desperdício subdesenvolvido e delírio coletivo."

Por Cristiane Segatto para a Época

Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/cristiane-segatto/noticia/2014/05/o-delirio-da-bcesarianab.html

Foto do filme 'O Renascimento do Parto 1' por Rafael Morbeck

Cirurgia cesariana pode causar alterações epigenéticas

 Não existe escolha sem informação! Mas também é certo que o profissional que concorda com uma cesárea eletiva, ou que ele mesmo indique, sem uma real necessidade, não esclarece esses fatores! Daí não vem me dizer que se ele não falou nada, é porque isso não existe! Ele não falou nada, porque o GO que age dessa forma, não está preocupado com você e seu bebê, ele está querendo garantir o seu dinheiro, e não quer ser pego de surpresa durante a madrugada! Só por isso!

Então antes de fazer a escolha pela cesárea eletiva, se informe, veja se vale a pena essa "comodidade" de saber o dia e hora que seu filho vai nascer. Veja as consequências que isso pode ter a longo prazo.

Daí tu me diz que fez cesárea e que foi tudo tranquilo e seu filho nasceu lindo e saudável?!

Eu te digo: Que bom! Vocês tiveram muita sorte! Meu filho e eu também tivemos muita sorte! Também passamos por uma eletiva, pela equipe médica, não por mim.

O artigo abaixo declara: "Cirurgia cesariana pode causar alterações epigenéticas".






Alguns trechos (traduzidos livremente):

"A descoberta pode ser interessante para entender por que indivíduos nascidos por cesariana têm estatisticamente um risco aumentado de doenças imunológicas."

"Nascimentos por cesariana eletiva estão aumentando drasticamente em todo o mundo, hoje é o procedimento cirúrgico mais comum em mulheres em idade fértil. Entre os nascidos por cesariana, notou-se um risco aumentado de certas doenças, como asma, diabetes de tipo I, obesidade e doença celíaca."

"Alterações epigenéticas no DNA do núcleo celular ocorre quando os fatores ambientais afetam o modo como os genes são codificados, sem alterar o código genético real. Assim, os genes podem ser ligados e desligados para se adaptar às funções do corpo seguindo as necessidades do meio ambiente."

"Durante um parto vaginal, o feto é exposto a um aumento do nível de estresse, o que de uma forma positiva vai preparar o feto para a vida fora do útero", diz Mikael Norman, pediatra e professor de neonatologia. "Esta ativação dos sistemas de defesa do feto não ocorre quando uma cesariana é realizada antes do início do trabalho de parto (...)."

No link, o artigo completo (em inglês)."
 

"Cirurgia cesariana pode causar alterações epigenéticas"

http://m.medicalxpress.com/news/2014-07-cesarean-section-epigenetic.html

4 de outubro de 2014

O uso do andador

Por Dra. Ana Escobar


“1. Perigo de acidentes. O andador permite que a criança se movimente com muita velocidade, até 1 metro por segundo. Isso pode ser muito perigoso, pois basta um pequeno objeto no chão para travar uma das rodinhas, brecar e fazer a criança cair. Mais importante: normalmente a cabeça é que bate no chão primeiro, causando um trauma crânio encefálico que pode ser muito grave.
2. Não permite o desenvolvimento adequado de músculos e tendões. Crianças que ficam nos andadores tradicionais conseguem deslizar pelo ambiente com um toque rápido da ponta dos pés no chão. Este posicionamento no andador impossibilita o desenvolvimento e a correta estruturação de músculos e tendões que só se desenvolvem a partir do momento que a criança anda.
3. Não ensina, e pior, retarda o desenvolvimento da marcha. Está provado que os bebês que usam o andador andam mais tarde. Ao contrário do que muitos podem achar, o andador não faz a criança andar mais rápido. Ao contrário, atrasa. Exatamente porque impede que músculos e tendões se formem de maneira estruturada e correta. E esta estruturação só é possível com os movimentos naturais de aprendizado dos primeiros passos.”

Sobre as células tronco do cordão umbilical


"Caí no "golpe" do congelamento em banco privado do sangue do cordão umbilical do meu filho.

Quatro anos depois do nascimento do Samuca, recebo um boleto “salgado” para pagar: Cerca de 800 reais. É a anuidade pelo congelamento do sangue do cordão umbilical dele, rico em células tronco embrionárias. O ano em que ele nasceu, 2010, o procedimento era caro – cerca de seis mil reais – e uma “sensação” entre pais e mães. Depois de uma luta para engravidar e duas fertilizações in vitro na bagagem, guardar as células tronco do meu filho parecia uma poupança para a saúde dele. O apelo era grande.

As empresas que fazem a coleta e o congelamento tinham quiosques dentro dos hospitais (acho que ainda têm) e esse tipo de pesquisa estava no centro das discussões mundiais – já se sabia que as células tronco do cordão são muito especiais porque têm a capacidade de se transformar em células de todos os 216 tecidos que formam o corpo humano. Seria possível criar em laboratório órgãos para transplante, curar diabetes, infarto, lesões de medula, Parkinson, Alzheimer. As possibilidades eram grandes e passei os últimos quatro anos lendo e me informando para descobrir que…. talvez nada disso seja viável nas próximas décadas.

Em 2013, ou seja, três anos depois do nascimento do meu filho, soube que a Anvisa lançou uma cartilha sobre os “mitos” de congelamento de cordão umbilical: No Brasil, entre 2003 e 2010, 45.661 unidades de cordão umbilical foram armazenadas em bancos privados, mas apenas três foram utilizadas para transplante autólogo, ou seja, do próprio doador. “Segundo dados da ANVISA, em cerca de 20 mil amostras de sangue de cordão congeladas, só uma será utilizada em transplante até os 20 anos de idade do paciente. E mesmo nestes casos, você poderia recorrer à própria medula óssea para obter essas células. Para armazenar por 20 anos, quanto se gastará? O congelamento para uso do próprio doador está muito longe de ser um seguro de vida, como os bancos privados parecem sugerir”, explica o médico hematologista e hemoterapeuta, doutor em ciências médicas pela Faculdade de Medicina da USP, Murilo Chermont Azevedo. “O argumento é que as umbilicais são mais precoces e que assim poderiam ser mais facilmente reprogramadas – mas isto não tem comprovação científica até o momento”, completa.

E mesmo que esse material fosse necessário – no caso de uma (bate na madeira) leucemia, o uso do próprio material genético da criança para um transplante é questionado pelos médicos: “Já se sabe que em casos de leucemias, provavelmente exista uma tendência genética presente desde o nascimento, portanto o transplante de células de cordão da própria pessoa não é considerado como um tratamento curativo. A melhor opção, se houver indicação de transplante de células-tronco, continua sendo a utilização de um doador compatível”, explica o médico. ”Esse material poderia ser útil em casos ainda mais excepcionais, nos quais existe alto risco de doenças genéticas para anemias hereditárias, como a talassemia e a anemia falciforme”, completa. Samuca não tem nenhuma dessas doenças, ainda bem.

Faço ao médico, que ainda não tem filhos, a clássica pergunta de quem fica encurralada e sem argumentos para defender a própria escolha: “E se fosse seu filho? Você não congelaria o sangue do cordão umbilical dele?” A resposta me surpreende, já que o hematologista se mostrou até aqui contrário à prática. “Armazenaria somente na rede pública, para uso em quem precisasse”. A chance desse material ser útil a alguém aumenta se toda a população tiver acesso a ele. As redes nacionais podem ser interligadas às internacionais, aumentando as chances de salvar a vida de alguém. Mas como o sangue do cordão do Samuca está em um banco privado o único que pode usar é meu próprio filho ou a nossa família. Avanço no questionamento: “Doutor, você descartaria esse material se estivesse no meu lugar?”. ”Eu tentaria doar a um banco público até a última possibilidade. Se não fosse possível, descartaria sem crise de consciência. Afinal, a essa altura você já sabe que ele não tem uma dessas raras doenças genéticas e não haveria utilidade em caso de leucemia”, garante.

O desafio agora é esse: tentar doar a um banco público. O próprio médico acredita que isso talvez não seja possível, porque não há como saber as condições de coleta ou mesmo se estavam sendo armazenadas adequadamente. Ninguém fiscaliza isso. Mas e se…? E se??? Fico pensando que uma revolução na medicina pode acontecer da noite para o dia. Não sei o que fazer. A anuidade deste ano já está paga, ou seja, tenho mais um ano para decidir o destino desse tesouro que, por enquanto, não pode deixar ninguém rico. Apenas me deixa, a cada ano, 800 reais mais pobre."

Por Rita Lisauskas

Fonte:

"Ser mãe é padecer na internet. Alguns caracteres sobre a minha melhor função: a de mãe

http://vilamamifera.com/padecernainternet/cai-no-golpe-do-congelamento-em-banco-privado-do-sangue-do-cordao-umbilical-do-meu-filho/

Por que algumas mães têm baixa produção de leite?!

Coluna “Dra Ana Heloisa responde”: Baixa produção de leite.

Por que algumas mães têm baixa produção de leite?
Essa pergunta reflete uma situação extremamente comum! A mãe chega em casa com o bebê, depois de ter recebido uma rápida e rasa orientação na Maternidade sobre como amamentar corretamente, e começa sua rotina materna. Em poucas semanas o bebê começa a apresentar um comportamento típico de quem está com fome, ela acredita que está fazendo tudo certo e não se dá conta de que a mamada não evolui da forma adequada por que seu bebê não sabe abocanhar a aréola na sua grande maioria. Por isso o leite sai, mas nunca na quantidade necessária e a criança sempre acaba a mamada exausta, e por consequência dormindo, mas nunca saciada. Dali a muito pouco tempo pede para mamar de novo. O comportamento de mamar o tempo todo e de pouquinho em pouquinho é normal nos primeiros dias quando o colostro é o que desce, e mesmo no início da descida do leite, quando o bebê ainda está mostrando para o nosso cérebro o tamanho de sua fome, mas depois, o esperado é que uma rotina de intervalos se estabeleça e o neném comece a apresentar um comportamento de saciedade no final das mamadas.
Quando nos desesperamos, desconfiadas de que não produzimos leite suficiente para os nossos filhos, começamos a tomar uma série de medidas que só nos deixarão mais tensas e inseguras, ao invés de simplesmente procurarmos ajuda para ensinar o bebê a abocanhar corretamente a aréola. Medimos com a bombinha o leite retirado por ela, damos leite em pó, damos chupeta… Quando o que nós precisamos realmente é da ajuda de uma consultora em Aleitamento Materno!



Fonte: http://www.amamentareh.com.br/baixa-producao-de-leite/

Colostro também é leite!!


"Ao nascer, o tamanho do estômago de um bebé é comparável a uma cereja, onde cabem somente 5 a 7 ml de leite. O colostro que a mãe produz - nome dado ao primeiro leite, que surge logo após o parto - é suficiente e não precisa, nem deve, ser complementado com outros leites.
Ao 3º dia, o bebé tem um estômago do tamanho de uma noz, onde apenas cabem 22 a 27 ml de leite. O colostro produzido é suficiente e não deve ser suplementado.
Em média, e em condições normais de nascimento e amamentação, até ao fim da 1ª semana ocorrerá uma transição de colostro para leite maduro. Algumas mães não notam uma subida/descida abrupta do leite, esta situação é perfeitamente normal, principalmente quando o bebé mama a pedido desde o nascimento. E a alteração na coloração do leite também pode ser gradual.
Oferecer este primeiro leite ao bebé, em exclusivo, é de extrema importância. Amamente a pedido do bebé desde o nascimento, porque colostro também é leite!"
 
(Texto de IBFAN Portugal)