28 de novembro de 2014

Uma indução desnecessária, pode acabar numa cesárea!

O que eu vou falar aqui me incomoda muito, me deixa mal.
Levanta a mão quem ficou extremamente ansiosa no final da gestação?! o/
Pois é, foi o que eu pensei...
Mas essa ansiedade pode atrapalhar muito pra quem quer um PN.
Muito mesmo!
Pra que não atrapalhe você precisa estar mais que empoderada, você precisa estar segura da sua decisão em esperar o tempo do seu bebê. E isso requer paciência. Paciência pra esperar, paciência com aqueles que enchem o saco pra saber o por que seu bebê ainda não nasceu, paciência com o médico que começa fazer terrorismo e mexer no seu psicológico quando passa das 39 semanas.
Como se não bastasse a sua ansiedade.
É difícil! Eu que sou se não a primeira, a segunda pessoa mais ansiosa da face da terra, sei bem como é! Ô se sei!
Mas eu queria o meu VBAC (parto vaginal após cesárea), então eu tinha que esperar. Só esperando eu ia conseguir.
E como mãe de segunda viagem, eu já sabia que depois dá uma baita saudade da barriga, de sentir os chutes do bebê e que o tempo voa!! Pra que querer acabar tudo de uma vez?!
São só 9 meses do seu filho dentro da barriga e uma vida inteira pela frente com ele aqui fora.
Hoje minha bebê já está com 8 meses, e parece que foi ontem mesmo que eu pari!

Mas o que me fez escrever esse post foi o número de mulheres que cedem a pressão ou da família, ou do médico e com 39/ 40/ 41 semanas são internadas para indução sem sequer sinal de trabalho de parto, ou simplesmente por que a bolsa estourou e elas acham que têm que sair correndo pro hospital.
E o que têm acontecido com elas?!
Essas mulheres não têm parido! Elas acabam numa maca, com braços amarrados, anestesiadas e têm suas barrigas cortadas, pra tirar logo aquele bebê que estava muito bem, obrigada, no lugar mais seguro pra ele. Assim, com pressa. Por que começam a induzir com misoprostol (que pode levar 48h pra começar a fazer efeito), a dilatação não evolui, a equipe não quer esperar, eles querem mais é que acabe logo. Ou assim que ela chega no hospital, não importando como vai o andamento natural da dilatação, já coloca a mulher no soro com ocitocina sintética e o que acontece?! Dores fortes, contrações seguidas, mulher e bebê não têm tempo de se recuperar entre uma e outra.... sofrimento fetal.... cesárea...
Por quê?! Pra quê?!
Se é uma gestante de baixo risco, está indo tudo bem com ela e bebê, por que não esperar?! Qual o problema em esperar o corpo agir sozinho?! Ele vai agir!! Ele iria agir se esperassem!!
Toda mulher entra em trabalho de parto. Todas!!
Isso aqui é um desabafo mesmo! E um alerta pra que outras não passem por isso sem nenhuma necessidade!!
Vamos confiar mais no nosso corpo?!
Lembrem-se que ele foi feito pra isso.
Perfeito pra conceber, gestar, parir e nutrir!
Abaixo, uma cadeia de intervenções. Se puder, evite a primeira!!

27 de novembro de 2014

Recuperação pós cesárea x parto natural

Como foi minha recuperação depois de um parto natural?!
Não foi.... por que não precisei me recuperar de nada!!
Pari naturalmente, sem qualquer intervenção desnecessária, sem nada de que eu precisasse me recuperar.
Pari em cima da minha cama, depois de +- 30 minutos, cortamos o cordão da Isis, pedimos um pizza (todo mundo louco de fome), comi a pizza ainda na cama, sentada tipo índio, logo em seguida me levantei e fui tomar um banho, sozinha, assim, simplesmente!!

Mas se tu me perguntar sobre como foi a minha recuperação depois da cesárea.... aí é outra história....

Pra começar, aquela salinha em que as gestantes ficam, antes de irem para os quartos, é terrível!
Todas lá, sem conseguir se mexer direito, esperando voltar a sentir as pernas, pra daí sim, pode ir para os quartos.
E com uma "pequena" pressão das enfermeiras "Já está conseguindo mexer as pernas, mãezinha? Só vai sair daqui quando conseguir, vamos lá!"

Como se dependesse da nossa vontade, né?!

Enquanto isso, na espera das pernas voltarem a funcionar.... aquela coceeeeeira no nariz causada pela morfina.
Ok. Pernas mexendo e agora, como vou sair dessa maca e passar pra outra?!
Door, muita dor.
Fui pro quarto. Hora de tentar dar de mamá, pq até então nada feito!
Não tive o primeiro contato com o meu filho, aliás fui a última a vê-lo.
Tento me ajeitar de lado mesmo na maca, mas nada....ele não quis mamar.
Aí vem outra enfermeira: "Vamos tomar banho?"
Mais uma luta e um sufoco pra sair da maca. Ufa, consegui!
Mas quando chego no banheiro, vistas escurecem, quase desmaio e tenho que voltar "correndo" pra cama.
Volto a dormir, quando acordo já é de manhã, me levanto, bem devagar... não posso ficar pra sempre ali, né, esperando não sentir mais dor.
Começo a enfim cuidar do meu filho.... e vou me recuperando....

Claro que o "sentir dor" é muito relativo, cada um encara de um jeito, sente de um jeito. Mas uma cesárea sem dor, só na hora da cirurgia, depois vai doer sim!
E quando comparamos o pós de um e outro é por que a diferença é muito grande!!

Não queira passar por uma cirurgia desnecessariamente, não têm por quê!!

5 de novembro de 2014

O parto que não é NADA normal!

Muitos já sabem que eu sou ativista do parto humanizado, e que antes de parir minha filha Isis, naturalmente, sem nenhuma intervenção, meu filho Arthur e eu passamos por uma cesárea desnecessária.
Ainda dói, não a cicatriz física, mas a da alma, por não ter passado o momento mais lindo da vida com ele também.
Mas hoje em dia, já me sinto a vontade pra falar sobre o assunto, tanto que me sinto no dever de ajudar outras mulheres a não irem pra faca sem necessidade.

Mas não adianta apenas escapar de uma cesárea e cair num parto normal totalmente violento, nós não queremos só que nosso filho nasça pelas nossas vaginas, nós queremos respeito e carinho, queremos de volta o nosso protagonismo! Que seja respeitada a fisiologia do nosso corpo, que o significado de obstetrícia ( vem da palavra latina "obstetrix", que é derivada do verbo "obstare" - ficar ao lado) seja realmente praticado.
Queremos partos e nascimentos respeitosos!! Com intervenções nos casos que forem mesmo necessárias, não feitas de rotina, como se não soubessem mais como um parto funciona.
A medicina evoluiu sim, mas o corpo da mulher continua sendo perfeito pra parir e nutrir, do mesmo modo que é perfeito pra conceber e gestar!

Abaixo algumas das intervenções desnecessárias mais praticadas e de rotina:

Amniotomia (rompimento artificial da bolsa)


Soro com ocitocina sintética (faz aumentar as contrações e as dores se tornam insuportáveis)


Posição de litotômia (pernas abertas e amarradas)


Manobra de kristeller (ato de empurra o fundo do útero durante uma contração)


Episiotomia (corte feito no períneo, entre a vagina e o ânus)


De todas essas intervenções, a que às vezes pode ser mesmo necessária, é o uso da ocitocina sintética, as outras são só violências com a mulher e bebê.

Isso é violência obstétrica e as mulheres precisam saber que isso não é um parto normal!
A nosso luta pelo parto humanizado ainda vai muito longe, mas aos poucos, as mulheres irão se conscientizar e começarão a exigir seus direitos!

Outas coisas que também podem passar despercebidas, ou consideradas normais: gestante ter que ficar deitada na maca durante o trabalho de parto e ter que ficar em jejum, sem ao menos poder tomar uma água. 
A mulher não só pode como deve sim se movimentar durante o trabalho de parto, e deve se alimentar e se hidratar, para que no momento do expulsivo ela tenha forças e esteja disposta!

Façam um plano de parto um modelo aqui!
Denunciem esse tipo de violência, saiba mais clicando aqui!

O parto humanizado é para todas! 
Gestantes do SUS, do setor privado, de todas as classes!! 
A nossa luta é por todas, para todas e de todos!!


Razões para não armazenar células tronco do cordão umbilical

E será que vale a pena armazenar as células tronco do cordão umbilical dos nossos bebês, e privá-los de receber todo o sangue que é deles de direito?!
Não,  não vale.  Mesmo! 

Muito se fala sobre o armazenamento das células tronco do cordão umbilical para ajudar na cura de futuras doenças, mas pouco se sabe mesmo sobre o assunto.
Na verdade não existe nada que conprove que isso realmente seja uma atitude preventiva eficaz, muito pelo contrário.
Se fala muito na cura da leucemia, mas a ABHH - Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, já disse que: "A leucemia, por exemplo, principal causa de câncer em crianças, é a mais citada como argumentação dos bancos privados junto aos pais, como forma de prevenção à saúde. Mas a utilização do próprio sangue de cordão para o transplante desta criança será inútil. Trabalhos na literatura médica demonstram que a carga genética para a leucemia já se encontra presente desde o nascimento e pode ser detectada já no teste do pezinho."

Então acredito que ao invés de querer armazenar, para quem sabe um dia precisar, por que não deixar todo esse sangue pra quem é mesmo de direito, e no momento em que ele, o bebê, realmente precisa?!

Abaixo dois vídeos que mostram como é feita a coleta e todo o sangue que o bebê perde nesse processo.




A seguir dois textos que falam sobre o assunto e explicam muito bem o porquê que não devemos armazenar essas células tronco.

"O sangue do cordão umbilical deve pulsar inteiramente para o recém-nascido, porque é dele. Ele fornece o aporte de ferro necessário para o primeiro ano do bebê, uma vez que o leite materno não é rico nesse mineral (motivo pelos quais os pediatras indicam suplemento de ferro a partir do sexto mês). Sério, o bebê recebe entre 20 e 40ml a mais de sangue, o que representa 30 a 35mg a mais de ferro.
O bebê é oxigenado através do cordão. O clampeamento imediato do cordão equivale a um instante de sufocamento, pois o bebê para, repentinamente, de receber oxigênio. E para bebês com dificuldades respiratórias nos primeiros instantes, esse oxigênio do cordão é extremamente representativo e pode evitar potenciais danos cerebrais e morte.
Não existem estudos que comprovem aspectos negativos do clampeamento tardio. Nenhum. Zero. Nada. Não aumenta o risco de icterícia, não aumenta a bilirrubina, nada disso é comprovado. No entanto…
…em caso de emergências, o clampeamento deve ser imediato. É necessária a remoção do bebê para procedimentos de emergência. E mesmo esse procedimento de remoção e clampeamento imediato pode estar com os dias contados, vê só. Um obstetra britânico ajudou a inventar um equipamento chamado de BASICS trolley. É um carrinho que fica ao lado do leito da mãe, que contem um ressucitador, água e aquecedor, e permite que os cuidados de emergência neonatais imediatos podem ser feitos nesse carrinho, ao lado da mãe, sem o clampeamento do cordão. Ele ganhou prêmios e está aos poucos sendo introduzidos nos hospitais do Reino Unido, local onde os obstetras já incluíram nas guidelines: nada de clampeamento imediato.

E como se não bastasse isso, a própria Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) publicou uma nota dizendo basicamente que esses serviços de coleta e armazenamento privativos do cordão umbilical são… bem… charlatanismo.

Veja o que diz o site de um laboratório que coleta e armazena células-tronco: 
Muitos destes estudos apresentaram resultados promissores em doenças como Diabetes, AVC, Epilepsia, Lupus, Artrites entre outras, além de estudos em recuperação de tecidos danificados em acidentes, como paraplegia, recuperação de queimados, etc.
Mas aí o site do Instituto Nacional de Câncer joga um balde de água fria:
O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea e este é o único uso deste material atualmente. O transplante é indicado para pacientes com leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune (cerca de 70 indicações).
Nota da ABHH sobre a leucemia: 
A leucemia, por exemplo, principal causa de câncer em crianças, é a mais citada como argumentação dos bancos privados junto aos pais, como forma de prevenção à saúde. Mas a utilização do próprio sangue de cordão para o transplante desta criança será inútil. Trabalhos na literatura médica demonstram que a carga genética para a leucemia já se encontra presente desde o nascimento e pode ser detectada já no teste do pezinho.
Então você vai pagar entre R$3.500 e R$6.000 pra coletar as células-tronco do seu bebê, e mais R$600 a R$1.000 reais por ano pra armazená-las, e, se porventura um dia vier a precisar delas, basicamente… não vai poder usá-las.
Mas digamos que você está em um local onde o clampeamento precoce do cordão é regra, como… a maioria dos hospitais brasileiros. Em hospitais públicos, principalmente, a flexibilidade dessas regras é de zero a nula. Então você acha que seria bacana guardar as células-tronco do cordão. Pra isso, existe a Brasilcord, uma rede que reúne os Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical. Públicos, isso mesmo. Significa que você não tem autonomia sobre o uso do sangue da sua criança, mas assim como alguém pode usá-lo, você (ou ele) podem precisar das células-tronco de outro alguém. E é de lá que virá. Naquele link do INCA que eu coloquei acima, eles explicam exatamente como funciona a coleta e a doação para a Brasilcord. E nesse link, estão os endereços dos bancos de sangue umbilical e placentário do país.
Eu sei que no meu próximo filho, farei de tudo para evitar o clampeamento precoce do cordão. E você, levou isso em consideração no seu plano de parto?"

Fonte: http://vilamamifera.com/mamiferas/devo-coletar-o-sangue-do-cordao-umbilical/  
http://scienceofmom.com/2012/10/11/why-consider-delayed-cord-clamping/
O sangue do cordão umbilical deve pulsar inteiramente para o recém-nascido, porque é dele. Ele fornece o aporte de ferro necessário para o primeiro ano do bebê, uma vez que o leite materno não é rico nesse mineral (motivo pelos quais os pediatras indicam suplemento de ferro a partir do sexto mês). Sério, o bebê recebe entre 20 e 40ml a mais de sangue, o que representa 30 a 35mg a mais de ferro.
O bebê é oxigenado através do cordão. O clampeamento imediato do cordão equivale a um instante de sufocamento, pois o bebê para, repentinamente, de receber oxigênio. E para bebês com dificuldades respiratórias nos primeiros instantes, esse oxigênio do cordão é extremamente representativo e pode evitar potenciais danos cerebrais e morte.
Não existem estudos que comprovem aspectos negativos do clampeamento tardio. Nenhum. Zero. Nada. Não aumenta o risco de icterícia, não aumenta a bilirrubina, nada disso é comprovado. No entanto…
…em caso de emergências, o clampeamento deve ser imediato. É necessária a remoção do bebê para procedimentos de emergência. E mesmo esse procedimento de remoção e clampeamento imediato pode estar com os dias contados, vê só. Um obstetra britânico ajudou a inventar um equipamento chamado de BASICS trolley. É um carrinho que fica ao lado do leito da mãe, que contem um ressucitador, água e aquecedor, e permite que os cuidados de emergência neonatais imediatos podem ser feitos nesse carrinho, ao lado da mãe, sem o clampeamento do cordão. Ele ganhou prêmios e está aos poucos sendo introduzidos nos hospitais do Reino Unido, local onde os obstetras já incluíram nas guidelines: nada de clampeamento imediato.

E como se não bastasse isso, a própria Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) publicou uma nota dizendo basicamente que esses serviços de coleta e armazenamento privativos do cordão umbilical são… bem… charlatanismo.

Veja o que diz o site de um laboratório que coleta e armazena células-tronco: 
Muitos destes estudos apresentaram resultados promissores em doenças como Diabetes, AVC, Epilepsia, Lupus, Artrites entre outras, além de estudos em recuperação de tecidos danificados em acidentes, como paraplegia, recuperação de queimados, etc.
Mas aí o site do Instituto Nacional de Câncer joga um balde de água fria:
O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea e este é o único uso deste material atualmente. O transplante é indicado para pacientes com leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune (cerca de 70 indicações).
Nota da ABHH sobre a leucemia: 
A leucemia, por exemplo, principal causa de câncer em crianças, é a mais citada como argumentação dos bancos privados junto aos pais, como forma de prevenção à saúde. Mas a utilização do próprio sangue de cordão para o transplante desta criança será inútil. Trabalhos na literatura médica demonstram que a carga genética para a leucemia já se encontra presente desde o nascimento e pode ser detectada já no teste do pezinho.
Então você vai pagar entre R$3.500 e R$6.000 pra coletar as células-tronco do seu bebê, e mais R$600 a R$1.000 reais por ano pra armazená-las, e, se porventura um dia vier a precisar delas, basicamente… não vai poder usá-las.
Mas digamos que você está em um local onde o clampeamento precoce do cordão é regra, como… a maioria dos hospitais brasileiros. Em hospitais públicos, principalmente, a flexibilidade dessas regras é de zero a nula. Então você acha que seria bacana guardar as células-tronco do cordão. Pra isso, existe a Brasilcord, uma rede que reúne os Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical. Públicos, isso mesmo. Significa que você não tem autonomia sobre o uso do sangue da sua criança, mas assim como alguém pode usá-lo, você (ou ele) podem precisar das células-tronco de outro alguém. E é de lá que virá. Naquele link do INCA que eu coloquei acima, eles explicam exatamente como funciona a coleta e a doação para a Brasilcord. E nesse link, estão os endereços dos bancos de sangue umbilical e placentário do país.
Eu sei que no meu próximo filho, farei de tudo para evitar o clampeamento precoce do cordão. E você, levou isso em consideração no seu plano de parto?"

Fonte: http://vilamamifera.com/mamiferas/devo-coletar-o-sangue-do-cordao-umbilical/  
http://scienceofmom.com/2012/10/11/why-consider-delayed-cord-clamping/

1. Importantes órgãos de saúde não recomendam o armazenamento de células-tronco em bancos privados.
No Brasil, o Ministério da Saúde, o INCA e a Anvisa se posicionaram contra o armazenamento de sangue de cordão umbilical em bancos privados com base em estudos e estatísticas que apontam as numerosas limitações do uso real desse material. A Academia Americana da Pediatria e o Colégio Americano de Ginecologistas Obstetras também são reticentes à prática. Vou resumir as principais objeções levantadas por esses órgãos:
  • A probabilidade real de se usar as células-tronco do cordão é baixíssima: as estimativas indicam entre 0,005% e 0,05%. No Brasil, apenas 3 das 45.661 unidades de sangue de cordão armazenadas em bancos privados no período de 2003 a 2010 foram utilizadas. Ou seja, somente 0,007%.
  • As quantidades coletadas geralmente não são o suficiente para tratar muitas condições – especialmente em adultos. Para você ter uma ideia, segundo Mary Hanet, a gerente de um dos maiores bancos públicos dos EUA, 75% do sangue coletado para bancos públicos é descartado por não conter um número mínimo de células-tronco. Ou seja, há uma chance considerável de você pagar para armazenar um material completamente inviável.
  • Em muitas das doenças passíveis de serem tratadas com células-tronco na infância, não é indicado usar material autólogo (do próprio paciente), porque aquelas células também carregam os marcadores genéticos da doença. É o caso das leucemias, por exemplo, e de outras doenças genéticas.
  • Como os bancos privados não são regulados, há uma chance do armazenamento não estar sendo feito adequadamente.
  • Ainda há poucos estudos e relatos de caso na literatura médica para comprovar o real benefício de tratamentos com células-tronco de sangue de cordão umbilical autólogas.
2. O sangue do cordão pertence ao bebê – privá-lo desse sangue pode ter consequências adversas.
Dizem que o sangue do cordão, se não for coletado, vai para o lixo junto com a placenta. E isso pode até ser verdade em muitos casos, mas é importante saber que  não precisa acontecer no seu caso. Deixar passar alguns minutos antes de cortar o cordão – uma prática conhecida como clampeamento tardio de cordão umbilical – já faz parte de um protocolo humanizado (e baseado em evidências) de parto e nascimento – é, inclusive, uma recomendação da OMS. Consiste em esperar o cordão parar de pulsar, para que o sangue residual do cordão e da placenta retorne para o bebê. Afinal, aquele sangue ali pertence ao bebê, não é mesmo? Na natureza, num parto 100% fisiológico, ele voltaria ao bebê. Estudos mostram que bebês que receberam esse sangue na época do nascimento têm menos anemia do que bebês nascidos com os protocolos antigos de clampeamento (ou seja, cujo cordão foi cortado imediatamente). Eileen Hutton, que publicou uma revisão sistemática sobre o tema, diz o seguinte sobre o clampeamento precoce do cordão (ou seja, o método convencional praticado pela maioria dos médicos): “As implicações são imensas. Trata-se de privar os bebês de 30 a 40 por cento do próprio sangue no nascimento – e tudo isso porque aprendemos uma prática que é nociva”.

Um último ponto sobre as consequências imediatas para o bebê: o procedimento em si, como você pode ver na imagem que ilustra esse post, não me parece um jeito muito agradável de ser recepcionado a este mundo. Eu, se fosse um recém-nascido, preferiria estar entre os seios quentinhos da minha mãe.
3. O marketing das empresas de armazenamento é predatório e antiético.
Um excelente debate entre médicos publicado no jornal de acesso aberto PLOS Medicine levanta uma questão pertinente:  bancos de armazenamento privados exploram a vulnerabilidade emocional dos pais visando o próprio lucro? Visto que: A) muitos candidatos a clientes desconhecem a informação resumida no ponto 1 (sobre a baixíssima probabilidade de, primeiro, precisarem desse material e, segundo e talvez mais importante, conseguirem fazê-lo de forma eficaz) e, sobretudo, B) que a decisão lhes é colocada como uma questão de “seguro de saúde” para um filho que ainda não nasceu – e sobre o qual já se colocou muito desejo, amor, preocupação – então eu diria que C), sim, é uma atitude covarde e cruel das empresas tentar vender-lhes uma garantia nada garantida, uma ilusão, de que através desse “investimento” eles estejam adquirindo um salva-guarda contra seus piores pesadelos. Como se não bastasse essa ação predatória sobre os medos inevitáveis dos pais, essas empresas também bonificam os médicos que “indicam” o serviço. Fiquei sabendo, por uma fonte segura, que as empresas oferecem um “agrado” (em dinheiro, que fique claro) aos obstetras das pacientes que contratam o serviço e que esse “agrado” pode até ultrapassar o valor que o médico recebeu do plano de saúde pelo procedimento feito (parto ou cesárea). É a dupla falta de ética nesse caso, porque nem o obstetra vira uma fonte confiável de informação, já que ele está se beneficiando do procedimento (sem revelar isso aos clientes).
É lógico que, sabendo de tudo isso, um casal pode ainda chegar à conclusão de que dormiria melhor à noite pagando os tais R$2.000 + taxas anuais de R$500. Mas sempre é bom examinar os medos e as crenças irracionais antes de gastar a grana e ser vítima desse marketing desleal, até porque [veja abaixo]…
4. …há maneiras mais eficazes – e mais certeiras – de zelar pela saúde do seu filho.
Ao invés de cair na neurose promovida pelo marketing do medo, fixando-se num cenário hipotético nada provável (doença rara, tecnologias de ponta, cura milagrosa!), que talvez nem seja tratável com o material disponível (insuficiente, mal armazenado, comprometido),  que tal colocar suas energias em medidas efetivas para melhorar a saúde do seu filho? Quer reduzir as chances de que ele tenha um câncer raro, diabetes, doenças autoimunes? Foque suas energias (e recursos financeiros) na amamentação e, em seguida, na alimentação saudável, priorizando comidas caseiras, feitas com ingredientes naturais (e, se possível, livres de agrotóxicos, como os orgânicos). Estabeleça em sua família um estilo de vida ativo, com tempo na natureza, diversão, esporte, ar puro e endorfinas naturais. Promova um ambiente com um mínimo de químicas e toxinas  – o que não significa estéril, pelo contrário, mas evitando expor sua família a substâncias cancerígenas ou disruptores endócrinos. Quer fazer mais? Então contrate um pediatra que faça um trabalho cauteloso, focado na saúde a longo prazo e não só nos males imediatos, limitando assim medicações, hospitalizações e cirurgias. Trate seu bebê, e depois a sua criança, o seu adolescente, com carinho e respeito, zelando pelo seu bem estar emocional, pois uma mente sã é uma condição sine qua non para um corpo são. Essas atitudes pró-ativas, concretas, fundamentadas em evidências, terão um impacto muito maior  a longo prazo na saúde e no bem estar do seu filho.
5. Você aposta na ciência?
Muitos pais que consideram coletar e armazenar o sangue do cordão do filho têm fé nas novas tecnologias e, por isso, optam por contratar esse serviço mesmo sabendo que, no momento atual, as aplicações são restritas. Acreditam que, no futuro, com novas pesquisas e descobertas, os usos se tornarão mais abrangentes e, assim, a probabilidade de se utilizar o material tão caramente guardado aumentará. Agora, se você aposta na ciência e na tecnologia, não seria razoável apostar na possibilidade de se descobrirem outros meios de curar e/ou tratar doenças sem privar o bebê de 30% do sangue do seu corpo ao nascer e sem expô-lo, desnecessariamente, ao risco de anemia por conta do clampeamento precoce do cordão? Sei lá, não sou cientista, mas não acho que essa hipótese seja tão improvável assim.
Já disse tudo o que me propus a dizer. Peço desculpa pelo texto enorme e por não ter tocado no assunto do armazenamento em bancos públicos, mas acho que o impulso por trás dessa opção não é o medo e a vulnerabilidade que fazem um casal considerar o armazenamento em  banco privado. E a minha birra é com isso. Porque é impossível alguém tomar uma decisão consciente sem ter informação real sobre o que está prestes a contratar: informação sobre o serviço, as possíveis consequências, as motivações que o levam a considerá-lo e as alternativas. Espero que eu tenha contribuído para que você faça uma decisão mais consciente sobre a contratação (ou não) desse serviço.

Fonte:  https://amaequequeroser.wordpress.com/2013/06/01/vale-a-pena-armazenar-o-sangue-do-cordao-umbilical/



4 de novembro de 2014

Vamos conversar sobre parto?!

Senta aqui e vamos conversar?!
Assunto de mulher pra mulher!
Há um pouco mais de 1 ano e meio, quando descobri estar grávida da Isis, descobri também que a cesárea que eu tinha passado com o Arthur, tinha sido desnecessária, e desde então entrei nessa luta pela humanização do parto, e eu sei que não saio mais, é um caminho sem volta!

Hoje em dia me sinto na obrigação de ajudar outras mulheres, de passar adiante toda a informação que recebo, informações que eu não tive na minha primeira gravidez, que com certeza teriam feito o nascimento do Arthur tomar um outro rumo.
Mesmo antes de engravidar, sempre quis um parto normal, achava que querer era o suficiente, e eu estava nos 80% das mulheres que desejam um PN, mas também fiz parte daquelas que por algum motivo (desnecessário), tiveram uma cesárea.
O meu motivo foi por pouco líquido amniótico, estava com 36 semanas e 3 dias, não me deram a opção de induzir o parto, e eu também nem desconfiava que pudesse ser assim, eu ainda estava na matrix, como eu ia desconfiar de médicos que estudaram tanto, não é mesmo?!
E é isso o que acontece com muitas mulheres!
E é por isso que lutamos tanto em defesa do parto humanizado!
O parto normal que é conhecido pela maioria, de normal não tem nada.
É cheio de intervenções desnecessárias, violência obstétrica, que infantiliza a mulher e ela perde toda a sua autonomia no momento mais importante da vida.
Não deixando de lado também o nascimento do bebê, a recepção dele, não tenho como pensar em parto humanizado se o bebê não tiver também uma recepção respeitosa!
Até entendo a escolha pela cesárea, se for comparar esses partos violentos, mas parir não é sinônimo de sofrimento, a dor do parto pode ser muito boa sim e é isso que queremos difundir!!

Algumas das mulheres que escolhem pela cesárea, é pelo medo da dor do parto, mas essas também não sabem de todos os riscos de uma cirurgia eletiva.
Com certeza seus médicos não deixam claro o que pode acontecer com ela e bebê a curto e longo prazo, por que pra maioria o que interessa mesmo é o dinheiro, e quantas cesáreas dá pra se fazer em um dia?!
Várias!!
O nascer no Brasil é quase que uma linha de produção. Milhares de mulheres esperando , a cada meia hora, nasce um bebê, o centro cirúrgico é limpo, entra mais uma, e por aí vai.
Mas e quantos desses bebê nascem  mal, com insuficiência respiratória e precisam ir pra UTI por que foram tirados do útero antes do tempo?!
Vários!!
E alguns médicos ainda fazem as mães acreditarem que se o bebê ficasse mais tempo dentro da barriga, ele poderia morrer, por que vejam só, ele teve que ir pra UTI! A cesárea que salvou a sua vida!! Só que não!
Os bebê, e somente os bebês sabem a hora de nascer! Se é uma gestação de baixo risco, ou como alguns preferem dizer, gestação de risco habitual, se está tudo bem com mãe e bebê, não tem por que interromper a gestação por que está chegando perto da data provável do parto e ainda não há sinais do bebê querer nascer.
Uma gestação pode chegar nas 42 semanas e alguns dias tranquilamente! Claro que quanto mais tarde, mais cuidados se deve ter, mas mais uma vez, se está tudo bem, vamos esperar, o bebê agradece!!

É seu primeiro momento aqui fora e deve ser recebido com todo o respeito. Imaginem que ele está no lugar mais seguro, se sentindo amado, protegido, e isso por 9 meses, aí de repente o arrancam de lá, imaginem o desespero que esse bebê vai sentir?!
Cortam o seu cordão e ele tem que aprender na marra como respirar pelas vias aéreas.
Aquele choro não é bonito, aquele choro é de pânico, medo!

É por essas e muitas outras que somos contra a cesárea eletiva, mas vejam bem, não somos contra quem as faz, entendemos que cada mulher tem o direito e deve escolher o que quiser, mas desde que essa escolha seja informada, e com as informações corretas!!
Por isso as vezes podemos passar por grosseiras, que não medem as palavras, mas não é por mal, não é em tom de ofensa, mas tem certas coisas que devem ser ditas, para que saiam da zona de conforto e pensem de verdade sobre o assunto! Às vezes passar a mão na cabeça e falar manso, não dão resultados. O empoderamento é uma porta que só abre pelo lado de dentro, mas para que isso aconteça, é preciso que se saia da Matrix, que se realmente entenda o que acontece fora dela.

Àquelas mulheres que optaram pela cesárea, sem qualquer indicação, apenas por querer, por achar mais cômodo saber o dia e hora que o filho vai nascer, peço que se desarmem quando ler ou ouvir algo que nós temos a dizer, não é um confronto! Não somos nós x vocês, nós somos todas mulheres, mães e queremos ajudar! Pensamos no bem de vocês e seus filhos!!
Mas se mesmo assim, depois de conhecer todos os prós e contras, a decisão continuar sendo a mesma, você vai estar ciente e será por sua conta e risco, e não poderá dizer que não sabia dos riscos!
Uma das maiores leis da vida é que pra toda ação, há uma reação, e muitas vezes não sabemos o que nos espera, pode fugir do nosso controle!

E não digam mais que não são menos mães por terem feito uma cesárea! Nós, ativistas nunca dissemos isso! Via de nascimento não é "mãezímetro", por mais que pra mim seja uma opção errada, optar pela cesárea sem realmente precisar, por tudo o que eu já disse acima, e pensando no bem da mulher e bebê, você não é menos ou mais mãe, ou ama mais ou menos o seu filho dependendo da forma que ele veio ao mundo!
Só queremos que você entenda que se seu filho nasceu lindo e saudável, vocês tiveram sorte, mas muitas outras não tiveram.
E queremos que saibam que cordão enrolado no pescoço não é emergência, que bebês pélvicos (sentados) também nascem naturalmente, que existem pouquíssimas reais indicações de cesárea, e que qualquer dúvida que surgir, procurem ajuda, procurem grupos de apoio ao parto, não se acomodem, lutem por um momento lindo que é o parto e nascimento sem traumas, sem violência pra ambos!

O trabalho de parto pode ser dolorido, cansativo, pode levar horas ou ser super rápido, mas quando a mulher entende  que deve passar por esse processo, por esse ritual de passagem, que a cada dor, cada contração, é seu filho mais perto de nascer, ele se torna prazeroso, e o parto transformador!! Nenhuma mulher continua sendo a mesma depois de parir. Nos tornamos e nos sentimos mais fortes, poderosas, capazes de tudo!
Não se prive dessa experiência!!
Eu te garanto que é mágico e que você não irá se arrepender!
O se o "problema" for mesmo o medo da dor, procure ajuda e converse com mulheres que pariram!
Se doesse tanto assim, você acha mesmo que íamos querer passar por isso de novo minutos depois de parir?! :)




3 de novembro de 2014

Cesárea Eletiva x Parto Natural Humanizado

Cesárea Eletiva - tu sabe o dia e hora que o teu filho vai nascer.

Parto Natural - o dia que o teu filho vai nascer é surpresa.

Cesárea Eletiva - tu pode se arrumar toda para o momento da cirurgia.

Parto Natural - tu pode até se arrumar, mas durante o trabalho de parto isso não terá a menor importância.


Cesárea Eletiva - são mais de 70 pontos na barriga.

Parto Natural - períneo sem episiotomia, por que nenhuma mulher precisa. Pode até haver alguma laceração, mas não chegará perto de uma episio, e às vezes não precisa nem dar ponto.


Cesárea Eletiva - tu está anestesiada, não sente dor nenhuma, não sente teu bebê nascer, não sente o hormônio do amor agindo naturalmente. 

Parto Natural - tu está na partolândia, sente as dores das contrações, sente teu bebê descendo e nascendo na força e no grito. Nasceu. A dor desapareceu e a ocitocina toma conta. Amor, amor, amor. Que dá vontade de passar por tudo de novo.

Cesárea Eletiva - passada a anestesia, remédios e mais remédios pra dor. Postura curvada. Cuidado pra rir, tossir ou espirrar. Medo de ir no banheiro fazer cocô. Dificuldade pra cuidar do bebê sozinha.

Parto Natural - bebê nasceu. A vida segue normalmente, naturalmente, com uma única diferença, agora com um bebê lindo pra deixar tudo mais feliz!!

E por favor, não digam mais que fizeram cesárea e foi tudo super tranquilo e sem dor.


Se a escolha pela cesárea foi por não querer sentir dor, no parto vaginal,  a mulher tem o direito de uma analgesia. 
Se informem de todos os teus direitos!

Postei esse post no perfil e grupo do Facebook, também foi compartilhado pela página do filme O Renascimento do Parto.
Deu muito o que falar, muitas pessoas não entenderam e acharam que eu estava falando que as mulheres que optaram pela cesárea não amavam os seus filhos, quando eu estava falando da dor e da ocitocina, hormônio do amor que é liberado durante o TP e parto, ele não é liberado em uma cirurgia.

A intenção do post foi dizer que se a mulher escolhe pela cesárea, pra fugir da dor do parto, ela está enganada. A cesárea pode não doer durante, mas o pós operatório é sim bem dolorido, e o pior é que é o momento em que deveríamos estar bem dispostas para cuidar do bebê.
Mais uma vez eu digo que, há mulheres e mulheres. Algumas sofreram horrores no pós, outras nem tanto. Eu mesma, consegui cuidar sozinha desde o primeiro momento. Quando meu marido chegou no quarto, eu já estava de pé, trocando a roupa do Arthur.
Óbvio que atolada de remédios pra dor. Sentia dor ao sentar, levantar, trocar de roupas, tomar banho, não podia rir muito, pra espirrar ou tossir era bem dolorido.

No parto natural, eu senti as dores do trabalho de parto, pari, a dor sumiu, fiquei sentada na cama com a minha filha no colo, comi um pedaço de pizza, me levantei, tomei meu banho sozinha e pronto. Estava pronta pra parir de novo.

Esse foi um dos pontos do post.

Próxima questão: a emoção, os sentimentos.

Não disse em nenhum momento que quem fez cesárea não sente amor pelo filho. Me referi ao hormônio ocitocina, que não é liberada em uma cirurgia, tanto é que colocam a sintética junto no soro.

Os animais quando não parem seus filhotes, e/ou alguém os pega antes que a mãe veja, ela costuma rejeitar, claro que o mesmo não acontece com a gente, humanos, pq pensamos, somos racionais, mas tbm não acontece a liberação de ocitocina durante a cesárea, o que não dá aquela explosão de amor, de sentimentos, de emoção quando vemos o nosso filho.
O que é totalmente diferente em um parto natural, quando nós fazemos o nosso filho nascer, quando nós sentimos ele nascer, e isso não sou eu que falo, não é achismo, é um fato!

Não é mais ou menos amor! É o que se sente na hora do nascimento, e têm sim diferença!! Ô se tem!!
Só quem passou pelas duas experiência pode afirmar isso.
Quando eu vi o Arthur, depois de todos, quando ele já estava limpinho e embrulhado, eu amei ele, mas foi um sentimento diferente, meio ainda sem saber direito o que fazer, eu sabia que ele era o meu filho, que eu o amava, que ele estava dentro de mim, e que naquele momento não estava mais...

Quando eu pari a minha filha, foi uma sensação totalmente diferente, inexplicável! A ocitocina já estava trabalhando há muito tempo...

Odent mesmo disse uma vez "o que será da humanidade se todos nascerem de cesárea?! Que fim levará o hormônio do amor?!"

O leite materno mesmo, demora mais pra descer após uma cesárea.... pq?!
Mais uma vez o hormônio....




 





Michel Odent fala sobre parto, nascimento e ocitocina

Michel Odent,  obstetra francês conhecido pelos conceitos de sala de parto como casa e da utilização das piscinas de parto. Fundador do centro de pesquisa: Primal Health Research Center em Londres. Possui 12 livros publicados em 22 línguas e mais de 50 artigos científicos.
Ele defende a “mamiferização” do parto, que é como chama o conjunto de ações que fazem com que o nascimento respeite as condições inatas da mulher. Quanto mais máquinas, especialistas por perto e iluminação, menor a segurança da mulher no momento em que ela precisa estar tranquila para dar à luz, diz Odent. O bebê deveria ficar com a mãe assim que nasce e ser amamentado na primeira hora de vida. Sempre lembrando que somos animais, o obstetra fala sobre a fisiologia do parto, sobre os hormônios e substâncias ligadas ao nascimento e ao medo, que podem causar dor.


 Abaixo entrevista para Gazeta do Povo:

No Brasil, preconiza-se o parto humanizado que, além de prever a presença do pai ou acompanhante na sala, propõe que o bebê fique no quarto com a mãe logo depois do nascimento. O que o senhor considera parto humanizado?
Entendo o parto humanizado de uma maneira diferente. É preciso redescobrir o nascimento, libertar-se de tudo quanto é crença e ritual milenar ou cultural, eliminando o que é especificamente humano. A começar pela linguagem, que é o método humano de comunicação. É preciso satisfazer as necessidades universais específicas de mamíferos, como, por exem­­­plo, ter segurança. Na floresta, se uma fêmea está para ter um filhote e percebe que há um predador por perto, vai liberar adrenalina, essencial em uma situação de emergência na necessidade de partir para a luta. Essa adrenalina vai bloquear o parto, postergar o nascimento. A segurança é uma necessidade básica para qualquer mamífero. Outra necessidade básica é não se sentir observado. Então, mais do que humanizar o parto, é preciso “ma­­­­miferizar” o nascimento e por isso essa expressão parto hu­­­manizado não tem o mesmo sig­­­­nificado para mim. Humanizar é usar um número grande de ferramentas, é a cesária.

O Brasil é considerado um dos campeões em números de cesárias. O senhor acha que isso é uma consequência cultural ou uma escolha médica?
O Brasil não é exatamente o campeão em número de cesárias. Encontramos número ele­­­­­vado em todos os países onde existe um grande número de mé­­­­­dicos obstetras e nos quais as parteiras desapareceram. Aconte­­­ce em todas as grandes cidades da Amé­­­­­rica Latina, chinesas, indianas, coreanas, iranianas, ou em qualquer parte do mundo onde o número de médicos especialistas é grande.

Na sua opinião, qual é o principal argumento para convencer as brasileiras de que o parto normal é melhor do que a cesária?
Não sei se o objetivo é convencer. Não gosto de usar essa palavra porque o que busco é compreender qual a necessidade básica da mulher. Tive a oportunidade de conversar com estudantes do Rio de Janeiro, adolescentes, e elas afirmaram que gostariam de ter parto normal. Então, creio que o obstáculo está em entender a necessidade das mulheres.

O medo da dor no parto e as facilidades de equipamentos encontradas hoje nos hospitais faz com que muitas mulheres, principalmente das classes média e alta, optem pelo parto cesáreo. O que diria a elas?
Quanto mais difícil é o parto, maior a dor. É preciso aprender a ter partos fáceis. Quando são fáceis, o sistema fisiológico protege a mulher da dor porque o nascimento é eficaz. É o parto que libera uma boa quantidade de endorfina pelo cérebro, assim como a ocitocina, fazendo com que a dor fique de lado. Ou pelo menos ela não é tão percebida. Quando existe esse equilíbrio, mesmo que haja dor, as mulheres a esquecem logo em seguida ao parto, ao contrário de quando há uma quantidade desequilibrada desses hormônios, quando há presença da adrenalina. Para que esse parto mais tranquilo aconteça, é preciso que o ambiente seja propício. O que aprendi em 50 anos acompanhando partos, seja em casa ou no hospital, é que o ambiente facilita o procedimento e reduz a dor. Esse ambiente deve ser silencioso, sem tanta gente em volta observando, sem tanta luz. Quanto mais simples, mais eficaz é o parto. Para isso é preciso compreender a fisiologia do parto e redescobrir o que é mais simples.

Recentemente, a modelo Brasi­­­­leira Gisele Bündchen teve um parto em casa, em uma banheira, o que despertou curiosidade sobre esse modelo de parto. Está se tornando comum? Quais as condições para esse tipo de parto, em casa?
A mulher que vai ter o bebê necessita se sentir segura e para isso não há uma regra para todas. Ela pode se sentir segura em casa, com uma parteira, ou perto de máquinas. São mulheres diferentes, mas que têm a mesma necessidade de segurança. Hoje o parto domiciliar é possível em uma sociedade urbana na qual as mu­­­­lheres vivem perto dos melhores hospitais. O ideal seria combinar o que há de bom em casa com o que há de bom no hospital.

http://www.gazetadopovo.com.br/viverbem/conteudo.phtml?id=998399&ch=

Entrevista para a revista Pais & Filhos:

Nós sempre começamos a entrevista falando da origem do entrevistado, sobre a família, os pais... Eu queria começar pela profissão dos seus pais.
Nasci em um vilarejo a 80 quilômetros de Paris que se chama Bresles. Minha mãe era professora no berçário do sistema público francês e meu pai era contador na usina de açúcar local. O interessante é que minha mãe foi uma das primeiras professoras de berçário da França influenciada por Maria Montessori [médica e educadora italiana, fundadora do método Montessori, que tem como base os conceitos de atividade, individualidade e liberdade]. Isso foi logo após a Primeira Guerra Mundial, em torno do ano de 1919. Minha mãe ficou impressionada pelo que ela ensinava, foi a Paris para assistir a uma palestra dela e isso foi o começo de tudo.

Gostaria de saber como foi o seu nascimento.
Nasci em casa, em 1930, com a única parteira do vilarejo. Meu pai estava em casa, mas não entrou no quarto. Eu sou o filho mais velho e, de acordo com a minha mãe, o dia do meu nascimento foi o mais feliz da vida dela. Ela teve a primeira contração às 22h e eu nasci à meia-noite.

Ficavam só a sua mãe e a parteira no quarto?
Eu acho que era a minha mãe, a mãe dela, minha avó, que estava morando no vilarejo. Naquela época o parto era uma coisa de mulher. O pai não entrava no quarto.

Você acredita que a maneira como você nasceu tem alguma influência no seu trabalho, na sua vida?
É difícil saber. Nós somos expostos a tantas influências que é difícil analisar e dizer o que provocou um efeito em uma instância de indivíduo. É impossível dizer. Você pode analisar o efeito em um grande número de pessoas. O resultado de todos os estudos que tenho acompanhado dizem que o período mais crítico é o momento do nascimento, porque é o momento em que acontece a interação dos genes com o ambiente. Atualmente não se fala em quais são os fatores de risco, mas quando acontece essa exposição, o timing. Por exemplo, crianças autistas estão dentro da média em relação ao resto da população no que diz respeito ao peso, circunferência da cabeça e peso da placenta, então você percebe que aquilo que acontece antes do nascimento não é tão importante. Apesar de todos os modismos, não existe nenhum estudo que demonstra a relação entre certas vacinas dadas a bebês e o surgimento de autismo. Temos razões para acreditar que a indução do trabalho de parto é um importante fator de risco.

De onde vem essa teoria?
Estamos fazendo uma pesquisa em Málaga, na Espanha, para testar se a exposição à forma sintética do hormônio da ocitocina durante o trabalho de parto pode ser um fator de risco para o autismo. Parece que a ocitocina sintética pode atravessar a placenta, chegar até o bebê e atingir sua circulação. E quando chega ao cérebro dele, pode interferir no desenvolvimento, em particular do sistema de ocitocina do feto e isso pode causar problemas para sintetizar ocitocina.

A ocitocina é o hormônio do amor, certo?
A ocitocina tem ação dupla: ela contrai o útero, possibilitando o nascimento do bebê e a saída da placenta. Por isso é o hormônio mais importante para o nascimento. Além disso, é ela a responsável por contrair os dutos mamários para que o leite materno seja liberado. O hormônio permite que o útero seja contraído também durante o orgasmo. E a ocitocina é responsável até pela ejaculação, já que ela manda uma mensagem para a próstata e vesícula seminal para que se contraiam. Tudo isso é a função mecânica da ocitocina. Agora descobrimos que ela tem um importante papel no âmbito comportamental. E podemos resumir dizendo: qualquer que seja a faceta do amor, a ocitocina está sempre envolvida.
Como você chegou a essa conclusão?
No nosso estudo, em Málaga, contamos com um grande hospital, com seis mil nascimentos por ano. Lá, acompanhamos bebês nascidos em 2006, que agora tem cinco anos, e sabemos tudo sobre como eles nasceram, os medicamentos a que foram expostos. Entrevistamos suas famílias e procuramos por autismo e outras patologias. Também verificamos a qualidade e duração do aleitamento materno, já que, em teoria, altos níveis de ocitocina sintética aplicada durante o trabalho de parto podem tornar os receptores dos seios menos sensíveis na hora da descida do leite. O amplo uso de ocitocina deve explicar porque tantas mulheres têm dificuldade em amamentar.

Qual é a solução para evitar o uso de ocitocina, caso a mulher não entre em trabalho de parto até 42 semanas?
Você pode monitorar o bebê diariamente, se ele estiver bem não há motivo para tirá-lo do útero. O trabalho de parto é um processo involuntário e como tal, você não pode apressá-lo. É como se você pedisse ao seu esôfago para se contrair mais rapidamente. A ideia em voga atualmente é: “Você não pode parir sozinha”, você precisa de um treinador, alguém que possa te dizer quando fazer força, como tem que respirar, se você está em uma boa posição... Não! O que a mulher precisa é ser protegida de interferências que possam inibir o trabalho de parto. Ela não pode usar a área do cérebro ligada ao intelecto, ela tem que usar as estruturas arcaicas do cérebro. Um conceito físico que pode ser útil é o antagonismo entre adrenalina e ocitocina: quando os mamíferos liberam adrenalina eles não pode liberar ocitocina. Os mamíferos liberam a adrenalina em situações de emergência, particularmente quando estão assustados, quando se sentem observados ou quando estão com frio.

E após o nascimento, o que é mais importante para o bebê?
Temos algumas razões para manter otimismo, apesar de nos encontrarmos no fundo do poço. Descobertas científicas do século 20 nos levaram a acreditar no óbvio: o bebê precisa de sua mãe. Pode parecer óbvio para as gerações mais novas, mas para a minha não era. Antigamente os bebês eram separados de suas mães ao nascer. Hoje, graças à ciência moderna, sabemos que o bebê tem que ficar com a sua mãe quando nasce, que o leite materno é a melhor fonte de alimento e que a mãe é a melhor incubadora que existe. Os estudos nos mostraram o que aprendemos com os outros mamíferos. Com os outros mamíferos há um apego estabelecido imediatamente após o nascimento da cria. Com isso, aprendemos que o corpo do bebê deve ser colonizado por “germes amigos”, as bactérias que estão no corpo da mãe. No mundo ideal o contato do bebê recém-nascido deveria acontecer somente com uma pessoa, sua mãe. É incrível que tenhamos precisado da ciência para descobrir isso!

Você estava presente no parto dos seus filhos?
Para o nascimento da primeira, Sylvie, que nasceu em 1958, não pude estar lá. Na época o pai nunca ficava na sala de parto, além disso, eu estava na Argélia a serviço militar. Para o segundo, Christophe, estive presente por sorte. Estava almoçando e minha mulher falou: “Eu acho que o bebê está descendo”. Antes de voltar ao hospital a examinei e ela estava com cinco centímetros de dilatação, em trabalho de parto! Então eu disse: “Preciso voltar ao hospital, venha comigo”. Chegamos e ela deu à luz logo depois! O último foi Pascal, a mãe dele tinha 38 anos, era seu primeiro filho, e a gravidez era considerada de alto risco porque ela tinha esclerose múltipla. Por isso, ela quis dar à luz em casa e tínhamos que ligar para duas parteiras amigas nossas porque em 1985 eu não era registrado como médico na Inglaterra. Então foi uma situação ideal: estávamos só nós dois em casa e ela estava sozinha no quarto. Mas eu sempre encontrava uma desculpa para não estar com ela diretamente. Resultado: o bebê nasceu três horas depois da primeira contração. A parteira chegou na mesma hora que ele! Ela deu à luz no banheiro, eu estava lá, mas por sorte, mais uma vez.

Qual é a sua formação?
Ironicamente não me formei como obstetra, sou cirurgião. Em 1962 trabalhei em um hospital de uma cidade a 80 quilômetros de Paris, era o encarregado pela unidade de cirurgia. Extraoficialmente, por eu saber a técnica da cesárea, fiquei responsável pela maternidade também. Conforme conversava com as parteiras, me tornava mais interessado pela psicologia do parto e entendi que muitas regras aplicadas por lá eram reais. Então mudamos as regras para tudo, mas não foi do dia para a noite, isso levou anos.

Como vocês quebravam as regras?
Substituímos a tradicional sala de parto por uma salinha que se parecia com o quarto de uma casa, para que a mulher pudesse esquecer que estava em um hospital. Trouxemos um piano e convidamos as grávidas para cantar, se familiarizar com o lugar e com as parteiras. Compramos uma piscina inflável e usamos como opção de alívio da dor, no lugar dos medicamentos. Quando cheguei ao hospital em 1962 eram 200 partos por ano, e em 1977 eram mil nascimentos por ano. Continuei como o único médico da maternidade, com seis parteiras. Me falaram de uma maternidade com 800 partos por ano e 15 obstetras. Então quando digo que fui o responsável, sozinho, por mil partos, os outros médicos não podem acreditar! E eu nem sou obstetra!

http://www.paisefilhos.com.br/bebe/michel-odent

Parto de Lótus

No Parto de Lótus, o bebê nasce, a placenta nasce e o cordão não é cortado. A placenta permanece ligada ao bebê através do cordão, até que este se solte sozinho, naturalmente.


 Os benefícios de um Parto de Lótus são melhor abordados em culturas que procuram entender o ser humano como parte de um todo, sob uma visão holística, menos tecnocrática. Países como a India, China e Egito. Conceitos ausentes na ciência biomédica ocidental.

No Parto de Lótus há um entendimento do bebê e placenta como uma única unidade, sendo a placenta um órgão essencial, assim como o coração ou o fígado cujo funcionamento é essencial para a vida. No Parto de Lotus, a relação bebê-placenta é muito forte, tanto que a mãe dá a luz ao bebê e à placenta.

Não há razões médicas sustentáveis ​​para cortar o cordão umbilical separando a unidade biológica que concebeu, cresceu e nasceram juntos. O Parto de Lotus garante que o bebê recebe o quociente completo de oxigênio no sangue altamente nutritivo que está no cordão. A criança obtém 40 a 60 ml de sangue ‘extra’ a partir da placenta se o cordão não estiver vinculado até pulsações cessar. A perda de 30 mL de sangue para o recém-nascido é equivalente à perda de 600 ml para um adulto. A prática comum de corte imediato do cordão antes das pulsações cessarem, possivelmente, priva o recém-nascido de 60 ml de sangue, o equivalente a um 1200ml em um adulto. Esta é uma explicação provável do estranho fenômeno de perda de peso que a maioria dos recém-nascidos parecem suportar. O novo organismo é colocado imediatamente sob estresse para reproduzir o sangue que lhe foi negado.”   
Dra. Sarah Bucley 

Benefícios de manter a placenta ligada ao bebê através do cordão:

- transfusão total do sangue que está na placenta para o bebê, diminuindo os  riscos de anemia na primeira infância;

- o bebê recebe toda vitamina K presente na placenta, o que em tese, diminui a necessidade da aplicação da vitamina K no bebê após o nascimento (a vitamina K é  importante para evitar hemorragia no recém-nascido);

- o bebê recebe muito mais células tronco (presentes na placenta e no cordão umbilical);

- o bebê recebe mais células de defesa presente na placenta, aumentando sua imunidade.

- aumenta o sucesso na formação do vínculo entre mãe e bebê.

- encoraja a mãe a ficar mais  quieta e próxima ao bebê durante os primeiros  dias;

-como o cordão não é cortado, não há risco de infecção;

Em geral, o cordão solta em 3 dias (diferente de quando é cortado). No site LotusBirht.net encontrei a informação de que quando um cordão é cortado imediatamente após o nascimento, leva em média 9,56 dias para o “coto” secar e cair. Quando é cortado tardiamente (após parar de pulsar), leva em média 7,16 dias para secar e cair. E quando não é cortado, como no Parto de Lotus, leva em média 3,75 dias para secar e soltar.