O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além
podem provocar alterações no seu sono. Veja como saltos de
desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação
podem interferir no sono.
O primeiro ano da criança é uma fase de
mudanças extraordinárias para toda a família. Esse período é
excitante e desafiador, quando bebês aprendem a comunicar suas
necessidades e pais aprendem como atendê-las.
Você pode
pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a rolar,
engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o
sono, mas a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição
dos fenômenos chamados saltos de desenvolvimento, picos de crescimento
e angústia de separação.
Saltos de desenvolvimento
Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades
funcionais específicas que ocorrem em determinados períodos. O
ritmo de desenvolvimento não é constante: há alguns períodos de
desenvolvimento acelerado e outros onde há uma desaceleração.
Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão
excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo
todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos
‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro dos bebês
está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em
períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova
habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.
No
período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento,
o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus
sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade
neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às
mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da
ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao
que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é
comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com
frequência há também alterações em seu apetite e sono.
Então,
nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e
empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova
habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê
dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final
da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a
nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de
se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e
receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos
dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o
bebê irá flutuar entre os dois por um período.
A duração
de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas
semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e
crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas
experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê,
cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para
o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não
cessam na infância, mas continuam até a adolescência. (1-2).
Essas aquisições ocorrem em vários aspectos:
desenvolvimento motor
(aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr,
ter equilíbrio corporal, mudar de posições e outros),
desenvolvimento do controle motor fino (usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um instrumento, escrever, e tantas outras coisas),
linguagem (desenvolvimento da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que outros dizem),
desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de acordo com Piaget ocorre o desenvolvimento
sensório-motor,
que inclui habilidades de pensamento como aprendizado,
entendimentos, resolução de problemas, raciocínio e memória (3)]
e
desenvolvimento social (interagir e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e empatia).
-
5 semanas (1 mês): a visão do bebê
melhora, ele consegue ver padrões em branco e preto, passa a se
interessar mais pelo ambiente que o rodeia e consegue seguir
objetos brevemente com os olhos. Passa ficar acordado por
períodos um pouco maiores (cerca de 1 hora ou pouco mais entre
as sonecas). É também nessa época que bebê começa a chorar com
lágrimas e sorrir pela primeira vez ou com mais frequência do
que antes.
-
8 semanas (quase 2 meses):
diferenças nos sons, cheiros e sabores ficam mais perceptíveis.
Ele percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo e começa a
tentar controlar estes membros. O bebê começa também a
experimentar com sua voz. É também nessa fase que o bebê começa a
mostrar um pouco de sua personalidade: é agora que os pais
começam a reparar quais coisas, cores e sons o bebê gosta mais.
Depois desse salto o bebê vai poder virar a cabeça na direção
de algo interessante e emitir sons conscientemente. Todas essas
novas experiências trazem insegurança ao bebê que provavelmente
procura mais o conforto do peito da mãe. Isso pode deixar a mãe
preocupada se produz leite materno suficiente, o que não
procede, já que a produção se ajusta à demanda (ver abaixo
também sobre picos de crescimento).
-
12 semanas (quase 3 meses): o bebê descobre mais
nuances da vida: nessa idade o bebê já pode enxergar todo um
cômodo da casa, vira-se quando ouve sons altos, e consegue juntar
suas mãos. Vai observar e mexer no rosto e cabelo dos pais e vai
perceber que pode gritar. Depois do salto o bebê praticamente
não vai mais precisar de apoio para manter a cabeça erguida.
Como nos outros saltos, os pais são o porto seguro do mundo do
bebê e ele se apoia nisso. Ele pode começar a reagir de maneira
diferente fora de casa ou no colo de um estranho. Ao mesmo tempo
que o bebê tem uma grande curiosidade em reparar no mundo que o
rodeia, ele também é muito sensível às novidades e por isso se
sente mais confortável e seguro nos braços dos pais.
-
19 semanas (4 meses e meio):
por volta da 14ª. até a 17ª. semanas o bebê pode parecer mais
‘impaciente’. Esse é um dos saltos mais longos: dura cerca de 4
semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O bebê
chora mais, apresenta mudanças extremas de temperamento e quer
mais atenção e colo. Consegue alcançar e pegar um brinquedo,
sacudi-lo e colocá-lo na boca, passá-lo de uma mão para outra.
Pode ganhar o primeiro dente. Os sons que o bebê emite se tornam
mais nítidos e complexos, consegue fazer alguns sons como
‘baba’, ‘dada’. Tudo cheira, soa e tem gosto diferente agora.
Dorme menos. Estranha as pessoas e busca maior contato corporal
quando está sendo amamentado. Depois desse salto o bebê vai
poder virar de costas e de barriga para baixo, e vice-versa, se
arrastar pra frente ou pra trás, olhar atentamente para imagens
num livro; reagir ao ver seu reflexo no espelho e reconhecer seu
próprio nome.
Esse é um dos saltos de desenvolvimento mais
significativos e em que um maior número de mães costuma relatar
alterações no sono. Provavelmente porque o padrão de sono
parecia entrar num ritmo desde que o bebê nasceu, e essa
alteração é vista como uma ‘regressão’, na qual o bebê tende
a acordar bastante por algumas semanas enquanto está trabalhando
no salto. E uma vez que esse salto está completo há somente
1 ou 2 semanas antes de começar a trabalhar no próximo (das 26
semanas), é um longo período de sono ruim e bebê irritado nesse
estágio da vida.
-
26 semanas (6 meses): Já na
23ª semana o bebê parece se tornar mais ‘difícil’. Ele busca
maior contato corporal durante as brincadeiras. O bebê já consegue
coordenar os movimentos dos braços e pernas com o resto do
corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele
começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em
cima, embaixo, atrás, na frente, e usa isso em suas
brincadeiras. Ele passa a entender que quando a mamãe anda, ela
vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando a mãe sai
de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em
explorar a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar
tapetes para olhar o que tem embaixo. Ele se vira para prestar
atenção nas vozes, consegue imitar alguns sons, rola bem em
ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé.
Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase
pode durar cerca de 4-5 semanas.
-
30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar
adiante para alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode
começar a engatinhar, a falar algumas sílabas e entende melhor o
conceito de permanência das coisas. Pode fazer sinal de tchau.
Sente ansiedade com estranhos.
-
37 semanas (8 meses e meio):
o bebê fica ‘temperamental’, tem mudanças frequentes em seu
humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou de
exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de
momentos. Chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e
protesta se não as tem! Não quer que troquem sua fralda, chupa
seus dedos. Protesta quando o contato corporal é interrompido. Dorme
menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos.
Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa
a explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender
que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é
comida e o que é animal, seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá"
e"papá" sem distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha,
aponta objetos, procura objetos escondidos, usa o polegar e
dedo indicador para segurar objetos.
-
46 semanas (quase 11 meses):
o bebê percebe que existe uma ordem nas coisas e atitudes, por
exemplo, que se colocam sapatos nos pés e brinquedos nos
armários. Ganha então uma consciência de suas próprias atitudes.
Ao invés de separar objetos, passa a juntá-los. Depois desse
salto o bebê vai poder apontar para algo ou pessoa a pedido seu,
vai querer ‘falar’ no telefone e enfiar chaves nos buracos de
chave, procurar algo que você escondeu, tentar tirar a própria
roupa. Fala "mamá" e "papá" para a mãe ou pai corretamente.
Levanta-se por alguns segundos, movimenta-se mais, entende o
"não" e instruções simples.
-
55 semanas (quase 13 meses):
geralmente a fase em que o bebê começa a andar - um salto no
desenvolvimento bem significativo. Fala mais palavras do que
"mama" e "papa". Rabisca com giz.
-
64 semanas (quase 15 meses):
o bebê combina palavras e gestos para expressar o que precisa,
come com as mãos, esvazia recipientes, coloca tampas nos
recipientes apropriados, imita as pessoas, explora tudo que
estiver à sua frente, inicia jogos, aponta partes do corpo
quando perguntado, responde a algumas instruções (por exemplo,
“me dá um beijo”), usa colher e garfo, empurra e puxa brinquedos
enquanto anda, joga bola, anda de marcha a ré.
-
75 semanas (17 meses):
o bebê usa cerca de 6 palavras regularmente, gosta de jogos de
imitação, gosta de esconder brinquedos, alimenta uma boneca,
joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e tamanho.
Olha livros sozinho e rabisca bem.
Picos de crescimento
Picos de crescimento são fenômenos que se referem ao crescimento
do bebê em si, e não ao seu desenvolvimento. Nos períodos
de picos os bebês começam a solicitar mais mamadas do que o
usual, pois precisam de mais alimento para crescer nesse ritmo agora
mais acelerado. Então o bebê que dormia longos períodos à
noite pode começar a acordar mais e solicitar mais mamadas. Esta
necessidade geralmente dura de poucos dias a uma semana, seguido de
um retorno ao padrão menor de mamadas, mas agora com o organismo
da mãe adaptado a produzir mais leite.
É muito importante
respeitar a demanda aumentada de mamadas,
pois somente com a livre demanda é que a produção de
leite materno se ajusta perfeitamente às necessidades do bebê.
Nesses
períodos a mãe pode interpretar incorretamente a maior demanda
de mamadas do bebê - ela pode achar que seu leite não está sendo
suficiente, ou que está ‘fraco’ e pensar que a solução para a
situação é oferecer complemento de leite artificial. Porém, é um
erro oferecer mamadeiras com leite artificial nesses períodos,
pois isso prejudica o equilíbrio perfeito da natureza de
produzir o leite conforme a demanda de mamadas. Em outras
palavras, ao dar leite artificial perde-se um estímulo poderoso
no peito, o organismo assim entende que não precisa daquela
mamada, e passa a produzir menos e não mais como é necessário!
Períodos comuns dos picos de crescimento ocorrem por volta dos
7-10 dias, 2-3 semanas, 4-6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses e além.
Os picos continuando acontecendo no decorrer do crescimento da
criança, incluindo a adolescência, momento em que mudanças
físicas e emocionais são mais notáveis.
Dra. Jeny Thomas, médica e consultora de amamentação,
afiliada a Associação Americana de Pediatria e a Academia de
Medicina da Amamentação reflete sobre acreditar na capacidade de
amamentar o bebê:
"
A maioria das mulheres não acredita que
seu corpo que gerou esse lindo bebê seja capaz de amamentar o
mesmo bebê. As pesquisas mostram que uso de complemento e
desmame precoces estão aumentando. Por que não acreditamos no
nosso corpo no pós-parto? Não sei. Mas ouço todos os dias que a
mãe está complementando porque "meu leite não o satisfaz, não
é suficiente." Claro que é. Bebês precisam mamar o tempo
todo- e precisam estar contigo o tempo todo. Essa é sua satisfação
máxima.
Um bebê mamando no peito de sua mãe está
obtendo componentes para desenvolvimento de seu sistema imune,
ativando seu timo, se aquecendo, se sentindo quentinho e
confortável, seguro de predadores, tendo padrões de sono normais
e ativando seu cérebro (ah, e inclusive) adquirindo alimento
para esses processos. Eles não estão somente "famintos" – eles
estão obedecendo seus instintos de sobrevivência." (4)
Ansiedade de separação
A partir de 6 a 8
meses, em média, o bebê começar a perceber que é um indivíduo
separado da mãe. Essa descoberta lhe traz angústia e pânico,
então ele tende a solicitar muita atenção da mãe e pode chorar
mais que o usual. Essa fase se completa num longo processo que
continua a se manifestar de uma forma ou outra até os dois a
três anos, ou até os cinco anos, de acordo com outros
especialistas.
É preciso levar a sério a intensidade dos seus
sentimentos. O bebê não está “chatinho”, “grudento” nem
“manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e representa sua segurança, e
como a noção de permanência (ou seja, tudo que está longe do
campo de visão) não está completamente estabelecida, essa
angústia é muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no
cérebro são feitas na infância e a maneira com que lidamos com
as emoções do bebê tem um efeito profundo em como essas conexões
se refletirão na capacidade do bebê lidar com suas próprias
emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na
primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais
críticas no desenvolvimento do cérebro da criança. (5)
O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro
inferior, está geneticamente programado para ser hipersensível.
Nos primeiros estágios da evolução humana era muito perigoso que
o bebê estivesse longe da sua mãe. Se não chorasse para alertar
seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver.
Então, quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu
cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor
física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da
dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no
joelho, e não consolar as dores emocionais, como a angústia da
separação. Mas, infelizmente, é isso o que fazem muitos pais,
por não conseguirem aceitar que a dor emocional de seu filho é
tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que
todos deveríamos respeitar.
O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema de angústia de separação.
É importante entender que o período "crítico" de
desenvolvimento emocional e social ocorre nos primeiros 18 meses da
criança. A parte do cérebro que regula as emoções, a amídala,
é formada cedo de acordo com as experiências que o cérebro
recebe. O desenvolvimento de um vínculo emocional, empatia e confiança,
e todos os aspectos da inteligência emocional fornecem o
fundamento para desenvolvimento de outros aspectos emocionais
conforme a criança cresce. Então, nutrir emocionalmente e
responsivamente o bebê é importante para que a criança aprenda
empatia, felicidade, otimismo e resiliência na vida.
O
desenvolvimento social, que envolve auto-consciência e capacidade
da criança de interagir com outros, também ocorre em etapas.
Por exemplo, compartilhar brinquedos é algo que um cérebro de
uma criança de 2 anos não está completamente desenvolvido para
fazer bem! Então não se zangue com seu filho menor de 2 anos que
não quer dividir os brinquedos. Esta capacidade social é mais
comum e positiva em crianças maiores de 3 anos.(6)
Então, se se a
mãe tiver que se afastar do filho pequeno para trabalhar ou por
outro motivo, muito carinho, conversa, paciência e coerência
nas atitudes são necessários para que ele continue tendo
confiança nela e supere esse período de crise. É também muito
importante certificar-se que o bebê criou um vínculo afetivo com
o outro cuidador. (7)
Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo
Hipotálamo-Hipófise- Adrenal do cérebro infantil devido a
separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma
pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é
fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida
adulta é muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse
prematuro. (8)
Algumas pessoas justificam sua decisão de
deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de
estresse”, o que significa apresentar ao bebê situações
moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a
tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um
prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão
enganando a si mesmos, pois livrar-se do bebê ou não consolá-lo
(durante o dia ou a noite, quando choram ou pedem mais mamadas
ou colo do que o usual) pode resultar em efeitos adversos
permanentes no cérebro da criança. Ela pode sentir pânico, o que
significa um aumento importante e perigoso das substâncias
estressantes no seu cérebro, podendo resultar em uma
hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na
sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos
de isolamento temeroso. (9).
Algumas idéias práticas para reduzir a Angústia de Separação no
seu bebê estão no artigo prévio sobre retorno ao trabalho e sono
do bebê (link:
http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/),
como praticar separações rápidas e diárias, evitar a
transferência de colo para colo e entender a ansiedade de
separação como um sinal positivo.
Além disso, nessa fase, procure passar todo tempo possível
com seu bebê, principalmente se trabalha fora. Separe os momentos
logo após o reencontro do dia de trabalho para ter dedicação
exclusiva a ele. Sente confortavelmente, faça contato olho no olho,
amamente, interaja com seu bebê. Você pode estar cansada e
estressada depois da longa jornada de trabalho, mas se conseguir
um pouco de energia para receber seu bebê com alegria, você
também se sentirá melhor após alguns minutos de uma reconexão
significativa. Somente depois pense no jantar, no banho e outros
afazeres. Considere promover proximidade na hora de dormir se
suspeita que o bebê tem acordado mais a noite por estar passando
por um pico de ansiedade de separação.
Outras mudanças
Alguns
acontecimentos, como o nascimento de um irmãozinho/a, introdução
de alimentos novos (veja dicas de alimentação que promove o
sono no artigo -link:
http://guiadobebe.uol.com.br/comer-bem-para-dormir-bem/), o retorno da mãe ao trabalho e entrada em creche (veja o artigo prévio sobre esse tema - link:
http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/),
viagens, doenças, separação dos pais, atritos com coleguinhas,
ausência de um ente querido e outros podem interferir no sono da
criança. Tenha muita paciência e ofereça-lhe sempre segurança,
assim, gradualmente, a rotina pode ser restabelecida.
Resumindo
Saltos
de desenvolvimento e picos de crescimento são eventos diferentes
e sua cronologia não se sobrepõe perfeitamente, embora possam
ocorrer concomitantemente.
Picos de crescimento tem a ver com
alimentação (o bebê quer comer mais, inclusive a noite!) e os
saltos tem a ver com desenvolvimento (o bebê pode querer comer e
dormir menos).
A angústia de separação é uma fase muito crítica,
talvez a mais crítica no desenvolvimento do ser humano. A partir
do momento que bebês tomam ciência do mundo ao seu redor eles
começam a formar relações importantes com as pessoas em
suas vidas, aprendem rapidamente que certas pessoas são vitais
para sua felicidade e sobrevivência, e sofrem angústias quando
essas pessoas aparecerem e desaparecerem. Isso tem influência direto
no seu sono, principalmente se a mãe retorna ao trabalho ou promove
um desmame (ou outro tipo de separação) quando o bebê
está passando pela ansiedade de separação.
Todos os fenômenos são
importantes e podem alterar o sono do bebê. Mas é confortante
saber que carinho, apoio, amor, colo, empatia e amamentação em
livre demanda, independente da fase que se encontra, é o que o
bebê precisa.
Fonte:
http://guiadobebe.uol.com.br/fases-de-crescimento-e-desenvolvimento-que-modificam-o-sono-do-bebe-e-da-crianca/