30 de setembro de 2014

Relato de parto da Mislaynne - Um parto domiciliar desassistido.

O planejado era passar o máximo possível do trabalho de parto em casa, e ir para o hospital um pouco antes do expulsivo, mas aconteceu tudo muito rápido, e o Nicolas quis nascer na sua casa!
Relato emocionante!!


"Tudo começou em janeiro de 2014 quando fui visitar Tatiane Coelho (ainda não erámos amigas) que tinha acabado de ganhar sua Isabelle. Estavam lindas e fortes, eu admirei muito ela pelo parto normal, achei ela muito poderosa. Eu sempre tive horror a parto, falava em casa desde criança pra minha mãe e irmã que achava que morreria se um dia tivesse que parir um bebê....kkkkkkk que ignorância hein. Continuando...Tatiane aquela poderosa começou a me falar sobre parto humanizado, eu nunca tinha ouvido falar nisso, ouvi achei bonito, mas não me aprofundei, minha menstruação estava atrasada eu contei a ela, eu já esperava meu Nicolas e não sabia ainda. Ela me add em vários grupos de parto humanizado, eu nem entrei pra ler nada.
Num fim de semana que fui passar em Palmas, minha prima Gleyvia me colocou pra fazer o teste de gravidez, descobrimos que eu tava grávida, fizemos uma surpresa pro marido p contar que iria ser papai, ele se emocionou, eu tbm, uma confusão de sentimentos e medo tbm...comecei a pensar no parto, e fiquei com aquele medo de novo, que eu sempre tive. Me lembrei da minha amiga poderosa, e dos grupos e fui ler, me informar, ver vídeos, pesquisar. Me apaixonei totalmente pelo parto humanizado, tive certeza que queria parto normal, comecei também a “tentar” informar o marido, que a princípio não se interessou muito pelo assunto, até assistirmos O Renascimento do Parto, filme lindo que com certeza mudou toda minha visão sobre o parto e todo aquele medo do parto se transformou em amor pelo parto, e o marido começou a entender a minha língua, infelizmente aqui em Gurupi não temos parto humanizado, então eu comecei a ficar com medo de toda violência obstétrica que eu poderia sofrer e de todas as intervenções desnecessárias que eu teria que passar no hospital. Sonhei com o parto humanizado, parto em casa, na banheira, chegamos a cogitar, mas não tínhamos equipe completa, então descartamos a hipótese e eu decidi pelo PN hospitalar. Encontrei Eydi, farmacêutica que decidiu fazer o curso de doula, e eu fiquei muito feliz, e ela foi minha doula. Combinamos de ficar em casa o máximo possível e ir para o hospital no expulsivo.
Não posso começar a falar do parto sem falar do meu marido, homem maravilhoso que eu admiro muito, forte e admirável, sempre fechando comigo e acreditando em mim, mesmo sem estudar muito, mas sempre confiando em tudo que eu falava pra ele, e concordando e quando assistiu o filme O Renascimento do Parto, ele também se transformou por dentro, começou a se emponderar, informar. Chegamos a pensar em PDD, parto domiciliar desassistido, com a presença da Eydi, Tatiane e depois Larissa, mas cheguei a decidir mesmo pelo hospitalar, ainda torcia e pedia a Deus que pudesse acontecer um “acidente” e meu filho nascer em casa, no ambiente menos traumático pra chegada dele ao mundo, com o calor da sua família, sem luzes fortes no rosto, com pessoas desconhecidas, sala fria e barulhenta, com inúmeras intervenções desnecessárias.
 Nicolas estava com dpp marcada pro dia 15/10/2014, comecei a receber os sinais da sua chegada no dia 18 e 19 de setembro, comecei a perder o tampão, e no fim de semana senti os pródromos, contrações de treinamento. Avisei ao marido e maninha Tailynne que o Nicolas estava perto, não ia esperar a DPP não. Dia 25 de setembro trabalhei normalmente, sem sentir nada de anormal, a noite rotina normal, fiz comida, assei bolo, tudo normal, assisti TV, fiquei no face até quase 1h da manhã. Mal deitamos, senti uma dor rápida e começou sair liquido, eu gemi e falei pro amor, acho que é a bolsa, ele rapidamente levantou e perguntou o que fazer, eu falei p colocar água pra esquentar, pois estamos sem o chuveiro quente, eu ainda tinha esperança de não ser o Tp, pois Tati tinha viajado e não tínhamos combinado mais coisas sobre o TP com a doula, senti um pouco de medo mas quando fui ao banheiro era o tampão saindo e a bolsa rompendo aos poucos, então comecei a aceitar aquele momento e me entregar a cada contração. Meu marido começou a preparar tudo no banheiro, eu sentindo umas contrações fracas, mas com frequência, fomos pro banheiro p aliviar com a água morna e massagens do marido, foi ótimo a princípio aliviou a dor, no intervalo delas íamos p quarto ele deitava e logo outra contração voltávamos p banheiro, e não lembramos de contar o tempo das contrações. Umas 2h40 da manhã, começamos contar as contrações, 3 em 3m, fikei chocada. Como assim, já?? Apenas 1h de Tp e já na fase ativa, era incrível, continuamos contando, 3 em 3m, meu filho estava perto de chegar, não teve fase latente. Eu me entregava a cada contração que já vinha com a vontade de fazer força, e eu fazia, tentava todas as posições, fiquei de quatro, agachada, apoiada na cama, gemia, mas não gritava para não acordar minha irmã, tava com medo dela acordar e  querer me mandar pro hospital e me passar nervosismo e adrenalina, o que poderia atrapalhar meu TP, Deus abençoou até nisso ela não acordou e ela tem o sono leve, e todas as luzes da casa ligadas, e meu marido estava indo muito bem, confiando em mim, segurava minha mão, passava mão na minha cabeça, eu abraçava ele, abaixava junto com a contração, gemia, mas tb não queria passar nervosismo p ele, pra que desse tudo certo. Tentamos falar com a doula Eydi, várias vezes, celular desligado. O marido ficou um pouco nervoso por estar só, eu falei q tava tudo bem, continuamos. Quase 5 da manhã, e nenhuma posição era mais confortável, a dor começou a apertar, resolvi ir pro hospital. Falei pro amor ligar pra mãe dele, que nos levaria pro hospital, ele não via hora q eu falasse isso, tava nervoso mais se fez de calmo p não me atrapalhar kkkkkkkkk eu falei q ia tomar um banho rápido, pq tinha um pouco de sangue nas pernas, entrei no banheiro, coloquei os pés na bacia ia começar a me molhar, quando senti um puxo, fiz força me abaixei e meu Nicolas nasceu, de uma vez só, não quis esperar ir p hospital, ele também teve medo de lá igual a mamãe, o marido apareceu na porta e desesperou quando viu ele saindo e exclamou “Meu Deus”, e eu aparei nosso filho, que passou pela bacia e veio lindo direto pros meus braços, só deu um gemido rápido e ficou quietinho, caladinho, olhos arregalados se movimentando, primeiro contato com o mundo, logo o marido começou a sorrir, eu só falava q ele era lindo, cheirava ele, acolhia.

 Tailynne acordou com o gemido, veio com a cara de desespero e depois sorriu e tirou sua primeira foto dele, no banheiro, no colo da mamãe. O marido ligou pra mãe dele, que ficou nervosa quando soube q nasceu em casa, minha cunhada Ana Paula veio, ajudou a Tailynne a me limpar as pernas, eu perdia sangue, por causa da laceração. Foram ótimas meninas, cuidaram de mim e do sobrinho, envolveram num paninho dele, que chorou a desgrudar a pele da mamãe, e logo calou qdo abracei ele.

 Chamamos o corpo de bombeiros, que ficaram espantados com a rapidez do TP, sendo meu primeiro filho kkkkk ficaram impressionados e me levaram, continuei sentindo contrações, a placenta nascia dentro da ambulância, o cordão dele ainda pulsava passando tudo que ele ainda precisava, mais sangue e oxigênio. Chegando no hospital, foi horrível, a parte ruim e feia desse relato, sofri violência obstétrica pelo médico e meu filho tb com intervenções desnecessárias. O médico cantor foi bastante grosso brigando comigo por não ter ido logo ao hospital e ter perdido sangue, expliquei que ia tomar banho pra ir, mas não deu tempo, mas ele não entendeu, queria que eu tivesse uma bola de cristal, mas sei q aconteceu pq Deus quis. Qdo ele disse q ia ter q dar pontos fiquei triste, eu não queria, sabia q ia doer, e pensei q não tinha lacerado muito, pq qdo ele nasceu eu não senti dor nenhuma no períneo, pedi p não costurar, ai ele disse q eu era louca, que eu ia morrer com aquela hemorragia, que meu marido me trocaria por outra, que eu ia ter que tomar sangue pelo sangue que eu perdi, questionei se eu não tinha escolha sobre meu corpo, ele disse q não, q a partir do momento que eu cheguei no hospital eu era responsabilidade dele, e ainda mostrou a laceração p marido e falou q aquele corte não foi ele que fez e sim meu filho, que raiva dele, por querer dizer a culpa era do meu filho, inocente, com certeza a laceração natural foi bem melhor que uma episiotomia, mais fácil de sarar e foi o tamanho necessário p saída do meu filho, e eu teria sentido duas dores, ao invés de uma. Perguntei meu marido se tinha lacerado muito, se precisa costurar, ele disse q sim, q foi grande a laceração, então aceitei. O marido saiu da sala, eu pedi a enfermeira que segurasse minha mão pelo menos, por causa da dor, nenhuma das duas me ouviu, eu chorei e senti cada ponto, mesmo com anestesia, com certeza por estar nervosa e pela raiva que eu passei com o médico, esse pouco tempo no hospital doeu na minha alma, foi horrível mesmo, graças a Deus não ganhei meu filho lá. Mais tarde na sala obstétrica, o médico apareceu e me ridicularizou na frente das outras mães q estavam lá e das que ainda estavam em trabalho de parto dizendo que não fizessem como eu q demorei ir pro hospital, ganhei em casa e me rasguei toda e ainda não queria que desse pontos, eu não quis discutir e calei. Engraçado o terrorismo que ele fez comigo, e não foi acompanhar o meu sangramento, os pontos e nem se eu estava “morrendo” como ele disse pra mim, que eu ia ter q tomar sangue, e q poderia morrer pela hemorragia. Afffff.
As dores das contrações não são de morte, são de vida, fiquei em casa, escolhi as posições mais confortáveis, as dores eram boas, sem demagogia ou mentiras pra mim foi, eram boas, gostosas e depois da força que eu colocava, passava e eu tava normal, conversando. Quando a gente não tem medo, e se informa não tem dor que amedronte, a gente entende a fisiologia do parto, q o nosso corpo é inteligente, que é importante pro bebê esse momento, que Deus nos criou pra isso, não existe mulher fraca ou que não consegue, mas sim que tem medo do parto anormal que temos em nossos hospitais e no nosso sistema falho e ultrapassado. E assim foi meu momento maravilhoso e lindo planejado por Deus, ele ouviu minhas orações pelo parto normal, e foi melhor do que eu imaginei e sonhei, foi humanizado. Queria agradecer a Tailynne pelas fotos e pelo lindo registro do momento mais lindo da minha vida, e também a minha cunhada Ana Paula que chegou e ajudou a Tailynne a me limpar, me vestir e cuidar do Nicolas..titias lindas e especiais..."


27 de setembro de 2014

Ministério da Saúde determina que bebê deve ir direto para o colo da mãe

Nada de exames de rotina nos primeiros minutos de vida nem ir direto para o berçário. Uma portaria publicada hoje pelo Ministério da Saúde determina que, se o bebê estiver em boas condições de saúde, deve ir direto para o colo da mãe ao nascer nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde).
Pelo texto, o bebê deve ser colocado sobre o abdômen ou tórax da mãe de acordo com a vontade da parturiente. O bebê deve ser “colocado de bruços e receber uma coberta seca e aquecida”, diz a Saúde.
A portaria segue as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) que prevê ainda que o recém-nascido seja amamentado na primeira hora de vida. A portaria publicada no “Diário Oficial da União” assegura o chamado contato ‘pele a pele’ de mãe com o filho independente se o parto é normal ou cesárea.

O texto faz parte da atualização das diretrizes do SUS para permitir um atendimento mais humanizado para mãe e o recém-nascido.
Outra medida proposta é que os exames de rotina do recém-nascido  – pesagem, exame físico e vacinação – ocorram somente depois da sua primeira hora de vida.
A portaria diz ainda que o clampeamento do cordão umbilical do recém-nascido deve ser feito apenas após o cordão parar de pulsar (aproximadamente de 1 a 3 minutos), exceto em casos de mães isoimunizadas ou HIV / HTLV positivas, em que o clampeamento deve continuar sendo feito de imediato.
Ainda de acordo com a portaria, para o recém-nascido com respiração ausente ou irregular, deverá ser seguido o fluxograma do programa de reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria. A publicação diz ainda que o  estabelecimento de saúde que mantiver profissional de enfermagem habilitado em reanimação neonatal na sala de parto deverá possuir em sua equipe, durante 24 horas, ao menos um médico que também seja capacitado.
 O ministério não detalhou ainda como será feita a fiscalização para que as medidas entrem em vigor e se haverá alguma punição aos profissionais de saúde que não seguirem as recomendações.

Fonte:  http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/05/08/ministerio-da-saude-determina-que-bebe-deve-ir-direto-para-o-colo-da-mae/

Violência obstétrica - A voz das brasileiras

As mulheres que são vítimas de violência obstétrica devem formalizar a denúncia, segundo orientação da obstetra e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Carla Andreucci Polido. O Ministério Público Federal não recebeu nenhuma queixa em 2013 e neste ano já são 15. “Denunciar é o primeiro passo para diminuir o número de casos", afirmou.
São muitas e comuns as ações nos hospitais consideradas violência obstétrica. Submeter a gestante a uma aceleração do parto sem necessidade, privar a mulher da presença do acompanhante, garantido por lei no Brasil desde 2005, prescrever jejum para a gestante, o que faz mal para a mãe e para o bebê, e deixar de oferecer métodos naturais e medicamentos quando necessário para aliviar a dor são procedimentos que caracterizam essa violência.
“A violência obstétrica é quando você transforma o processo fisiológico do parto, em um evento medicalizado, institucional. Quando você ultrapassa as recomendações científicas para assistência ao pré-natal e ao parto através de uso abusivo da tecnologia em desrespeito ao processo fisiológico”, explicou Carla.
Frustração
A arquiteta Camila Postigo dos Santos guarda uma grande frustração por causa do nascimento da primeira filha, hoje com 6 meses. Ela era acompanhada pelo mesmo médico havia cinco anos e confiava nele.
“Eu informei que queria o parto natural, sem intervenções e queria fazer na banqueta dentro do quarto e de cócoras. O médico concordou que eu poderia ter o bebê da forma que eu quisesse”, relatou.
Mas ela disse que não foi bem isso o que aconteceu. Depois de uma gestação saudável e de se preparar nove meses para o momento em que receberia a primeira filha, veio a frustração: um parto cheio de intervenções, bem diferente do que ela planejou.
“Quando o médico chegou ao hospital, ele detectou que ainda faltava um pouco de dilatação e a partir daí ele começou a fazer intervenção atrás de intervenção. Ele forçou o períneo, me levou para o centro obstétrico sem me consultar, eu não fui ouvida”, protestou.
A arquiteta não se conforma. “Eu não tive nem chance de tentar sentir como eu tinha que fazer a força e de sentir meu corpo, de sentir o que estava acontecendo. Já tomaram a decisão, empurraram minha barriga e a Laura nasceu em 20 minutos”, lamentou.
Violência pós
O problema pode acontecer antes, durante ou depois do parto. A historiadora Adriana Abujanra conta que foi vítima de violência obstétrica na primeira gravidez. A filha nasceu às 8h, mas ela só foi ver o bebê cinco horas mais tarde.
“Não era possível tanto tempo de separação. Eu tinha pedido que nem levasse ela para o berçário e eu ficava pensando o que aconteceu para ela não estar ali, foi desesperador”, relatou a mulher, que disse que a filha era saudável.
Um procedimento considerado totalmente contrário ao processo natural. “Então, o bebê que nasce em boas condições deve ser colocado em contato pele a pele com sua mãe imediatamente após o parto para favorecer o vínculo e a amamentação, que deve ser realizada preferencialmente na primeira hora do bebê”, explicou a médica da UFSCar.
Indignadas, muitas mães decidiram se manifestar sobre o assunto e postaram relatos sobre o parto na internet. Uma contou: "com muita dor, comecei a chorar. Foi quando uma enfermeira disse em alto e bom som que se continuasse assim não ia me atender mais".
Em outro caso, a mulher disse que teve os braços amarrados e sem nenhuma defesa ou explicação foi levada para cesárea. Outra afirmou que ficou 24 horas sem comer nada. “Então, quando você submete uma mulher a essa situação, porque você é o cuidador dela e tem certa autoridade sobre o processo, quer dizer, você acredita que tem certa autoridade sobre o processo, você está na verdade praticando uma grande violência”, afirmou a professora da UFSCar.
Com denunciar
As denúncias podem ser feitas pelo site do Ministério Público Federal, em São Paulo. A pessoa também pode procurar a Defensoria Pública, mesmo que o atendimento médico tenha sido particular.
É importante reunir documentos, como cópia do prontuário médico e o cartão de acompanhamento da gestação. Outra opção é fazer a denúncia por telefone pelos canais Violência Contra a Mulher – 180, ou disque-saúde - 136.

Fonte: g1.globo.com


Violência obstétrica: Muito além do "Na hora de fazer não gritou"

Violência obstétrica é toda violência institucional (exercida por um profissional de saúde) realizada durante o pré-natal, trabalho de parto, parto, pós-parto e em casos de abortamento, provocados ou não, dentro de uma instituição de saúde. A violência obstétrica é uma violência de gênero, pois o principal alvo são as mulheres, no período gravídico. Porém, as mulheres não são as únicas atingidas por essa opressão, o fruto da gestação, o bebê, também é atingido. A violência obstétrica está intimamente ligada à medicalização do parto, onde a mulher é induzida a acreditar que não tem capacidade de parir sem intervenção como se o corpo dela fosse imperfeito, defeituoso.
Mas, o que é exatamente chamado de violência?
Quando falamos em violência logo nos vem em mente a violência física, mas se tratando de violência obstétrica os tipos de violência podem ser bem mais sutis:
Restrição de movimentos: Durante o trabalho de parto as mulheres possuem necessidade de se movimentar, é um instinto natural que ajuda na evolução do trabalho de parto e na diminuição da dor. Perto do período expulsivo as mulheres também procuram posições verticalizadas, que favorecem o nascimento do bebê, as posições instintivas mais comuns são a posição de cócoras, a posição de joelhos e a posição de quatro. Essas posições são as mais fisiológicas, diminuem o tempo do período expulsivo, diminuem a dor e estão relacionadas com maior índice de Apgar do recém-nascido. Muitos profissionais da saúde restringem a livre movimentação da mulher durante o trabalho de parto e parto, obrigando-as a ficar em decúbito dorsal (deitada de barriga para cima) durante todo o processo, muitas vezes as mulheres têm suas pernas amarradas em estribos no momento expulsivo. Além disso, durante a operação cesariana, a maioria das mulheres tem seus braços amarrados, impossibilitando que toquem nos bebês após o nascimento.
Privação de alimentos e líquidos: não há evidencias cientificas que apoiem o jejum durante o trabalho de parto e parto. A sede e a fome apenas aumentam o cansaço e a intolerância da mulher ao trabalho de parto.
Privação de métodos não farmacológicos para o alivio da dor: muitos métodos são comprovadamente eficazes para a diminuição da dor durante o trabalho de parto, como o uso da bola obstétrica (bola de pilates), massagens, livre movimentação, banho de chuveiro ou banheira, apoio emocional, tanto de profissionais como de acompanhantes. Infelizmente, mesmo esses sendo métodos de baixíssimo custo para as instituições, são pouco usados. A presença de acompanhante, em todos os estágios do parto, é garantida por lei, porém, em muitos lugares essa lei não é respeitada.
Procedimentos desnecessários, realizados sem explicação e sem consentimento:
Leia o texto completo no link: http://partejarconsciente.blogspot.com.br/2014/02/violencia-obstetrica-muito-alem-do-na.html

1:4 - Retratos da violência obstétrica

 Qualquer forma de violência é condenável.
Uma das piores formas de violência que eu conheço é a violência obstétrica, pelas seguintes razões:
- Atinge dois seres que estão vulneráveis, e ao mesmo tempo: a mãe e o bebê. Às vezes atinge também o acompanhante, em geral o pai do bebê.
- É perpetrada por um grupo que tem o domínio (equipe profissional) em seu próprio campo de batalha (o hospital, a sala de parto).
- Muitas vezes não tem testemunha (a equipe se cala, o acompanhante muitas vezes foi impedido de assistir o parto).
- Não é reconhecida pela sociedade, que entende que os profisssionas sempre estavam fazendo o seu melhor e que provavelmente a mulher é quem não colaborou/se comportou.
- Tem quase 100% de impunidade, pois as poucas denúncias caem no buraco negro dos conselhos profissionais e sindicâncias intermináveis.
- Pode causar graves sequelas físicas e psicológicas e, em raros casos, a morte.
- Atinge um número absurdo de mulheres em nosso país, se considerarmos todas as suas formas. Podemos estar chegando perto de 100% de mulheres que foram ou serão submetidas à violência obstétrica durante seus partos.

São atos de violência obstétrica:
- Impedir que a mulher seja acompanhada por alguém de sua preferência, familiar ou de seu círculo social.
- Tratar uma mulher em trabalho de parto de forma agressiva, não empática, grosseira, zombeteira ou de qualquer forma que a faça se sentir mal pelo tratamento recebido.
- Tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infantilizados e diminutivos, tratando-a como incapaz.
- Submeter a mulher a procedimentos dolorosos desnecessários ou humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posição ginecológica com portas abertas.
- Impedir a mulher de se comunicar com o “mundo exterior”, tirando-lhe a liberdade de telefonar, usar celular, caminhar até a sala de espera etc.
- Fazer graça ou recriminar por qualquer característica ou ato físico como, por exemplo, obesidade, pelos, estrias, evacuação etc.
- Fazer graça ou recriminar por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha etc.
- Dar bronca, ameaçar, chantagear ou cometer assédio moral com qualquer mulher/casal por qualquer decisão que ela possa ter tomado, quando essa decisão for contra as crenças, fé ou valores morais de qualquer pessoa da equipe, por exemplo: não ter feito ou ter feito inadequadamente o pré natal, ter muitos filhos, ser mãe jovem (ou o contrário), ter tido ou tentado um parto em casa, ter tido ou tentado um parto desassistido, ter tentado ou ter efetuado um aborto, ter atrasado a ida ao hospital, não ter informado qualquer dado, seja intencional, seja involuntariamente.
- Fazer qualquer procedimento sem explicar antes o que é, por que está sendo oferecido e, acima de tudo, SEM PEDIR PERMISSÃO.
- Submeter a mulher a mais de um exame de toque (ainda assim quando estritamente necessário), especialmente por mais de um profissional, e sem o consentimento, mesmo que para ensino e treinamento de alunos.
- Dar hormônios para tornar mais rápido e intenso um trabalho de parto que está evoluindo normalmente.
- Cortar a vagina (episiotomia) da mulher quando não há necessidade (discute-se a real necessidade em mais que 5 a 10% dos partos).
- Dar um ponto na sutura final da vagina de forma a deixá-la menor e mais apertada para aumentar o prazer do cônjuge (“ponto do marido”).
- Subir na barriga da mulher para expulsar o feto (manobra de Kristeler).
- Submeter a mulher e/ou o bebê a procedimentos feitos exclusivamente para treinar estudantes e residentes.
- Permitir a entrada de pessoas estranhas ao atendimento para “ver o parto”, quer sejam estudantes, residentes ou profissionais de saúde, principalmente sem o consentimento prévio da mulher e de seu acompanhante com a chance clara e justa de dizer não.
- Fazer uma mulher acreditar que precisa de uma cesariana quando ela não precisa, utilizando de riscos imaginários ou hipotéticos não comprovados (o bebê é grande, a bacia é pequena, o cordão está enrolado).
- Submeter uma mulher a uma cesariana desnecessária, sem a devida explicação dos riscos que ela e seu bebê estão correndo (complicações da cesárea, da gravidez subsequente, risco de prematuridade do bebê, complicações a médio e longo prazo para mãe e bebê).
- Submeter bebês saudáveis à aspiração de rotina, injeções e procedimentos na primeira hora de vida, antes que tenham sido colocados em contato pele a pele e de terem tido a chance de mamar.
- Separar bebês saudáveis de suas mães sem necessidade clínica.
Se você, mulher, foi submetida a qualquer um desses atos de violência, denuncie. Não permita que a violência se perpetue. Será necessário que milhares de mulheres se ergam e digam basta, até que as mulheres parem de sofrer. O parto é um momento de alegria, de prazer. A dor fisiológica é suportável. Mas a dor da violência, essa pode se tornar insuportável e deixar profundas marcas.

Para denunciar:
1) Exija seu prontuário no hospital (ele é um documento seu, que fica depositado no hospital, mas as cópias devem ser entregues sem questionamento e custos).
2) Escreva uma carta contando em detalhes que tipo de violência você sofreu e como se sentiu.
—> Se o seu parto foi no SUS, envie a carta para a Ouvidoria do Hospital com cópia para a Diretoria Clínica, para a Secretaria Municipal de Saúde e para a Secretaria Estadual de Saúde.
—> Se o seu parto foi em hospital da rede privada, envie sua carta para a Diretoria Clínica do Hospital, com cópia para a Diretoria do seu Plano de Saúde, para a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e para as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde. Existem outras instâncias de denúncia, dependendo da gravidade da violência recebida, mas um advogado deveria ser consultado.

http://carlaraiter.com/1em4/

Linha púrpura

Sobre a Linha Púrpura:



"O objeto deste estudo recai sobre a evidenciação e a possibilidade de utilização da
linha púrpura” como método clínico auxiliar de avaliação da fase ativa do trabalho
de parto, tipo de tecnologia não invasiva que pode possibilitar maior conforto às
mulheres, bem como diminuir a possibilidade de ocorrência de agravos ou
transtornos de ordem biológica ou psicossocial associados à realização do exame de
toque vaginal, muitas vezes evidenciado como um tipo especial de violência de
gênero na área da saúde. A “linha púrpura” inicia-se na região perianal e, à medida
que a dilatação cervical progride, avança para cima pela fissura interglútea em
direção à junção sacro-coccígea e, à medida que a apresentação fetal avança pela
pelve materna, a linha se descolore. Objetivos: verificar a ocorrência da “linha
púrpura” e da descoloração da “linha púrpura” em mulheres na fase ativa do
trabalho de parto; a correlação entre a medida da “linha púrpura” e a medida da
dilatação cervical das mulheres; a correlação entre a presença de descoloração da
linha púrpura” e o grau de descida da apresentação fetal na pelve das mulheres; a
correlação entre a presença da “linha púrpura” e a caracterização social e obstétrica
das mulheres; e, a opinião das mulheres quanto à utilização desse método clínico.
Método: pesquisa descritiva e observacional, com abordagem quantitativa, em
centro de parto normal de um hospital público de São Paulo, de junho de 2009 a
janeiro de 2010, em amostra constituída por 100 parturientes, segundo critérios de
inclusão e de acordo com os princípios éticos em pesquisa. Resultados: 56% das
mulheres apresentaram “linha púrpura” em pelo menos uma avaliação durante a
fase ativa do trabalho de parto; houve correlação estatística significativa entre as
medidas da dilatação e da “linha púrpura”; 22% das mulheres em que foi
evidenciada a “linha púrpura” apresentaram descoloração em pelo menos uma
avaliação; não houve associação estatisticamente significante entre a presença da
descoloração e a descida da cabeça fetal na bacia materna; 67,5% das mulheres
brancas tendem a apresentar mais a “linha púrpura” do que as 47,2% pardas,
embora sem significância estatística; 81% das mulheres afirmaram que a avaliação
da “linha púrpura” não lhes provocou nenhum desconforto, enquanto 96%
afirmaram que a avaliação da “linha púrpura” não lhes provocou os desconfortos
comparados aos do exame de toque vaginal. Conclusões: o método pode contribuir
para o processo de atenção humanizada e centrada na mulher durante o parto e
nascimento, pois, desde que haja a presença da linha, sua avaliação pode ser
utilizada para diminuir o número de exames vaginais, especialmente quando estes
tiverem o objetivo de avaliar unicamente a dilatação cervical."


Fonte:  http://coroando.blogspot.com.br/2013/07/linha-purpura.html

O perigo do uso do Anticoncepcional

Eu decidi, desde que me tornei mãe, que nunca mais tomaria esse veneno!
Pra prevenir uma gravidez existem outros métodos e que não detonam o nosso corpo como o anticoncepcional! 
E o não uso do mesmo, nos faz conhecer o nosso corpo de verdade!

"Já falei muito sobre o perigo do uso de anticoncepcional para as mulheres. É uma das substâncias mais destrutivas que algum dia alguém teve a infelicidade de inventar. Rsrs. Não sobra um sistema integro em uma mulher que faz uso dessa substância. Ela é a soma de um hormônio chamado etinilestradiol (mulher nenhuma no planeta produz isso) com Progestogenio derivado do Carbono 19 e do carbono 17. A mãe desse Progestogenio chama-se medroxiprogesterona (não existe essa substância em ninguém tb e nem receptor pra ela). Eu poderia ficar horas falando das desordens metabólicas que o uso de anticoncepcionais causam em uma mulher. Uma verdadeira destruição hormonal. Varizes, problemas tromboembolicos, osteoporose, câncer, diminuição da libido, gordura localizada,… A Testosterona despenca. Como ganhar massa muscular, queimar gordura localizada, TER SAÚDE fazendo uso dessas substâncias. A queda de testosterona acaba com a libido, perda da massa muscular, aumenta a gordura corporal, diminui a massa óssea, diminui o “bom” colesterol, acaba com a disposição, … Pra terminar o desabafo: não existe “anticoncepcional fraquinho”. Todos são péssimos. Antes que me perguntem o que fazer. Não existe contraceptivo bom, mas o DIU de cobre seria a melhor opção. Caros amigos, dúvidas e referências no meu blog, pois fica quase impossível responder as dúvidas, pois na verdade não posso consultar por aqui, apenas informar. Minha intenção não é falar a parte boa desse remédio mas sim a informação que raramente chega pra vocês, doa a quem doer. Saúde e Paz!!" 


 Fonte:  http://brunopitanga.com.br/site/perigo-do-uso-de-anticoncepcional/

Fases do crescimento e picos de desenvolvimento do bebê



O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além podem provocar alterações no seu sono. Veja como saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação podem interferir no sono.
O primeiro ano da criança é uma fase de mudanças extraordinárias para toda a família. Esse período é excitante e desafiador, quando bebês aprendem a comunicar suas necessidades e pais aprendem como atendê-las.
Você pode pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a rolar, engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o sono, mas a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição dos fenômenos chamados saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação.
Saltos de desenvolvimento
Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades funcionais específicas que ocorrem em determinados períodos. O ritmo de desenvolvimento não é constante: há alguns períodos de desenvolvimento acelerado e outros onde há uma desaceleração.
Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro dos bebês está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.
No período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono.
Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois por um período.
A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência. (1-2).
Essas aquisições ocorrem em vários aspectos: desenvolvimento motor (aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr, ter equilíbrio corporal, mudar de posições e outros), desenvolvimento do controle motor fino (usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um instrumento, escrever, e tantas outras coisas), linguagem (desenvolvimento da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que outros dizem), desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de acordo com Piaget ocorre o desenvolvimento sensório-motor, que inclui habilidades de pensamento como aprendizado, entendimentos, resolução de problemas, raciocínio e memória (3)] e desenvolvimento social (interagir e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e empatia).

- 5 semanas (1 mês): a visão do bebê melhora, ele consegue ver padrões em branco e preto, passa a se interessar mais pelo ambiente que o rodeia e consegue seguir objetos brevemente com os olhos. Passa ficar acordado por períodos um pouco maiores (cerca de 1 hora ou pouco mais entre as sonecas). É também nessa época que bebê começa a chorar com lágrimas e sorrir pela primeira vez ou com mais frequência do que antes.

- 8 semanas (quase 2 meses): diferenças nos sons, cheiros e sabores ficam mais perceptíveis. Ele percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo e começa a tentar controlar estes membros. O bebê começa também a experimentar com sua voz. É também nessa fase que o bebê começa a mostrar um pouco de sua personalidade: é agora que os pais começam a reparar quais coisas, cores e sons o bebê gosta mais. Depois desse salto o bebê vai poder virar a cabeça na direção de algo interessante e emitir sons conscientemente. Todas essas novas experiências trazem insegurança ao bebê que provavelmente procura mais o conforto do peito da mãe. Isso pode deixar a mãe preocupada se produz leite materno suficiente, o que não procede, já que a produção se ajusta à demanda (ver abaixo também sobre picos de crescimento).


- 12 semanas (quase 3 meses): o bebê descobre mais nuances da vida: nessa idade o bebê já pode enxergar todo um cômodo da casa, vira-se quando ouve sons altos, e consegue juntar suas mãos. Vai observar e mexer no rosto e cabelo dos pais e vai perceber que pode gritar. Depois do salto o bebê praticamente não vai mais precisar de apoio para manter a cabeça erguida. Como nos outros saltos, os pais são o porto seguro do mundo do bebê e ele se apoia nisso. Ele pode começar a reagir de maneira diferente fora de casa ou no colo de um estranho. Ao mesmo tempo que o bebê tem uma grande curiosidade em reparar no mundo que o rodeia, ele também é muito sensível às novidades e por isso se sente mais confortável e seguro nos braços dos pais.

- 19 semanas (4 meses e meio): por volta da 14ª. até a 17ª. semanas o bebê pode parecer mais ‘impaciente’. Esse é um dos saltos mais longos: dura cerca de 4 semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O bebê chora mais, apresenta mudanças extremas de temperamento e quer mais atenção e colo. Consegue alcançar e pegar um brinquedo, sacudi-lo e colocá-lo na boca, passá-lo de uma mão para outra. Pode ganhar o primeiro dente. Os sons que o bebê emite se tornam mais nítidos e complexos, consegue fazer alguns sons como ‘baba’, ‘dada’. Tudo cheira, soa e tem gosto diferente agora. Dorme menos. Estranha as pessoas e busca maior contato corporal quando está sendo amamentado. Depois desse salto o bebê vai poder virar de costas e de barriga para baixo, e vice-versa, se arrastar pra frente ou pra trás, olhar atentamente para imagens num livro; reagir ao ver seu reflexo no espelho e reconhecer seu próprio nome.
Esse é um dos saltos de desenvolvimento mais significativos e em que um maior número de mães costuma relatar alterações no sono. Provavelmente porque o padrão de sono parecia entrar num ritmo desde que o bebê nasceu, e essa alteração é vista como uma ‘regressão’, na qual o bebê tende a acordar bastante por algumas semanas enquanto está trabalhando no salto. E uma vez que esse salto está completo há somente 1 ou 2 semanas antes de começar a trabalhar no próximo (das 26 semanas), é um longo período de sono ruim e bebê irritado nesse estágio da vida.

- 26 semanas (6 meses): Já na 23ª semana o bebê parece se tornar mais ‘difícil’. Ele busca maior contato corporal durante as brincadeiras. O bebê já consegue coordenar os movimentos dos braços e pernas com o resto do corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em cima, embaixo, atrás, na frente, e usa isso em suas brincadeiras. Ele passa a entender que quando a mamãe anda, ela vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando a mãe sai de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em explorar a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar tapetes para olhar o que tem embaixo. Ele se vira para prestar atenção nas vozes, consegue imitar alguns sons, rola bem em ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé. Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase pode durar cerca de 4-5 semanas.


- 30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar adiante para alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode começar a engatinhar, a falar algumas sílabas e entende melhor o conceito de permanência das coisas. Pode fazer sinal de tchau. Sente ansiedade com estranhos.

- 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’, tem mudanças frequentes em seu humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou de exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de momentos. Chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Não quer que troquem sua fralda, chupa seus dedos. Protesta quando o contato corporal é interrompido. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos. Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa a explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal, seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá" e"papá" sem distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha, aponta objetos, procura objetos escondidos, usa o polegar e dedo indicador para segurar objetos.

- 46 semanas (quase 11 meses): o bebê percebe que existe uma ordem nas coisas e atitudes, por exemplo, que se colocam sapatos nos pés e brinquedos nos armários. Ganha então uma consciência de suas próprias atitudes. Ao invés de separar objetos, passa a juntá-los. Depois desse salto o bebê vai poder apontar para algo ou pessoa a pedido seu, vai querer ‘falar’ no telefone e enfiar chaves nos buracos de chave, procurar algo que você escondeu, tentar tirar a própria roupa. Fala "mamá" e "papá" para a mãe ou pai corretamente. Levanta-se por alguns segundos, movimenta-se mais, entende o "não" e instruções simples.

- 55 semanas (quase 13 meses): geralmente a fase em que o bebê começa a andar - um salto no desenvolvimento bem significativo. Fala mais palavras do que "mama" e "papa". Rabisca com giz.

- 64 semanas (quase 15 meses): o bebê combina palavras e gestos para expressar o que precisa, come com as mãos, esvazia recipientes, coloca tampas nos recipientes apropriados, imita as pessoas, explora tudo que estiver à sua frente, inicia jogos, aponta partes do corpo quando perguntado, responde a algumas instruções (por exemplo, “me dá um beijo”), usa colher e garfo, empurra e puxa brinquedos enquanto anda, joga bola, anda de marcha a ré.

- 75 semanas (17 meses): o bebê usa cerca de 6 palavras regularmente, gosta de jogos de imitação, gosta de esconder brinquedos, alimenta uma boneca, joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e tamanho. Olha livros sozinho e rabisca bem.

Picos de crescimento

Picos de crescimento são fenômenos que se referem ao crescimento do bebê em si, e não ao seu desenvolvimento. Nos períodos de picos os bebês começam a solicitar mais mamadas do que o usual, pois precisam de mais alimento para crescer nesse ritmo agora mais acelerado. Então o bebê que dormia longos períodos à noite pode começar a acordar mais e solicitar mais mamadas. Esta necessidade geralmente dura de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas, mas agora com o organismo da mãe adaptado a produzir mais leite.


É muito importante respeitar a demanda aumentada de mamadas, pois somente com a livre demanda é que a produção de leite materno se ajusta perfeitamente às necessidades do bebê.
Nesses períodos a mãe pode interpretar incorretamente a maior demanda de mamadas do bebê - ela pode achar que seu leite não está sendo suficiente, ou que está ‘fraco’ e pensar que a solução para a situação é oferecer complemento de leite artificial. Porém, é um erro oferecer mamadeiras com leite artificial nesses períodos, pois isso prejudica o equilíbrio perfeito da natureza de produzir o leite conforme a demanda de mamadas. Em outras palavras, ao dar leite artificial perde-se um estímulo poderoso no peito, o organismo assim entende que não precisa daquela mamada, e passa a produzir menos e não mais como é necessário!
Períodos comuns dos picos de crescimento ocorrem por volta dos 7-10 dias, 2-3 semanas, 4-6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses e além. Os picos continuando acontecendo no decorrer do crescimento da criança, incluindo a adolescência, momento em que mudanças físicas e emocionais são mais notáveis.


Dra. Jeny Thomas, médica e consultora de amamentação, afiliada a Associação Americana de Pediatria e a Academia de Medicina da Amamentação reflete sobre acreditar na capacidade de amamentar o bebê:
"A maioria das mulheres não acredita que seu corpo que gerou esse lindo bebê seja capaz de amamentar o mesmo bebê. As pesquisas mostram que uso de complemento e desmame precoces estão aumentando. Por que não acreditamos no nosso corpo no pós-parto? Não sei. Mas ouço todos os dias que a mãe está complementando porque "meu leite não o satisfaz, não é suficiente." Claro que é. Bebês precisam mamar o tempo todo- e precisam estar contigo o tempo todo. Essa é sua satisfação máxima.
Um bebê mamando no peito de sua mãe está obtendo componentes para desenvolvimento de seu sistema imune, ativando seu timo, se aquecendo, se sentindo quentinho e confortável, seguro de predadores, tendo padrões de sono normais e ativando seu cérebro (ah, e inclusive) adquirindo alimento para esses processos. Eles não estão somente "famintos" – eles estão obedecendo seus instintos de sobrevivência." (4)


Ansiedade de separação
A partir de 6 a 8 meses, em média, o bebê começar a perceber que é um indivíduo separado da mãe. Essa descoberta lhe traz angústia e pânico, então ele tende a solicitar muita atenção da mãe e pode chorar mais que o usual. Essa fase se completa num longo processo que continua a se manifestar de uma forma ou outra até os dois a três anos, ou até os cinco anos, de acordo com outros especialistas.
É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. O bebê não está “chatinho”, “grudento” nem “manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e representa sua segurança, e como a noção de permanência (ou seja, tudo que está longe do campo de visão) não está completamente estabelecida, essa angústia é muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no cérebro são feitas na infância e a maneira com que lidamos com as emoções do bebê tem um efeito profundo em como essas conexões se refletirão na capacidade do bebê lidar com suas próprias emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais críticas no desenvolvimento do cérebro da criança. (5)


O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior, está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução humana era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe. Se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver.
Então, quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho, e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, infelizmente, é isso o que fazem muitos pais, por não conseguirem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.
O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema de angústia de separação.


É importante entender que o período "crítico" de desenvolvimento emocional e social ocorre nos primeiros 18 meses da criança. A parte do cérebro que regula as emoções, a amídala, é formada cedo de acordo com as experiências que o cérebro recebe. O desenvolvimento de um vínculo emocional, empatia e confiança, e todos os aspectos da inteligência emocional fornecem o fundamento para desenvolvimento de outros aspectos emocionais conforme a criança cresce. Então, nutrir emocionalmente e responsivamente o bebê é importante para que a criança aprenda empatia, felicidade, otimismo e resiliência na vida.
O desenvolvimento social, que envolve auto-consciência e capacidade da criança de interagir com outros, também ocorre em etapas. Por exemplo, compartilhar brinquedos é algo que um cérebro de uma criança de 2 anos não está completamente desenvolvido para fazer bem! Então não se zangue com seu filho menor de 2 anos que não quer dividir os brinquedos. Esta capacidade social é mais comum e positiva em crianças maiores de 3 anos.(6)
Então, se se a mãe tiver que se afastar do filho pequeno para trabalhar ou por outro motivo, muito carinho, conversa, paciência e coerência nas atitudes são necessários para que ele continue tendo confiança nela e supere esse período de crise. É também muito importante certificar-se que o bebê criou um vínculo afetivo com o outro cuidador. (7)


Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo Hipotálamo-Hipófise- Adrenal do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta é muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. (8)
Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”, o que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos, pois livrar-se do bebê ou não consolá-lo (durante o dia ou a noite, quando choram ou pedem mais mamadas ou colo do que o usual) pode resultar em efeitos adversos permanentes no cérebro da criança. Ela pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro, podendo resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. (9).

 Algumas idéias práticas para reduzir a Angústia de Separação no seu bebê estão no artigo prévio sobre retorno ao trabalho e sono do bebê (link: http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/), como praticar separações rápidas e diárias, evitar a transferência de colo para colo e entender a ansiedade de separação como um sinal positivo.


Além disso, nessa fase, procure passar todo tempo possível com seu bebê, principalmente se trabalha fora. Separe os momentos logo após o reencontro do dia de trabalho para ter dedicação exclusiva a ele. Sente confortavelmente, faça contato olho no olho, amamente, interaja com seu bebê. Você pode estar cansada e estressada depois da longa jornada de trabalho, mas se conseguir um pouco de energia para receber seu bebê com alegria, você também se sentirá melhor após alguns minutos de uma reconexão significativa. Somente depois pense no jantar, no banho e outros afazeres. Considere promover proximidade na hora de dormir se suspeita que o bebê tem acordado mais a noite por estar passando por um pico de ansiedade de separação.
Outras mudanças
Alguns acontecimentos, como o nascimento de um irmãozinho/a, introdução de alimentos novos (veja dicas de alimentação que promove o sono no artigo -link: http://guiadobebe.uol.com.br/comer-bem-para-dormir-bem/), o retorno da mãe ao trabalho e entrada em creche (veja o artigo prévio sobre esse tema - link: http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/), viagens, doenças, separação dos pais, atritos com coleguinhas, ausência de um ente querido e outros podem interferir no sono da criança. Tenha muita paciência e ofereça-lhe sempre segurança, assim, gradualmente, a rotina pode ser restabelecida.
Resumindo
Saltos de desenvolvimento e picos de crescimento são eventos diferentes e sua cronologia não se sobrepõe perfeitamente, embora possam ocorrer concomitantemente.
Picos de crescimento tem a ver com alimentação (o bebê quer comer mais, inclusive a noite!) e os saltos tem a ver com desenvolvimento (o bebê pode querer comer e dormir menos).
A angústia de separação é uma fase muito crítica, talvez a mais crítica no desenvolvimento do ser humano. A partir do momento que bebês tomam ciência do mundo ao seu redor eles começam a formar relações importantes com as pessoas em suas vidas, aprendem rapidamente que certas pessoas são vitais para sua felicidade e sobrevivência, e sofrem angústias quando essas pessoas aparecerem e desaparecerem. Isso tem influência direto no seu sono, principalmente se a mãe retorna ao trabalho ou promove um desmame (ou outro tipo de separação) quando o bebê está passando pela ansiedade de separação.
Todos os fenômenos são importantes e podem alterar o sono do bebê. Mas é confortante saber que carinho, apoio, amor, colo, empatia e amamentação em livre demanda, independente da fase que se encontra, é o que o bebê precisa.


Fonte:  http://guiadobebe.uol.com.br/fases-de-crescimento-e-desenvolvimento-que-modificam-o-sono-do-bebe-e-da-crianca/

Curiosidades da Partolândia...

Palavras da parteira/obstetriz Ana Cristina Duarte

* Na maioria das situações normais, o fator determinante para o início do trabalho de parto é o bebê. Quando seu pulmão (último órgão a amadurecer) fica pronto, começa a produzir surfactante, que cai no líquido amniótico e provoca uma reação em cadeia que faz a mulher entrar em trabalho de parto. Portanto quando a mulher não está em trabalho de parto significa, em geral, que o bebê não está maduro. Para entrar em trabalho de parto, não adianta escalda pé, acupuntura, comida apimentada e escrever cartas. O que adianta é pedir pro bebê produzir logo um pouco de surfactante!

* Não existe dilatação de “5 dedos”. A dilatação se mede com 1 dedo, 2 dedos e a partir disso são centímetros, pois não dá para colocar 3 dedos, 4 dedos.. até dá, mas não é bonito. Então a dilatação vai em 1 dedo, 2 dedos, 3 cm, 4 cm… até 10 cm.

* Todos os bebês nascem roxos, porque dentro do útero eles vivem o tempo todo com essa cor, sendo o útero um ambiente de baixa oxigenação. Só quando nasce e respira é que ele vai começar a ficar cor de rosa aos poucos. Mesmo bebês de afro-descendentes ficarão rosados, pois a cor rosa vem da circulação do sangue oxigenado. Portanto, quando disserem “você passou da hora, tanto que nasceu roxo na cesárea”, desconfie. Bebês nascem roxos, todos! Inclusive hoje, nos novos protocolos de reanimação, já não se considera a cor rosa como item essencial para um bebê que acaba de nascer.

* A gravidez humana dura EM MÉDIA 38 semanas a partir da concepção ou 40 semanas a partir da última menstruação. Quando falamos que a gestante está de 28 semanas, já estamos contando da menstruação. Se fôssemos falar a partir da concepção, diríamos que ela está de 26 semanas. A contagem em mês é artificial e aleatória. Com 28 semanas tem gente que chama de 7 meses, tem gente que chama de 6 meses, tem gente que chama de 6,5 meses. Contagem em meses tem apenas fins recreativos.

Para ler o texto completo -->  http://www.maternidadeativa.com.br/artigo2.html

26 de setembro de 2014

Guia de gestação de mãe para mãe

Por Andreia Nobre

http://www.4shared.com/office/u0sfxD-kba/De_Mae_para_Mae_2a_Edicao.html

Sobre o bebê acordar a noite



Querida mamãe,
Esta noite acordei estranhando o silêncio. Não havia barulho algum e pensei que o mundo tinha até acabado e você esquecido de mim. Coloquei a boca no trombone e você apareceu. Ainda bem. Fiquei tão feliz no calor do seu peito que acabei pegando no sono antes de mamar tudo o que precisava. Quando percebi que você ia me colocar no berço, chorei de novo. Mas não tente negar, você estava com pressa para ir dormir outra vez.
Você me deu de mamar novamente, assim, meio apressadinha e depois resolveu trocar a minha fralda. Estava tudo calmo, um silêncio, nós dois juntinhos, tão legal que eu perdi o sono. Você até que foi compreensiva, mas começou a bocejar um pouco e resolveu me fazer dormir. Eu não queria dormir. Talvez precisasse de mais dez minutos ou meia hora, mas você estava mesmo decidida a dormir. Foi ficando bem nervosa e até chamou o papai. Eu não queria o papai e todos fomos ficando muito irritados.
No final das contas, acordei a casa inteira cinco vezes. Pela manhã, nossa família estava com cara de quem saiu do baile. Acho que estraguei tudo. Imagina, você que chegou a dizer para o papai que eu estou com problema de sono. Eu não! Você é que vem me dar de mamar com pressa e daí eu sinto que você não quer ficar mais comigo.
Os adultos têm hora certa para tudo, mas eu ainda não entendi essas coisas de relógio e tarefas estafantes que vocês precisam fazer. Quando meu corpo está com o seu, quero ficar do seu lado sem me separar nunquinha. Do alto dos meus 3 meses, ainda não descobri direito que você é uma pessoa e eu sou outra. Um dia eu vou sair por aí, vou telefonar e posso deixá-la doida para saber o que anda fazendo e, então, você vai entender como me sinto agora. Mas não precisamos dessa guerra, mamãe.
Até lá, já podemos nos entender, inclusive através das palavras. Sinto a angústia da separação, pois acabei de passar por essa experiência. Você também, mas vive tudo isso como uma adulta consciente. Eu ainda estou vivendo no inconsciente. Eu não sei andam tudo é tão novo pra mim aqui fora. Mas eu tenho absoluta certeza de que vou aprender tudinho o que você me ensinar através dos seus sentimentos em relação a mim.
Mamãe, você quer um conselho de bebê? Quando eu chorar à noite, não salte logo para o meu quarto desesperada, como se o mundo fosse acabar.
Espere um pouco, respire profundamente, ouça o meu choro até que ele atinja o seu coração. Sinta seu tempo, realmente acorde e venha me pegar. Me abrace devagar, não acenda a luz, fale bem baixinho e me dê o seu peito para eu mamar. Depois que eu arrotar, mais um pouco só de paciência, pois, nós bebês, somos sensíveis aos sentimentos dos adultos. Se eu sentir que você está com pressa, sou capaz de armar o maior barraco, mas se você esperar até o meu segundo suspiro, quando meus olhos ficam bem fechados, minhas mãos e pernas bem molenguinhas, aí sim você pode me colocar no berço que eu não acordo antes de sentir fome outra vez. À medida que você desenvolver sua paciência, mamãe, eu estarei desenvolvendo minha tranquilidade e nós não teremos mais noites desagradáveis. Apenas noites de mamãe e bebê, que um dia passam, como tudo na vida.
Sempre seu, gu-gu dá-dá!
(Texto distribuído no Curso de Gestantes da Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Curitiba, PR)
Texto de Claudia Rodrigues autora do livro "Mamães mais que Perfeitas"

Mulher descobre gravidez de quadrigêmeos



"Mulher de MS descobre gravidez de quadrigêmeas durante parto normal. Ultrassom feito no pré-natal apontou gestação de apenas dois bebês. Bebês estão em UTI; Assistente social diz que mulher ficou em choque.
Uma indígena da etnia terena descobriu, na última sexta-feira, que estava grávida de quadrigêmeas na sala de cirurgia, durante o parto normal, na maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande. Denir Campos, 37 anos, disse ao G1 que acreditava estar esperando apenas dois bebês, porque o ultrassom feito durante o pré-natal em Anastácio, a 128 quilômetros de Campo Grande, apontava para gêmeos.
"Quando eu fui fazer ultrassom os médicos só viram dois [bebês]. E só fui saber da novidade na hora do parto, quando os médicos falaram que tinha mais um pra nascer. Achei que eles estavam brincando, mas depois veio outra menina ainda", lembra Denir. A dona de casa disse ter ficado em estado de choque com a notícia.
Elizabete, Eliza, Elizangela e Elizete, quadrigêmeas univitelinas nasceram de 31 semanas, em um intervalo de 10 minutos, com pesos entre 890 gramas e 1,170 quilo. Logo depois do parto, as bebês foram levadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, onde devem ficar para ganhar peso nas próximas semanas. Conforme o hospital, não há previsão de alta para elas.
Denir e o marido, Odair Cândido, 32 anos, chegaram à Campo Grande por volta das 22h de sexta-feira.
A gestante começou a ter contrações no início da noite e foi transportada por uma ambulância de Anastácio até à maternidade.
O pai das bebês disse que durante a viagem teve medo de não chegar a tempo para o parto. "Achamos até que ia nascer na estrada, mas graças a Deus deu tudo certo e chegamos em cima da hora", afirmou. O casal tem outros 7 filhos e mora em um assentamento.
Ajuda
Segundo a assistente social da maternidade, Taline Mara Bronze, o casal e a equipe médica ficara chocados com a descoberta durante o parto. Em 7 anos trabalhando na unidade, Taline diz que é a primeira vez que presencia nascimento de quadrigêmeos.
"A surpresa foi muito grande, por vários motivos. Primeiro porque as bebês nasceram de 31 semanas, segundo porque foi de parto normal e terceiro porque dividiam a mesma placenta", explicou. Taline diz que a família agora está recebendo atendimento da Casa de Apoio à Mãe Gestante, administrada pela unidade de saúde.
"É uma família bastante vulnerabilizada. Por isso, estamos pedido para a população, para quem quiser e puder ajudar, que doe fraldas descartáveis tamanho RN (Recém-Nascido). Roupas e outras coisas não são prioridade agora porque eles ainda nem usam, porque durante o tempo que ficarem na UTI só vão usar fraldas mesmo", explicou.
As doações podem ser feitas diretamente na maternidade, localizada na avenida Marechal Deodoro, 2.644, no Centro."
Por Gabriela Pavão para o G1
Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2014/08/mulher-de-ms-descobre-gravidez-de-quadrigemeos-durante-parto-normal.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1
Legenda da foto: Marido e mulher ainda no hospital onde quadrigêmeas nasceram (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)

Nove em cada dez nascimentos no setor privado, são por cesáreas

As mulheres com plano de saúde ajudam a elevar o índice de cesáreas no Brasil. O país tem uma das maiores taxas de parto cesariano do mundo, com atualmente 45%. Enquanto no Sistema Único de Saúde (SUS) 40% dos nascimentos são via cesáreas, na saúde suplementar este índice mais do que dobra, chegando a 90%.
Desde 2005, quando se descobriu que as mulheres com plano de saúde em quase sua totalidade faziam cesarianas, o governo federal e as entidades médicas se uniram para pressionar as operadoras a reduzir as taxas. Passados seis anos, pouca coisa mudou e, o pior, o Brasil até agora não sabe ao certo em qual frente deve trabalhar para reverter a situação, já que os fatores de escolha pela cesárea são múltiplos.

A ideia de que parto era algo para ser feito nos hospitais foi copiada dos Estados Unidos, mas lá as taxas de cesarianas chegam a 27%, bem inferiores ao Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere uma taxa de parto cesáreo de 25% para cada país. Com o intuito de acabar com as altas taxas, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febras­­go), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e outras entidades médicas fizeram uma pesquisa com 3 mil médicos para tentar mapear as motivações pela escolha da cesariana e, assim, combatê-las. A pesquisa só será divulgada em novembro, mas, em entrevista, as entidades já adiantam alguns fatores observados.
Motivos
A questão mais óbvia desta diferença é que as atendidas pelos planos de saúde podem escolher livremente o parto que querem ter, e elas preferem o cesáreo por diversos fatores: pela comodidade, pela falsa ideia de que dói menos (na verdade, a recuperação da cesariana é bem mais dolorida), por medo de o parto normal machucar o bebê (se for feito corretamente, é inverídico) e, atualmente, pela violência urbana e a possibilidade de não haver vagas nas maternidades.
“Nas grandes cidades, mulheres e médicos têm preferido marcar a cesárea para evitar a surpresa de um parto normal na madrugada, colocando em risco o médico, a parturiente e o bebê, pois podem ser assaltados no trajeto até a maternidade”, ex­­plica a médica Lucila Nagata, membro da comissão de mortalidade materna da Federação Brasileira das Associa­­ções de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Além disso, o agendamento acaba sendo a garantia de que a mulher vai ter o filho no lugar escolhido previamente.

Indução

A grande reclamação das mu­­­lheres, porém, é de que os médicos induzem ao parto cesáreo. Elas dizem que os médicos fazem isso devido à cesariana ser mais cômoda para eles, afinal, este parto dura cerca de duas horas enquanto um parto normal pode durar 12 horas.

“Sempre quis ter normal, cheguei a entrar em trabalho de parto e o médico, no hospital, me disse que eu não tinha dilatação. Ele me pegou em um momento de fragilidade e afirmou que teria de ser cesárea pelo bem do bebê. Acabei cedendo, mas foi frustrante”, afirma a farmacêutica Halline Queiroz, que tem duas meninas, a Julia e a Laura.

A Julia nasceu de cesariana e a Laura de parto normal. “Na segunda vez, mudei de médico e ele me provou que o parto normal era possível. Ele derrubou o mito de que mulher que tem o primeiro filho de cesárea vai ter de fazer cesariana sempre”, conta.

Prematuridade aumenta e bebês vão para UTIs

O problema da escolha pela cesariana é cultural, segundo a gerente-geral de regulação assistencial da Agência Nacional de Saúde Suplementar, Marta Oliveira. Para ela, não basta pressionar os planos de saúde para reduzir as taxas, “a mulher precisa aceitar o parto normal.”

Marta chama a atenção para o fato de as cesarianas serem literalmente agendadas, ou seja, a mulher nem chega a entrar em trabalho de parto e o bebê, por isso, acaba nascendo imaturo (com o pulmão ainda com líquido). “Se tivéssemos 90% de partos cesáreos e estivesse tudo bem, sem problemas. A questão é que temos a prematuridade aumentando e muitos bebês ficando em UTIs. Este tipo de consequência nos preocupa”, diz.

Fonte:  http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1180770

Procedimentos desnecessários com o RN

 Sobre os procedimentos DESNECESSÁRIOS que são feitos com o RN.

1.CORTE IMEDIATO DO CORDÃO UMBILICAL:

É o primeiro procedimento desnecessário e prejudicial pelo qual os bebês passam rotineiramente nos hospitais. Os obstetras que o fazem alegam que o contato com o sangue da mãe pode levar ao desenvolvimento da icterícia (doença que causa um tom amarelado na pele do recém-nascido). Porém, as pesquisas recentes demonstraram que a pausa para efetuar o corte do cordão não eleva nenhum risco de saúde para mãe ou o bebê,ao contrário, trás somente benefícios. A icterícia costuma desparecer naturalmente e também é comum casos de icterícia mesmo em bebês que nasceram por cesárea (o cordão é cortado imediatamente) e naqueles que tiveram o cordão clampeado no primeiro minuto de vida.
Os estudos compararam o efeito do clampeamento do cordão umbilical precocemente (como é feito de rotina) versus o tardio (somente após o cordão parar de pulsar) em termos de efeito neonatais relacionados sobretudo aos estoques de ferro e anemia 4 meses após o nascimento. Os estudos demonstraram que o clampeamento tardio do cordão umbilical resulta em maiores estoques de ferro nas crianças de 4 meses de idade e menor prevalência de anemia neonatal. A carência de ferro pode acarretar, além de fraqueza muscular e batimentos cardíacos acelerados, problemas significativos no desenvolvimento neurológico da criança, podendo causar inclusive danos permanentes. A simples realização da ligadura tardia do cordão no momento do parto (ou na cesareana) pode beneficiar milhares de crianças, inclusive o SEU BEBÊ.
É importante lembrar que todo o sangue do cordão umbilical é do bebê, não circula sangue materno no cordão umbilical. Quando o cordão é cortado precocemente (quando ainda está pulsando, ou seja, ainda está transferindo sangue para o bebê) o bebê é privado de até 40% do SEU PRÓPRIO SANGUE. Se o cordão permanece ali, intacto, ligado ao bebê e a placenta...ele vai continuar a transferir todo o sangue do bebê para ele e vai aos poucos parando de pulsar, quando o bebê tiver recebido 100% do seu sangue, o cordão fica "murcho", para de pulsar, e pode ser cortado sem trazer nenhum dano ao bebê.
Além disso, o bebê capta oxigênio utilizando os pulmões pela primeira vez no momento que nasce e inspira o ar (até então todo o oxigênio vinha através do cordão umbilical). Não cortar o cordão precocemente permite que o bebê continue a receber oxigênio do cordão umbilical, dessa forma ele tem a chance de aprender a respirar aos poucos, sem um corte abrupto.

2. ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS:

O procedimento de aspiração rotineira para remover secreções das vias orais e nasais do RN tem uma utilidade um tanto duvidosa. Segundo os pediatras que o fazem os possíveis benefícios são a melhora da troca gasosa e redução da possibilidade de aspirar secreções. O que eles não contam é que os potenciais riscos da pratica incluem arritmias cardíacas, laringoespasmo (oclusão da glote devido a contraçäo dos músculos da laringe), e vasoespasmo da artéria pulmonar. A grande maioria dos bebês nascem bem e não precisam ser aspirados. Eles são perfeitamente capazes de limpar suas próprias vias áereas (tossindo, espirrando). Além disso, os bebês que nascem por parto vaginal, ao passar pelo canal de parto, os pulmões do bebê são massageados, provocando a expulsão natural dos líquidos. A aspiração, tanto a orotraqueal (pela boca) quanto a nasotraqueal (pelo nariz) causam muito desconforto para o bebê, basta que você imagine um cateter (sonda) sendo enfiado no seu nariz e indo até a sua traqueia, "aspirando" tudo que tiver lá e depois sendo puxado para fora novamente. Agora, imagine passar por esse procedimento no seu primeiro minuto de vida, após sair de um ambiente quentinho, escuro, protegido. Sem dúvida não é uma boa maneira de se chegar ao mundo né?

3. ASPIRAÇÃO GÁSTRICA:

A prática de aspiração gástrica rotineira foi introduzida após uma sugestão não-testada, de que a angústia respiratória de lactentes de mães diabéticas frequentemente era causada por regurgitação e, sendo assim, a aspiração desse vômito poderia ser evitada por aspiração gástrica. A introdução do tubo no bebê recém-nascido pode causar bradicardia, laringoespasmo e pertubação do comportamento alimentar. Não existe nenhuma justificativa para a realização da aspiração gástrica rotineira. Porém, o procedimento continua a ser realizado todos os dias em diversos hospitais publicos e privados do país. Uma pesquisa baseou-se em prontuários de 277 recém-nascidos que nasceram de gestações de baixo risco e foram considerados vigorosos (ou seja, nasceram muito bem, obrigada!) no ano de 2006 em dois diferentes hospitais do país. Constatou-se que a aspiração gástrica foi feita em 94% e 86% dos bebês, respectivamente, enquanto a aspiração de vias aéreas ocorreu em 96% e 91% dos recém-nascidos. Portanto, mães e pais, não fiquem aí pensando que é "exagero, não devem fazer isso em todos!!"

4. CREDÉ - O COLÍRIO NITRATO DE PRATA:

Esse procedimento consiste em pingar uma gota de colírio de nitrato de prata em cada olho do recém-nascido de forma rotineira. Esse procedimento foi introduzido em 1881, para o controle da oftalmia gonocócica do recém-nascido (uma espécie de conjuntivite bastante grave, que é contraída no momento do nascimento, a partir do contato com secreções genitais maternas contaminadas com a bactéria), que era comum naquela época. O procedimento então passou a ser utilizado em todos os hospitais e continua sendo assim até hoje. A questão é que, bebês que nascem por cesareana, por exemplo, não passaram pelo canal vaginal, portanto, não tem chances de adquirir a doença. Alguém por favor me explica, POR QUE ELES TAMBÉM RECEBEM O COLÍRIO ROTINEIRAMENTE? (minha filha recebeu..e nasceu por cirurgia cesareana!!) E tem mais, o colírio de nitrato de prata resulta em um alto índice de conjuntivite química e é ineficaz contra a Chlamydia (que em muitas regiões é a causa mais comum de oftamia neonatal atualmente). Além disso, medicamentos tópicos aplicados aos olhos dos recém-nascidos podem reduzir a abertura ocular e inibir respostas visuais. Isso pode atrapalhar a interação visual entre a mãe e o bebê durante a primeira hora de vida. Infelizmente, o colírio de nitrato de prata (Credé) é recomendado (ainda) pelo Ministério da Saúde, e alguns estados têm legislação específica para o seu uso, mas ninguém pode ser OBRIGADO a deixar seu RN ser submetido a esse método ultrapassado que não previne a oftalmia por clamídia e ainda promove conjuntivite química. É absurdo. O que se pode fazer é solicitar ao obstetra (no caso de não ser um obstetra humanizado) que faça a cultura andovaginal para gonorréia durante o pré-natal. Com o resultado negativo em mãos, é possível argumentar com o pediatra durante a consulta pré-natal e exigir que seu bebê NÃO receba o colírio. Se o uso for necessário, o colírio de nitrato de prata pode ser substituído pela eritromicina, que previne tanto a oftalmia gonocócica quanto a por clamídia, ou seja, é mais eficaz. Além disso, mesmo que seja necessário o uso do colírio ele pode ser aplicado 1h após o nascimento do bebê. A primeira hora de vida do bebê não deve ser perturbada, mãe e bebê devem ser deixados em paz.

5. VITAMINA K:

A administração de vitamina K nos recém-nascidos é uma forma de profilaxia contra a doença hemorrágica do recém-nascido.Na década de 50 (antes da vitamina K começar a ser utilizada de forma profilática) aproximadamente 4 a cada 1.000 nascidos apresentavam a doença. Até o presente momento, preconiza-se a administração de vitamina K em todas as crianças, pois as conseqüências desta hemorragia podem ser graves, justificando uma ação preventiva eficaz. A administração de Vitamina K é realizada nos hospitais através de uma injeção intramuscular na coxa do RN. Apesar de eficaz, esse procedimento é invasivo e muito doloroso. Podem-se obter índices semelhantes de proteção contra a doença administrando a vitamina K via oral, em doses repetidas (no dia do nascimento, e após 1 ou 2 semanas de vida). Deve ser ressaltado que os recém-nascidos com maior risco para doença hemorrágica, a saber, prematuros com baixo peso ao nascimento, com complicações perinatais, filhos de mães que usaram anti-convulsionantes, anticoagulantes e tuberculostáticos na gestação, devem receber a profilaxia na forma intramuscular. Ou seja, lactentes de alto risco devem receber a vitamina K intramuscular. E lactentes de baixo risco (bebês a termo, saudáveis, sem nenhuma complicação) podem receber a vitamina K via oral. O uso dessa forma de profilaxia exige que os pais se responsabilizem pela conclusão do tratamento, administrando as outras doses via oral em casa, no tempo estabelecido. Leia, pergunte, pesquise e converse com o pediatra. Sim, você tem opção!

6. SEPARAÇÃO MÃE/BEBÊ - TEMPO DE OBSERVAÇÃO NO BERÇÁRIO (ENCUBADORA):

Na maioria dos hospitais em nosso país, os bebês depois de passarem por todos os procedimentos de rotina já listados acima, são apresentados a mãe (é nessa hora que geralmente os pais tiram as fotos em família) e já vão para o berçário, onde são pesados, medidos, muitas vezes já dão até banho...e depois ficam em "observação" (mesmo nascendo perfeitamente saudáveis) por X horas estipuladas no protocolo de cada hospital (já vi hospitais que deixam 2 horas, 3 horas, até 12 horas!). O bebê é deixado em berço aquecido ou incubadora, sozinho, em um "mundo estranho"...apenas por rotina. A minha filha ficou 3 horas no berçário...enquanto isso, eu pedia para que meus parentes fossem até o berçário e tirassem fotos dela através do vidro, e trouxessem para eu ver, para eu saber como ela era, como ela estava, onde ela estava. E o pior dessa separação, é que muitos hospitais introduzem as fórmulas enquanto os bebês estão no berçário, prejudicando o aleitamento materno e a saúde do bebê (foi o caso da minha filha, tomou NAN ainda no hospital). O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde enfatizam cada vez mais a importância do contato pele a pele assim que o bebê nasce, e a amamentação imediata, além do alojamento conjunto durante todo o tempo. Não há nenhuma necessidade em levar o bebê para o berçário e deixa-lo horas lá. Aliás, há sim... a necessidade do hospital faturar um pouquinho mais...pelo uso dos equipamentos por X horas.
Texto retirado do blog: http://parirenascer.blogspot.com.br/2012/07/recepcao-do-recem-nascido.html

Ultrassom

"Ultrassom em excesso pode prejudicar a formação do cérebro.
Técnica expõe o feto a uma rajada de ondas mecânicas de alta frequência, usadas em laboratório para dissociar e até matar células.
O primeiro é miraculoso: aquele que nos mostra um projeto de gente em nosso ventre, coraçãozinho já formado, batendo acelerado. Esse confirma que a gravidez é uterina – ou denuncia uma gravidez tubária, que precisa ser rapidamente abortada para não colocar em risco a vida da mãe. Os seguintes, sempre solicitados pelo médico, revelam a boa formação do cérebro e de outros órgãos do corpo, e mais tarde atestam a saúde da placenta ou acusam seu envelhecimento precoce e mostram se a posição do cordão umbilical exigirá algum cuidado especial no parto.
Recentemente, contudo, a facilidade de fazer ultrassonografias popularizou os exames eletivos, como os tridimensionais em alta resolução, “para ver o rostinho do bebê”. Há até quem compre seu aparelho portátil, “para monitorar o bebê o tempo todo” – o que foi o caso de Tom Cruise durante a gravidez de sua mulher, Katie Holmes, processo acompanhado sem trégua pela mídia. Tais exames, segundo alguns sites, seriam “completamente isentos de malefícios” e, portanto, poderiam ser feitos “à vontade”.
Mas qualquer pessoa diz qualquer coisa na internet, e a verdade é um pouco diferente. O exame de ultrassonografia expõe o embrião ou feto a uma rajada de ondas mecânicas de alta frequência, usadas em laboratório para dissociar e até matar células. Por isso, Pasko Rakic, um dos maiores especialistas no desenvolvimento pré-natal do sistema nervoso, suspeitou que o exame não fosse tão inofensivo assim.
Em um estudo publicado em 2006, Rakic mostrou que, aplicada a fêmeas prenhes de camundongos em condições comparáveis às dos exames feitos em humanas, a ultrassonografia pode, sim, prejudicar a migração dos neurônios que formarão o cérebro dos filhotes. Até 15 minutos de exposição ao ultrassom não têm efeito detectável: sem a ultrassonografia, apenas 5% dos neurônios em migração do local onde nascem até seu destino no córtex cerebral ficam dispersos pelo caminho, como que perdidos ou atrasados. Mas com 30 minutos de exposição total ao ultrassom, a porcentagem de neurônios fora da rota sobe para 9% e vai aumentando com o tempo de exposição até um máximo de 19%, com a maior exposição ao ultrassom no estudo: 7 horas.
O efeito é pequeno. Além disso, ainda não se sabe se tem conseqüências detectáveis sobre os fetos examinados e certamente não é razão para você ir correndo cancelar seu exame ou impedir que sua filha ou irmã façam os seus. Anos e anos de ultrassonografia durante o pré-natal confirmam que riscos eventuais de uma exposição pequena valem os benefícios oferecidos à mãe e ao bebê pelos exames feitos por razões médicas, que mantêm a exposição ao mínimo necessário.
O importante, contudo, é reconhecer que a ultrassonografia não é “completamente isenta de malefícios”: ela pode, sim, prejudicar a formação do cérebro, e, quanto maior for a exposição do feto ao ultrassom, maior será o risco de sua formação ser perturbada, sobretudo em exames tridimensionais de alta resolução, que empregam ultrassons mais fortes. Por maior que seja a curiosidade, ultrassonografia não é fotografia e deve ser usada, como os remédios, com bom-senso e orientação médica.
Pasko Rakic foi orientado pelo advogado de sua universidade, a Yale, a não responder a e-mails de gestantes perguntando se deveriam ou não fazer os exames pedidos pelo médico nem dar declarações à imprensa. Mas ficou feliz em saber que, por causa de seu estudo, Tom Cruise voltou atrás: a pequena Suri não foi bombardeada desnecessariamente por ondas de ultrassom durante a gestação."
Fonte: "Scientific American. Mente e Cérebro" no Portal UOL
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/tecnicas_permitem_ver_o_rosto_do_bebe_durante_a_gravidez.html

Ministério da Saúde determina humanização dos partos realizados pelo SUS

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-hoje/t/edicoes/v/ministerio-da-saude-determina-humanizacao-dos-partos-realizados-pelo-sus/3612630/

Como saber se o seu médico é cesarista



Qual o seu sonho para o parto? É um parto normal? Com ou sem intervenções? Humanizado ou não? Ainda não pensou nisso? Empodere-se! Se o seu bebê ainda estiver guardado na sua barriga (não importa se você está com 9 ou 39 semanas), ainda é tempo de pensar sobre o assunto, se informar e, se necessário, mudar de médico. Antes, disso, claro, você precisa decidir ter um PN.
E se você resolver que deseja que o seu filho chegue na hora dele e por vontade própria e não quer ser enganada ou forçada (veladamente ou não) a fazer uma cesárea, procure observar certos aspectos do seu médico. Porque, por mais que nos preparemos, a hora do parto é muito, muito delicada e um profissional com má vontade ou destreinado por colocar tudo a perder. E sim, há profissionais excelentes. Porém, muitos outros, por má-fé, comodismo ou puro e simples desconhecimento do que é um parto normal (passaram a carreira inteira fazendo cesáreas), fazem de tudo para que a gestante opte pela cirurgia.
Não acredita que isso acontece? Deixe-me adivinhar: o seu médico (ou médica) é um(a) fofo(a). Ah… todos eles são. Até a hora do parto. Até a hora em que você ficará refém dele.


Por isso, em tempos de internet, google, facebook e tantas outras fontes de informação, não se deixe ser enganada pela sua médica. Confira sinais claro de que o seu médico fofo pretende, sim, fazer uma cesárea, embora ele jure o contrário:
  1. O seu médico é do convênio. E o seu parto será feito pelo convênio. Bem, pelo o que andei pesquisando, é mais fácil achar um pássaro dodô vivo do que um GO que atenda convênio e faça parto natural como rotina. O motivo é simples: tempo E dinheiro. Uma cirurgia cesárea poupa tempo e paga melhor do que o parto natural. Quanto mais cesáreas, mais dinheiro entra em menos tempo. Simples assim.
  2. Ele nunca é claro sobre o momento do parto. Quando você pergunta (ou afirma): “doutor, o meu parto será normal”?, ele apenas assente com a cabeça, diz “vamos ver”, “talvez”, “se tudo der certo” ou qualquer coisa do tipo. Um médico humanizado diria algo do tipo: “claro, por quê não”?
  3. Você tem a clara sensação de que o parto é algo muito, muito perigoso. Assim como a gestação. A cada consulta o médico avalia e procura por problemas. Supõe e prevê vários problemas durante o seu parto. Entenda, há uma sutileza aí. É diferente de pedir todos os exames de rotina do pré-natal como um acompanhamento cuidadoso. A cada consulta, além da guia dos exames, em vez de sair tranquila, você sai com uma nova pulga atrás da orelha colocadas por “previsões”, às vezes, sem sequer ter o resultado dos exames: você desenvolverá pressão alta, terá diabetes, não terá dilatação (veja o próximo tópico), o bebê ainda não virou, o bebê ainda não encaixou, Na verdade, você não tem sossego. Você vai ficando com medo, com tantos problemas rondando (e muitas vezes, nenhum chegando…).
  4. O seu médico faz exame de toque, mesmo se você ainda não estiver em trabalho de parto. E ainda diz: “olha, você não tem dilatação”… ou “Você tem um centímetro de dilatação, isso é muito pouco”… Bem, se você não está parindo, saiba que não há necessidade de ter dilatação. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o exame de toque deve ser feito apenas durante o trabalho de parto. Ainda há médicos que, durante o exame vaginal, fazem o descolamento de membranas sem o consentimento da gestante para tentar forçar um trabalho de parto. O exame de toque, se for feito, deve ser durante o trabalho de parto e de forma criteriosa e jamais após o rompimento da bolsa, pelo risco de infecções. 
  5. A taxa de cirurgia cesárea dele é muito maior do que a de parto normal. Isso você pode saber perguntando ao seu médico, na cara dura. Se ele se recusar a responder, desconversar ou disser que não sabe, de qualquer forma, você já tem a resposta.
  6. Seu médico fala apenas dos perigos do parto normal, nunca dos benefícios para a mãe e para o bebê. E apresenta a cirurgia como a melhor saída. Isso vai contra evidências científicas. Segundo o Ministério da Saúde: “Na cesariana, também é mais freqüente a ocorrência de infecção e hemorragias, além da possibilidade de laceração acidental de algum órgão, como bexiga, uretra e artérias, ou até mesmo do bebê, durante o corte do útero. A gestante pode, ainda, ter problemas de cicatrização capazes de afetar a próxima gravidez. A freqüência dessa cirurgia também limita a possibilidade de opção pelo número de filhos. “Nenhum médico deixaria uma mãe chegar a realizar seis cesarianas. (…) A incidência de morte materna associada à cesariana é 3,5 vezes maior do que no método natural. “Os riscos são inerentes à própria cirurgia, a começar pela anestesia, em que a possibilidade de uma reação é imprevisível”. (…) Os benefícios do parto normal são inúmeros, tanto para a mãe como para seu bebê. Vão desde uma melhor recuperação da mulher e redução dos riscos de infecção hospitalar até uma incidência menor de desconforto respiratório do bebê”.
  7. Ele não explica nada sobre como é um parto normal, como reconhecer o trabalho de parto, como aliviar as dores das contrações, posições para parir. E parto na água só serve para afogar nenê (!!!). Nem se você perguntar, no máximo dá uma resposta sucinta. Seria um desperdício, você não vai precisar destas informações (na cabeça dele). Isso, se ele souber, claro.
  8. Você já fez uma cesárea. Isso não é impedimento para o parto normal (VBAC ou PNAC). Citando o Ministério da Saúde, no mesmo link do tópico anterior: “Já existem estudos comprovando a possibilidade de ter filhos pela via vaginal nesses casos. O que não se recomenda é induzir o parto. Ou seja, usar alguma substância, geralmente a ocitocina, para acelerar o trabalho de parto, aumentando a força das contrações e diminuindo os intervalos entre elas.”.
  9. As outras pacientes dele fizeram cesárea. Se você não tem uma amiga ou conhecida para dar referências, fale com as mães com bebês na sala de espera, enquanto aguarda sua vez. Dê os parabéns, pergunte como foi o parto. Se todas responderem que fizeram cesárea, e apenas uma disser que teve o bebê na frente da maternidade, você já tem suas referências.
  10. Os motivos das cesáreas das outras clientes são coisas do tipo: não teve dilatação, não tinha passagem, estava passando da hora de nascer, placenta é grau 2, grau 3 ou qualquer outro grau, (ver o número 99 da lista da doutora Melania), cordão enrolado no pescoço. E por coincidência, todos os partos foram no mesmo dia da semana. Ahãm.
  11. Seu médico assume que faz cesárea, mas diz que, com você, será diferente. É possível. Mas muito improvável. É mais ou menos como pedir a um médico alopata para receitar homeopatia, ou o contrário. Se o médico não tem experiência em parto normal, como você espera que ele se sinta seguro para fazer algo que saia tanto de sua zona de conforto? Pense nisso.
  12. Ele avisa que não deixa as pacientes sofrerem. Ou diz que parto natural é coisa de bicho. Ou ainda, que não gosta de arriscar (o quê? A cirurgia cesárea é mais perigosa que um PN!).
Se você ainda tiver dúvidas, pergunte para quando ele acha melhor agendar a data. Se ele sorrir e abrir a agenda, corra. Procure informações e outro médico.

Fonte:  http://eopapai.wordpress.com/2013/12/09/como-saber-se-o-seu-medico-e-cesarista/