Assim como as fotos censuradas de mulheres amamentando seus bebês, fotos de mulheres no seu momento mais lindo, parindo seus bebês, também estavam sendo censurada pelo Facebook.
Criamos um evento, uma forma de protesto online chamado PARIR NÃO É PORNÔ, onde compartilhamos fotos e vídeos de mulheres parindo.
Queríamos ter tido o mesmo sucesso que as fotos de amamentação tiveram, essas não são mais excluídas.
Saíram três matérias sobre o protesto, uma da Folha de São Paulo, Zero Hora e Terra.
Abaixo está o texto da matéria do Terra. Ao final, o link das três.
"Ela engravidou de uma menina, que seria a irmã de Arthur,
o primogênito, e decidiu que queria registrado cada minuto da chegada
de Isis ao mundo. A gaúcha e ativista em prol do parto natural Aline
Martins teve o parto filmado e fotografado para não perder nada.
Recuperada, ela compartilhou com amigos e familiares as imagens do
evento, por sua conta do Facebook, mas não demorou até que o conteúdo
fosse censurado. “Fiquei 24 horas com o meu perfil bloqueado, sem poder
curtir, comentar ou publicar. Foi revoltante, tive o momento mais lindo
da minha vida censurado”, desabafou.
O material recebeu uma denúncia por conter nudez e
pornografia, segundo mensagem do Facebook recebida por Aline. “Até
concordo com a nudez, é impossível parir de roupas, mas nunca será
pornografia”, argumentou a mãe de Isis. O caso não foi isolado, outras também
passaram pela censura de imagens de mulheres parindo, veiculadas em
páginas no Facebook. Uma delas foi a militante Tássia Botelho, que
mantinha a “GO Fofo Pira” no ar, antes de ser removida, com mais de 1
mil seguidores. “Eu postava matérias, pesquisas, vídeos e fotos de
partos naturais. Quando publiquei a imagem de uma norte-americana com o
bebê empelicado, demorou dois dias para surgir a primeira denúncia”,
relatou.
Tássia recebeu aviso semelhante ao de Aline, sobre a publicação conter
nudez e pornografia, teve a conta bloqueada e o conteúdo removido. Ela e
algumas amigas já haviam lutado pelo fim da censura a amamentação em
público, então se uniram e criaram uma campanha com as hashtags
#LiberdadeAoNascimento e #ParirNãoéPornô com foco na nova causa. O grupo
reúne mais de 1 mil adeptos e, para a fotógrafa de partos Amanda Nunes,
incentivadora do parto humanizado, o número de apoiadores, sem dúvida, é
maior. “É um trabalho de formiguinha e de multiplicação”, considerou.
A fotógrafa, após ter seu primeiro filho, começou a se interessar em
clicar gestantes e bebês, até surgir a vontade de registrar partos. “É o
momento mais importante na vida de uma mulher, além disso, no parto
natural ela bloqueia vários acontecimentos que olhando as fotos
pode lembrar”, contou Amanda. A profissional já teve imagens de seu
trabalho censuradas nas redes sociais e, no início, ficava indignada por
pensar que a cena maravilharia as pessoas e não as incomodariam. “Tem
sangue, mas é um parto, é uma coisa bonita”, opinou. Em algumas fotos,
reforçou Aline, as mulheres estão parindo e sorrindo.
Thaisa Barros foi criticada nas redes sociais após publicar fotos de seu
próprio parto. “Não tenho nada contra quem posta fotos de biquíni,
penso que as mulheres são livres, achei hipocrisia dela que me criticou
por conta de nudez e as imagens dela mostravam o mesmo, só que com apelo
sensual”, relatou. Thaisa já teve o perfil bloqueado, assim como outras
ativistas, mas não desistiu da causa. E o motivo não é apenas a
censura, segundo explicou: “tive o meu primeiro filho por cesárea com
apenas 36 semanas de vida, sem uma indicação real para isso. Eu não
tinha informações na época e me submeti a uma cirurgia sem necessidade”.
Mais informações, menos cesáreas
A campanha contra a
censura do Facebook foi criada por mulheres indignadas ao verem as
fotos tidas como pornográficas, principalmente, segundo alegaram as
entrevistadas pelo Terra, diante de tantos “peitos” e
“bundas” em fotos na internet e televisão que aparecem sem restrições. A
causa, no entanto, é maior e as ativistas lutam para desmistificar o
parto natural, incentivar mais mulheres a optarem pelo método e
mostrarem que é seguro. São as fotos e vídeos que podem tornar mais
normal à sociedade o parto humanizado, na opinião de Amanda.
“A maioria das pessoas não está mais acostumada a ver uma mulher
parindo. Muitas até já esqueceram como isso funciona. Está mais fácil e
cômodo abrir a barriga da mulher e tirar o bebê lá de dentro”, disse
Aline. As ativistas não são contra a cesárea, mas desejam que as futuras
mamães conheçam os dois métodos e possam escolher a partir daí. Para
Tássia, existe uma cultura do medo de que o parto natural, praticado
pelas avós e até mães das gestantes atuais, é arriscado. “A obstetrícia
moderna foi feita para salvar vidas em emergências, não para fazer
cesáreas eletivas ou desnecessárias em todas as grávidas”, criticou.
Além da recuperação mais rápida no parto humanizado, Thaisa citou o
menor risco de prematuridade para o bebê, menor taxa de mortalidade
materna e o contato com o filho logo após o nascimento como vantagens do
procedimento. Um estudo feito pelo Centro de Cieências da Saúde
Sunnybrook, em Toronto, no Canadá, apurou que o parto natural e a
cesariana produzem resultado mais ou menos equivalente em relação à
segurança e riscos. Segundo informações do Health Day, o diretor de
obstetrícia do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, Michael
Greene, a pesquisa serve para tranquilizar as mulheres que desejam parto
natural e os obstetras para verem o método como uma opção razoável e
segura."
http://mulher.terra.com.br/vida-de-mae/ativistas-lutam-contra-censura-de-fotos-de-parto-na-internet,aedc2c11fd7f6410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/06/no-facebook-maes-lutam-contra-censura-a-fotos-de-partos-normais-4538154.html
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/06/1476569-maternar-maes-fazem-campanha-para-impedir-censura-em-fotos-de-parto.shtml
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