26 de setembro de 2014

Relato de Parto da Larissa

"Sempre pensei que parir era natural, era algo que nossas mães, avós e bisavós já faziam antes mesmo de qualquer cesariana. Assim que engravidei, antes de tudo, eu tinha a certeza de que queria um parto normal. E foi o que busquei durante toda gravidez. Mesmo diante da obstetra que me olhava de nariz torto, e me perguntava sempre porque eu havia escolhido sofrer. 
Sofrer???? Eu queria parir e tinha todas as condições. 


 Aí as 34 semanas do terceiro tempo (rs) surge um empecilho: o bebe estava sentado. É a médica me desanimava quanto minha pequena virar... Dai foram 4 ansiosas semanas até o próximo ultra-som e ela tinha virado!!!! Agora era só esperar as contrações, dilatação, enfim, meu parto normal estava a caminho!! Esperei, esperei, e com 41 semanas me internaram para a indução. 




Fizeram descolamento de membranas e abriram o colo do útero para que pudessem introduzir os comprimidos de proglastina no colo, assim fazendo com que ele abrisse, e me fizesse dilatar. A indução começou ás 12:00 do dia 20/08, e de 6/6 hrs eu recebia mais um comprimido. O máximo seriam 6 comprimidos... Recebi a atenção de duas doulas as quais infelizmente não me lembro os nomes. Mas que mais do que eu pensei me ajudaram pro meu parto normal. 
Fiz exercícios com bola, andei tooooodo o andar da maternidade, e aprendi técnicas de massagens, respiração, e banho morno que me salvaram nas contrações. No quarto comprimido, comecei a sentir contrações um pouco doloridas mas com um espaçamento grande. Ainda não tinham muito ritmo. Tomei o quinto, as contrações ficaram mais fortes, e eu já tinha conseguido 5cm de dilatação. Decidiram me colocar no soro com ocitocina. As contrações ficaram fortes e cada vez mais doloridas... Ás 20:00 do dia 21/08, minha bolsa estourou, fui para o chuveiro, ora sentava no banco de parturiente, ora ficava em pé... Respirava fundo e continuei segurando a onda. 
 As 22:00 surgiu uma vontade incontrolavel de fazer força nas contrações. Comecei a fazer força e pedia desesperadamente pelo toque, mas a enfermeira que estava comigo não podia fazer. As 22:30 a médica chegou, e quando abriu minhas pernas, fiz força e a minha princesa já estava coroando. Correram comigo para a sala de parto. Depois de algumas forças, decidiram abrir o perineo. Foi quando comecei a gritar, e o assistente, médico, não sei, me mandou calar a boca, pois bebe nenhum nascia no grito. Engoli a seco minha indignação, só queria minha filha logo e que corresse tudo bem, e se pra isso fosse necessário eu ficar calada, eu ficaria. Não recebi peridural, somente anestesia local para costurar o perineo. Ele se apoiou na minha barriga, fiz força e ela veio ao mundo... 
Colocaram no meu peito, e eu senti que o mundo acabaria naquele momento, foi uma sensação única, todo mundo desapareceu, só existiam eu, meu marido e minha filha. Hoje, tudo que passei naquela sala de parto, toda grosseria do assistente, tudo ficou minúsculo depois que vi minha princesa linda e saudável."

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