27 de setembro de 2014

Violência obstétrica: Muito além do "Na hora de fazer não gritou"

Violência obstétrica é toda violência institucional (exercida por um profissional de saúde) realizada durante o pré-natal, trabalho de parto, parto, pós-parto e em casos de abortamento, provocados ou não, dentro de uma instituição de saúde. A violência obstétrica é uma violência de gênero, pois o principal alvo são as mulheres, no período gravídico. Porém, as mulheres não são as únicas atingidas por essa opressão, o fruto da gestação, o bebê, também é atingido. A violência obstétrica está intimamente ligada à medicalização do parto, onde a mulher é induzida a acreditar que não tem capacidade de parir sem intervenção como se o corpo dela fosse imperfeito, defeituoso.
Mas, o que é exatamente chamado de violência?
Quando falamos em violência logo nos vem em mente a violência física, mas se tratando de violência obstétrica os tipos de violência podem ser bem mais sutis:
Restrição de movimentos: Durante o trabalho de parto as mulheres possuem necessidade de se movimentar, é um instinto natural que ajuda na evolução do trabalho de parto e na diminuição da dor. Perto do período expulsivo as mulheres também procuram posições verticalizadas, que favorecem o nascimento do bebê, as posições instintivas mais comuns são a posição de cócoras, a posição de joelhos e a posição de quatro. Essas posições são as mais fisiológicas, diminuem o tempo do período expulsivo, diminuem a dor e estão relacionadas com maior índice de Apgar do recém-nascido. Muitos profissionais da saúde restringem a livre movimentação da mulher durante o trabalho de parto e parto, obrigando-as a ficar em decúbito dorsal (deitada de barriga para cima) durante todo o processo, muitas vezes as mulheres têm suas pernas amarradas em estribos no momento expulsivo. Além disso, durante a operação cesariana, a maioria das mulheres tem seus braços amarrados, impossibilitando que toquem nos bebês após o nascimento.
Privação de alimentos e líquidos: não há evidencias cientificas que apoiem o jejum durante o trabalho de parto e parto. A sede e a fome apenas aumentam o cansaço e a intolerância da mulher ao trabalho de parto.
Privação de métodos não farmacológicos para o alivio da dor: muitos métodos são comprovadamente eficazes para a diminuição da dor durante o trabalho de parto, como o uso da bola obstétrica (bola de pilates), massagens, livre movimentação, banho de chuveiro ou banheira, apoio emocional, tanto de profissionais como de acompanhantes. Infelizmente, mesmo esses sendo métodos de baixíssimo custo para as instituições, são pouco usados. A presença de acompanhante, em todos os estágios do parto, é garantida por lei, porém, em muitos lugares essa lei não é respeitada.
Procedimentos desnecessários, realizados sem explicação e sem consentimento:
Leia o texto completo no link: http://partejarconsciente.blogspot.com.br/2014/02/violencia-obstetrica-muito-alem-do-na.html

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